Kirishima encarava a porta do loiro e perguntava-se se deveria baté-la ou não, afinal, sabe-se lá o que Katsuki poderia fazer apenas pelo fato de alguém entrar em seu quarto.Não aguentou mais, bateu três vezes na porta, e foi apenas ignorado.
- Suki? Sou eu.
Demorou um pouco, mas finalmente obteve uma resposta.
- O que 'cê quer, cabelo de merda?
- Eu posso entrar?
- Porra, Kirishima, são quase três da manhã! - disse o loiro, grosso, mas não com raiva. Não tinha nada que o fizesse ter raiva de Kirishima, ele era perfeito demais, lindo demais e... "POR QUE MERDA EU TÔ PENSANDO ISSO?!"- pensou Bakugo.
- E-eu sei, mas eu tive um... um...
- Um o que, caralho?!
- E-eu tive um pesadelo, tá legal...?!
Após dez segundos que pareceram horas, a porta se abriu.
- Qual foi dessa vez?
- Eu não quero falar...
- Veio fazer o que diabos aqui então?!
- Eu só precisava saber que... você... estava aqui...
- O quê?! É claro que eu tô aqui!
- É-é complicado, o pesadelo é difícil de explicar...
Depois de um tempo encarando o mais novo, Bakugo cedeu e o deixou entrar.
- Tsc, pode entrar. Mas você vai me explicar tudo direito e em perfeito tom.
- Tá bom, Suki! - dera aquele sorriso, o sorriso que fazia com que Katsuki se sentisse... estranho. Era perfeito, seus dentes pontiagudos brilhando e uma certa despreocupação se instalava em Bakugo quando o via.
Depois de adentrarem o quarto, Kirishima se sentou no chão e inclinou sua cabeça para deitá-la na cama.
Katsuki sentou na cadeira da sua escrivaninha, virado para Kirishima, o encarando.
- E então? - perguntou Bakugo, quebrando o imbecil do silêncio - vai falar ou tá difícil?
- Promete que não vai rir?
- Não posso prometer o que não sei se vou cumprir - deixou um sorriso ladino escapar ao final da frase.
- Prometa, Bakugo.
- Tsc, táá.
Kirishima ao menos tentou falar alguma coisa, mas ao invés de palavras, saíram outra coisa.
Lágrimas gordas e redondas saiam descontroladamente de seus olhos.
Merda.
Estava chorando na frente de Katsuki.
O que ele iria fazer? Rir? Zoar de sua cara?Mas ao invés disso, Bakugo saiu rapidamente da cadeira e se sentou na frente de Eijirou.
- Kiri... você tá bem?
- Eu... eu...
Kirishima engasgou com as próprias palavras, havia um nó em sua garganta, o choro não o deixava falar devidamente.
Disse em meio aos soluços:
- E-eu sonhei que você havia morrido, Bakugo, eu... sonhei que você não estava mais aqui...
- E-ei não chora... eu tô aqui, olha! Não precisa ficar assim.
- Eu sei, mas é que... o sonho parecia bem real. Você 'tava lutando contra um vilão e... ele te acertou, você rolou e bateu a cabeça muito forte, e então... Bom, e então aconteceu.
Kirishima olhava para Katsuki.
- Desculpa - agora estava observando suas próprias mãos que estavam sobre seu colo - Eu sei que é bobeira ficar triste só por isso, mas você é meu melhor amigo, seria um inferno não ter você para reclamar ou gritar comigo.
- Sim, é bobeira.
- E-er-
- É bobeira você achar que é bobeira.
- É?
- É.
- M-mas-
- É normal as pessoas terem pesadelos, Kirishima, e ponto.
Eijirou voltara a encarar o loiro.
- Suki.
- Oi?
- Posso dormir aqui hoje?
- Não.
- Aaaaa por quê?
- Três motivos - mostrou três dedos de sua mão - Primeiro que eu odeio companhia. Segundo que você deve roncar pra caralho. E, terceiro - encarou sua cama - só tem uma cama.
- Você realmente já sabe o que falar se alguém te pedir 'pra dormir aqui, tem a desculpa na ponta da língua.
- Lógico.
- Bom, eu tenho a solução para seus problemas.
- Dúvido.
- Primeiro, - se levantou, encarando Bakugo - dependendo da companhia, sim, você gosta.
- E quem disse que eu gosto da sua companhia?
Kirishima inclinou a cabeça, olhando para Katsuki como se fosse um gato na rua.
- Não gosta?
- Não.
- Mentiroso.
- Você tá abusado, hein, cabelo de merda!
- Culpa sua.
Bakugo olhou indignado para Kirishima.
- Segundo que, não, princeso, eu não ronco "pra caralho" - colocou nas próprias palavras de Katsuki - E sobre a cama, é só pegar um lençol, colocar no chão e encher de travesseiros e almofadas.
- Como se eu fosse colocar meus travesseiros no chão.
- Existem os meus, sabia?
- Eu já falei que não, Kirishima!
A situação estava difícil, Kirishima teve que apelar para a decisão mais máscula que poderia pensar.
Implorar.
- Por favooooooor, Sukiiii - fez um biquinho como se fosse um bebê prestes a fazer birra ou chorar.
- Não é não, porra!
- Eu posso ter pesadelos de novo.
- E o que me importa?
- Você me parecia se importar a uns minutos atrás.
- Argh, TÁ! Faz o que quiser! Mas não vem chorar se tiver a buceta dos pesadelos de novo!
Eijirou começou a rir.
- TÁ RINDO DE QUÊ?
- Grita mais alto, Bakubro, o pessoal não tá ouvindo - disse, ainda sorrindo.
- VAI. TOMAR. NO. CU - falou dando pausas nas palavras.
- Enfim, tô indo pegar minhas coisas. Tchau, senhor bomba.
- O cacete - Kirishima não estava mais lá quando ele falou isso, mas não se importou.
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a uma porta de você
FanfictionTudo começou por causa de um pesadelo. Eijirou Kirishima é um rapaz muito másculo - como diz o mesmo - cujo melhor amigo é Katsuki Bakugo, uma pessoa não muito amigável e... raivosa. Porém, Eijirou não se importa com isso, afinal, é seu melhor amigo...