Capítulo 2

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Âmbar

É como cair eternamente. Pensei.

Eu girava naquele redemoinho de magia, caindo no infinito e no eterno.

Me sentia como a Alice depois de cair na toca do coelho branco, porque era exatamente igual.

Estava demorando, ou eu estava ansiosa demais? Parecia eterna aquela queda no tempo e no espaço, era como mergulhar fundo em uma piscina e depois tentar a todo o custo subir rapidamente a superfície em busca de ar e luz.

Era exatamente assim.

Quanto tempo durava o eterno? Talvez, às vezes apenas um segundo.

Aquela luz estava começando a grudar em meu corpo, se tornando um brilho vermelho rubi, me cobrindo como se aquilo fosse uma segunda pele, eu encarei minha mão que estava coberta completamente por ele, e depois, ele engoliu o meu rosto.

Senti como se houvessem borboletas em minha barriga, tive a sensação de ser crescida e esticada até mesmo os ossos, senti minhas orelhas esquentarem e meu corpo ficar diferente, era como se eu estivesse com um novo, e não o reconhecesse, não soubesse seus comandos, como o usar.

A luz sumiu de mim, e então vi, que a queda acabaria em menos de segundos.

Eu fui puxada com brusquidão pela magia vendo brilhos de raios e ouvindo rugido de trovões.

"Uma sonhadora nascida em uma corte de pesadelos".

Eu ouvia os mesmos sussurros a todo o tempo, a todo o tempo, invadindo os meus ouvidos sem permissão.

"Uma rainha sonhadora"

"Uma guerreira"

Eu pisquei com força.

"Âmbar, você tomará o lugar de Morrigan"

E então tudo ficou claro, e eu fechei os meus olhos sendo cegada pela luz.

Eu abri os meus olhos, piscando, uma, duas, três vezes. Eu morri?

Pelos poderes de Grayskull! Eu morri???

Eu ergui minha cabeça.

— Ai Natasha caldeirão, eu não posso ter morrido. -falei atônita.

Então parei, encarando tudo a minha volta, eu estava em um quarto, rústico, não era bonito nem de longe, eu estremeci diante dele.

Erguendo meu tronco eu olho para os lados, é um quarto, e esta é uma cama.

— Boa Sherlock, o que mais você descobriu? Que o céu é azul  e a rosa é vermelha? -murmurei para mim mesma.

Eu chutei os cobertores, encarando as minhas pernas, estranho, estão mais... Longas?

Eu franzi o cenho as tocando e então, encarei a minha mão, os dedos estavam mais longos, meus braços estavam mais longos.

Mas que merda é essa??

Eu me pus de pé de imediato, amaldiçoando os deuses e o mundo quando me desequilibrei, eu abri os braços buscando o equilíbrio que eu havia perdido, me fixando no chão, eu respirei fundo, dando o primeiro passo, desajeitado, e então outro, e mais outro, mais um.

Eu caminhei devagar por aquele quarto, eu parecia ter crescido, sim, eu havia crescido mais.

Eu encarei o espelho de corpo inteiro que havia no quarto, e então me aproximei, ficando diante dele, e quando me encarei no espelho.

— Deuses. -eu disse antes de cair para trás.

Meu corpo se chocando contra o chão.

Eu ergui minha cabeça, o que foi que aconteceu comigo???

Corte de Sonhos e PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora