I know that you got daddy issues - drarry

i taste you on my tongue

Harry estava agora com suas roupas molhadas e seus cabelos ainda mais bagunçados que o normal, se é que isso é possível.

O sol estava se pondo tonalizando o céu com uma mistura desajeitada de amarelo laranja e um pouco de azul, era uma cena bela de se observar, harry podia admitir.
Aquilo poderia até ter-lo inspirado a escrever um poema, se sua mente não estivesse totalmente vazia de ideias, ele preferia nem tentar ao correr o risco de falhar. Porque, pelo menos nessa situação, ele tinha a opção de não tentar.

Esse último pensamento desencadeou uma onde de desespero crescente no garoto, que sentia suas mãos escorregadias e o som de seus batimentos cardíacos estouravam em seus ouvidos. Ele não demorou muito a reconhecer, era o início de um ataque de pânico.

Harry apertou o passo, passando direto por qualquer um que aparecesse em seu caminho, com a visão nublada, apenas focado em chegar rápido ao quarto e fazer uso de uma das poções que madame Pomfrey havia o dado. Seus planos porém foram arruinados quando uma dor se espalhou por seu ombro.
Chacoalhando a cabeça para sair de seu transe, harry levantou o olhar, que reconheceu de imediato o olhar prateado da pessoa em que havia esbarrado, era malfoy, seu inimigo número 1 desde que se conhecia por gente.

Potter, por costume, já fechou sua face e cruzou os braços como forma de defesa, esperando alguma frase cheia de sarcasmo e gozação, típica do loiro, que tiraria harry do sério como sempre.

Seu queixo caiu quando a única coisa que saiu da boca de draco foi um baixo e assustado "desculpe", e observou vidrado em choque enquanto o malfoy se afastava com pressa.

Harry não fazia ideia do que havia acabado de acontecer, e nem podia explicar que ao invés de alívio, como hermione e ron se sentiriam em uma situação assim, o garoto se sentiu... desapontado? Afinal era esperado que ele revidasse certo? Sempre foi assim entre eles, e aquilo incomodou harry mais do que ele estaria disposto a admitir.

Seu primeiro instinto foi ir em direção à seus melhores amigos, mas sua vergonha o impediu, ele nem saberia como explicar o que estava sentindo, e não achava que aquilo era relevante o suficiente para perturba-los, considerando o quanto ambos estavam cheios de afazeres.

Não, decidiu harry, não valia a pena os incomodar.

<3

Ao entrar na sala comunal de sua casa, recebendo alguns olhares por sua condição (roupas molhadas e cabelo atrapalhado) e efetivamente ignorando-os, Harry é parado por sua melhor amiga, que carregava um mini sorriso em seus lábios. Uma boa notícia, ele esperava.

- Harry! eu estava lhe procurando! trago boas notícias - diz a menina, com aquele jeito animado que sempre achava um jeito de contaminar harry.

- Pois então me conte, estou mesmo precisando de algo para alegrar minha astral- ele recebeu um daqueles olhares de reconhecimento, que diz "eu sei bem disso".

- Ok, eu conto e você vai direto para o chuveiro, certo?- harry acena positivamente com a cabeça- Os rumores de uma festa com a temática trouxa estão correndo entre os alunos do último ano, parece que vai ser na sala precisa daqui a dois dias, com o propósito de aliviar um pouco o cansaço de todos- explica a morena, animadamente, o brilho nos olhos não deixando esconder o quanto ela gostava da ideia, apesar de ser arriscado.

Algo como entusiasmo tomou conta de Harry, ele sentia tanta falta de simplesmente agir como um adolescente normal. Não menino que sobreviveu, não o escolhido, não Harry Potter, o menino da profecia, ele queria ter a chance de ser Harry, só Harry, pelo menos por algumas horas.

Todas suas responsabilidades como o Eleito sugavam diariamente sua energia, ele sentia constantemente o peso do mundo (mais literal do que ele gostaria) em suas mãos, se a festa cumprisse sua proposta, harry ficaria contente em quebrar as regras sem o menor resquício de culpa. Até porque, ele sabia que não era o único exausto aqui, todos precisavam disso, dessa pitada de vida.