A Iminência da Guerra

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A voz do rei Jeff ribombou nas paredes circulares da sala de reunião. Era um rei um tanto quanto prudente, mas quando se tratava de sua honra, soava até mesmo impiedoso.

-- Eu não admito que Merkenianos fraudulentos tentem roubar-nos! - Disse.

-- Papai, não estão nos roubando. O senhor insiste em uma guerra territorial que irá afundar nosso reino no caos -- Disse Edward, irmão mais velho de Edwin.

-- Meu querido filho, eles mataram sua mãe na Guerra Primordial Mágica. Exijo vingança! E já que querem tomar-nos a Flor Gelada a força, deixem que venham! -- Grunhiu.

-- Vocês vivem usando esse poder ancestral de muleta pra guerras e mais guerras!

-- Isso é motivo suficiente pra esfregar a cara de elfo safado no asfalto -- Gritou Edwin assim que abriu as portas e entrou na sala.

-- Ótimo, alguém sensato na minha família -- Disse rei Jeff.

É visível que os padrões de sensatez são controversos em Fratter. Mas o que se discutia ali naquele momento, era que Merken, o reino elfo vizinho desejava a Flor Gelada.

E aqui chegamos a um ponto onde é vital explicar algumas coisas.
A um certo tempo atrás, não se sabe ao certo quanto tempo, Fratternianos era apenas homens e mulheres com rotinas corriqueiras normais. Já Merkenianos desde sempre foram elfos, e foram indicados pelos deuses, sabe se lá qual deles, que elfos seriam guardiões dos humanos. Bem, não foi o que exatamente aconteceu.

Quando tudo se fazia normal, a mãe natureza decidiu plantar uma leve discórdia entre os reinos, e não, não era a Flor. Era um enorme dragão de gelo que começou atormentar o reino humano. A função dos elfos era proteger os humanos, e assim o fizeram.
Vivia ele, o dragão, em uma caverna ao lado do Rio Tales, bem próximo as Reservas de Magia dos elfos, a uns quinze quilômetros da Floresta Densa, sendo assim, encontrava-se em Merken. O dragão cuspia gelo por onde passava, deixa marcas de destruição por toda região plebeia de Fratter, houve mortes em muitos casos.
Merkenianos sem vontade de resolver pessoalmente, e com medo claro, contrataram um mago especialista em Feitiços de Aprisionamento. Foi ele, pago para aprisionar o dragão dentro da caverna, para que o mesmo não saísse mais pra atormentar a paz tão muito bem instaurada entre os reinos, paz essa que o mesmo mago decidiu por um fim, sem nenhum motivo plausível.

Assim que o dragão morreu, o feitiço posto da entrada da caverna quebrou-se. E no lugar onde havia definhando a criatura mais horrenda que existiu, brotou uma flor de gelo.

Acreditando que a planta possui a propriedades mágicas, o mago quis fazer uma poção com apenas uma das pétalas dela, é mesmo arrancando só uma, decidiu colher a Flor azulada e gelada, e envolve-la em uma redoma de vidro, e pra que a Flor ficasse viva, adicionou um encantamento de longevidade. É com apenas uma das pétalas e alguns dias ele consegui criar a arma mais letal que jamais deixaria a paz reinar em Fratter. A Poção Interiorius.

Entregou a Poção e a Flor ao rei de Fratter, um dos antecedentes de Jeff, Edo, que fez questão de tomar a Poção. Em seu corpo a Poção não fez nada, porém ele tinha aceitado um presente retirado das terras de Merken, é não havia pago por nada. Logo que a noitcia chegou no Palácio dos Elfos, começou toda a reviravolta. Como se não bastasse a Guerra Primordial Mágica ter levado muitas vidas, o filho de Edo que nasceu anos depois, trouxe consigo uma condição genética rara. O poder de criar gelo. O Interiourius estava implantado na família real humana, mas as desavenças não acabariam, só iriam intensificar, visto que agora os seres considerados normais, haviam adquirido uma doença genética letal.

-- Sensato? Pai ele é só um menino! -- Disse Edward.

-- Um menino que foi nomeado General Das Forças De Segurança Fratterniana -- Completou Edwin.

-- Sim, porque fica atirando gelo por ai como se fosse brincadeira -- Edward fez uma carta estranha e apontou Edwin -- Ele vive se gabando desse poder que mal sabe usar.

-- Saiba que meu Interiourius tem uma concentração de 900ppc. Isso quer dizer que existe novecentos partículas de gelo mágico em cada célula minha, isso é mais que qualquer um já teve, nem mesmo você e o papai tem isso -- Disse Edwin rindo.

-- E mais uma vez sendo infantil e idiota. A questão aqui não é poder, é ter consciência, devemos declarar paz e destruir a Flor.

-- Destruir a Flor? Quem declarou guerra primeiro foram eles, e além disso nós recebemos a Flor como presente, a gerações atrás -- Pronunciou-se Jeff.

-- Esse debate aqui não vá levar nada. Não podemos atacar Merken diretamente, considere pelo menos como um adiamento papai -- Falou Edward. Seu pai apenas concordou assentindo. O príncipe mais velho se retirou da sala.

Edwin olhou pro seu pai, coçou a cabeça e saiu. Tinha uma ideia em mente. Aquele antigo Feitiço de Aprisionamento que foi usado no dragão, era lecionado nas escolas de magia em Merken. Em Fratter, ensinavam apenas a existência, poucas pessoas tinham habilidades mágicas, no caso de Edwin era pela genética. Tinha em mente que se era forte o suficiente pra segurar um dragão de 10 toneladas. Sem contar a altura que não se sabia ao certo mas provavelmente era uns 10 metros, Merken guardava o esqueleto do dragão a sete chaves.

Era uma busca tola por um poder que poderia ajudá-lo na Guerra.<br>
Saiu do Castelo e foi direto pra Fratterville, onde dois jovens das Forças De Segurança, é seus amigos moravam. Resolveu contatar primeiro, Henry Floyd. Bateu na porta de Deus casa.

-- Ah - Disse a mãe do garoto limpando as mãos no avental -- Vossa Alteza, que honra o senhor por aqui!

-- Legal, ahn... Henry está?

-- HENRY!! O PRÍNCIPE VEIO TE VER -- Gritou ela, o garoto respondeu que já vinha.

A figura um tanto magricela de um garoto de 17 anos apareceu na porta. Olheiras profundas adornavam seus olhos castanhos, o cabelo sempre muito bem penteado pro lado direito, e a pele marrom. A mãe do garoto fez referência ao príncipe e entrou. Os meninos sem comprometeram.

-- Esse é meu general! Como que entrou em Fratterville sem ser notado pelo povo?

-- Ce sabe... As tropas inimigas me chamam de Trovão, e não é atoa -- Gabou-se de sua velocidade.

-- O que o traz aqui?

-- Bem, o plano... executaremos ele esta noite, sem falta!

O Trono de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora