Noah estava mesmo empenhado a arrumar uma nova ajudante, que complementasse e tirasse um peso enorme das costas de Joana.
Colocou o anúncio em jornais, além claro, nas redes sociais. É bem conhecido e renomado pelo seu trabalho, sabe que rapidamente irá achar alguém. Mas tem que ser de confiança, por isso a pessoa que se candidatar, irá passar por uma entrevista, feita pelo próprio homem.
Hoje é uma sexta feira, chuvosa como de costume na capital, mas pelo menos é o seu dia de folga, onde pode tirar um tempo para si e relaxar, longe de toda a correria do laboratório de pesquisa.
Ser astrônomo não é fácil, mas não quer dizer que seja tedioso. Muitos tem essa visão, de que analisar o céu e o estudar pode ser chato, sempre vendo a mesma coisa, a todo momento. Mas não, cada dia que passa Noah se sente mais apaixonado pela profissão que exerce.
Tem dinheiro suficiente para si, e poderia facilmente já largar o seu posto, passando para outro cientista do grupo que analisa junto dele, já que todos lá querem o cargo cobiçado de Urrea. Mas se fizesse isso, perderia a ânsia de viver.
- "Café para você Mary"- o homem anunciou sua entrada dessa forma, além do sino preso acima da porta, que ao ser acionado, preencheu o local com barulhinho baixo dele.
Um Noah sorridente estendeu o papelão onde os dois cafés que trouxe estavam presos. A jovem recepcionista sorriu, já bem acostumada com o jeitinho do freguês do orfanato.
Ele sempre passava lá em suas folgas, já que visitava Abel, um menininho que teve o prazer de conhecer em um de seus trabalhos voluntários, onde doava um pouco de sua renda para o pequeno orfanato "Criança Feliz".
Abel sempre foi uma criança quieta, desde que chegou. Foi encontrado em sua cadeira de rodas, no meio de uma encruzilhada, chorando a pleno pulmões, abandonado pela própria família por ter perdido uma perna, em um acidente que tinha tudo para ser fatal. Com apenas 1 ano de idade.
A criança tinha medo de tudo, e a única pessoa que conseguiu desatar os nós enrolados de seus traumas, foi Urrea. Era a única pessoa que o garotinho confiava, e falava de tudo com o mesmo.
Hoje em dia, a criança consegue conversar com todos do orfanato, e aos poucos vai ganhando confiança em outras pessoas, a não ser Noah. O homem morre de orgulho, a cada conquista do menor.
- "Obrigada Noah, sempre muito gentil. Abel está um pouco doentinho hoje, por isso não está no pátio brincando. Vá o ver no dormitório"- Mary o instruiu, assim que bebeu um longo gole do café fumegante, junto dele.
Não demorou muito para eles terminarem o breve
"café da manhã", e assim que acabaram, o de olhos verdes foi até o dormitório 7, já bem conhecido por si. Claro, como o bom cavalheiro que era, esperou Mary, a recepcionista do local, terminar o café junto dele, não a deixando sozinha.Adentrou o recinto silencioso, quase vazio, escutando apenas fungadas tristes vindo de uma das camas do fundo. Sabia de quem era.
Andou preocupado até uma das últimas camas do grande dormitório, parando assim que viu um par de mãozinhas segurando buddy, um ursinho listrado que o homem deu de presente a uns anos atrás para o garotinho, que agora chorava baixinho agarrado a ele.
- "Tio Noah?"- Abel secou suas lágrimas rapidamente, virando na cama, assim que sentiu o colchão afundar, anunciando que Noah havia sentado na ponta da mesma, bem pertinho do pequeno corpo ali deitado.
- "Hey pequeno! Porquê chora? Sabe que não gosto quando vejo lágrimas de tristeza em seu rostinho, bebê"- o mesmo ditou calmo, acariciando o rosto rechonchudo pelas bochechas amassadas de sono do menor.
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we home
Romance(S/n) finalmente consegue fugir com o seu filho da casa abusiva que vivia, fugindo diretamente para Londres, o lugar de onde ela nunca deveria ter saído. Noah é bondoso e amoroso demais, porém nunca conseguiu sentir as famosas borboletas em seu est...