Capítulo 3

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As aulas e a residência mantiveram Hermione ocupada pelo restante do dia. O terceiro ano era quando se iniciava o Ciclo Clínico e os estudantes receberiam seus primeiros casos, sempre sob supervisão de um médico formado. A bruxa tinha prometido a si mesma que se desligaria de seus próprios problemas sempre que estivesse praticando a Medicina, já que a vida de outras pessoas estava em suas mãos e isso significava o grau máximo da responsabilidade e eficiência, e não pensou em Draco o dia inteiro. Seu celular também ficou trancado no armário do vestiário e ela não o checou nem quando parou 15 minutos para almoçar.

Mas agora que pegava suas coisas para ir embora, viu uma mensagem brilhar para ela na tela.


Está brava cmg?


A mensagem foi enviada por Draco quase uma hora depois de ele ter fugido do Café. Bem, pelo menos não demorou muito até que ele se sentisse culpado. Mas Hermione não estava brava com ele, muito pelo contrário. Ele foi ao encontro afinal de contas, e conversou (ainda que pouco), pareceu envergonhado quando o assunto ficou delicado, e tentou controlar seus nervos (e quase conseguiu, mesmo que a presença inesperada de Andrômeda o tivesse desestabilizado).

O saldo daquele encontro foi muito positivo, principalmente quando ele deixou as chaves do carro com ela, deixando Gina e Andrômeda embasbacadas.

— Você não mentiu, ele mudou mesmo – Gina admitiu e continuou. – Ainda continua nervosinho e levemente arrogante...

— Igual a mãe – Andrômeda emendou.

— Mas ainda assim, dá pra ver que está muito diferente.

Hermione sorriu orgulhosa e se animou ainda mais quando Andrômeda os convidou para irem à sua casa. Queria que Ted conhecesse o primo. E Hermione assegurou que faria todo o possível para convencer Draco a aceitar o convite.


Te encontro na fonte?


Escreveu apenas essas quatro palavras como resposta, raciocinando que, se Draco pensasse que ela estava brava, estaria mais disposto a fazer o que ela queria para ser perdoado. Estratégia um pouco manipulativa? Talvez. Mas Hermione não ligava, usaria tantos meios questionáveis quantos fossem necessários (desde que não fossem ilegais ou antiéticos demais) para incorporar Draco ao seu ciclo de amizades. Não estava disposta a perdê-lo.

***

Draco já estava sentado na fonte quando ela chegou e tentou decifrar suas feições. Ela não parecia brava, mas sua mensagem seca e o gelo durante todo o dia insinuavam o contrário. Ela se sentou ao seu lado, longe demais para seu gosto, e o ficou encarando sem dizer nada.

— Oi – ele ofereceu.

— Oi – ela respondeu simplesmente.

Que merda.

— O quanto elas me odeiam?

— Não muito.

Ela estava fazendo aquilo de propósito?

Se o equilíbrio de Draco não fosse tão bom os dois teriam caído dentro da fonte quando foi atacado por Hermione. Ela o beijava com um entusiasmo contagiante e Draco não conseguiu fazer outra coisa senão beija-la de volta. Então aquele fiasco tinha dado certo?

Devo ser o filho da puta mais sortudo do planeta, Draco pensou aliviado.

— Imagino que isso queira dizer que não estraguei tudo.

Wonderland 2 (Dramione)Onde histórias criam vida. Descubra agora