Capítulo 15

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Draco sentiu Potter soltar seu pulso e deu um passo para longe dele, encarando a estranha casa a sua frente. Uma parte parecia velha e capenga, mas havia outra mais recente, como se uma lateral de cômodos novos tivesse sido adicionada ao lado direito. Hermione havia lhe ensinado que eles chamavam aquilo de "A Toca" e Draco não conseguiu imaginar porquê.

Seguiu Potter pelo caminho de terra até a porta e esperou que fossem atendidos. Aquela situação era tão absurda que sua mente não sabia como reagir.

Já tinha se xingado, planejado uma rota de fuga, arrebentado a cara de Weasley e procurado pela própria sanidade nos bolsos nos dez segundos que demoraram para que Molly Weasley aparecesse no batente.

— Oi, Harry... – ela falou, mas congelou no meio do abraço quando se deu conta da presença de Draco. Seus braços baixaram novamente e ela alcançou os olhos de Potter em busca de uma explicação.

— Hm... Molly. Esse é Draco. Vocês já se conhecem? – a tentativa patética de Potter quase fez Draco revirar os olhos, mas se deteve no último segundo.

— Apenas de vista – Molly respondeu recobrando a compostura. – Nunca fomos formalmente apresentados.

— Olá – Draco ofereceu um aperto de mão que foi retribuído cautelosamente. Desconfiava só não tinha sido enxotado à vassouradas ainda por causa de sua improvável amizade com Gina.

— Posso ajudá-lo em alguma coisa?

— Eu... é... queria falar com... - a frase não saiu. Era absurda demais e seu cérebro se recusou a pronunciá-la, como um mecanismo de defesa.

— Com Ron – Potter veio ao seu auxilio. – Ele veio conversar com Ron.

— É sobre Hermione – Draco sentiu a necessidade de explicar. – Estou aqui por ela.

— Isso só pode ser brincadeira!!! – Weasley gritou de repente, descendo as escadas como um raio com a varinha em punho.

Desviou da mãe com uma agilidade felina e lançou um feitiço que Draco conseguiu repelir graças aos reflexos adquiridos através de anos jogando quadribol. Viu que o ruivo se preparava para outro ataque, mas a varinha voou de sua mão e ele se voltou bestificado para Potter, como se o amigo o tivesse apunhalado pelas costas. Potter lhe lançou um olhar de desculpas, e uma curiosa plateia – George, Arthur e Becca – se formou atrás de Molly.

— Ron, ele só quer conversar! – Potter justificou.

— Você me desarmou! Ficou do lado desse filho da...

— RONALD WEASLEY! – Molly gritou e até Draco se encolheu. – Não vai começar uma briga dentro de casa. Ainda mais na minha frente. Não foi essa a educação que eu te dei!

— Esqueceu quem ele é?! – Ron gritou para mãe.

— Quem se esqueceu que a guerra acabou foi você. Agora trate de se acalmar, que eu não criei nenhum selvagem!

— Ele está aqui para falar de Hermione – Potter tentou e recebeu um olhar furioso de Weasley.

Draco limpou a garganta e guardou a varinha que ainda segurava dando um passo para a frente.

— Ok... – começou incerto. – Só vim aqui dizer que Hermione... – então parou.

Viu o ruivo vermelho de raiva e entendeu que aquela conversa seria inútil. Essa briga se estenderia por toda eternidade se nenhum deles estivesse disposto a dar o primeiro passo.

— Malfoy? – a voz de Potter o chamou de volta a realidade.

— Sentiria menos raiva de mim se eu pedisse desculpa? – por Salazar, ele tinha mesmo perdido a cabeça.

Wonderland 2 (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora