Capítulo 5

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Âmbar

Keir me arrastou, mesmo eu me debatendo, o mordendo e lhe acertando tapas e chutes.

— Você vai se arrepender de ter nascido, vadia. -ele rosnou.

— Eu não quis ter nascido! Se descuidou nessa porra de vida porque quis! -gritei.

Ele acertou um tapa.

— Se eu soubesse que seria uma mulher a vir ao mundo e não um homem, eu teria feito sua mãe perder você no mesmo momento. -ele rosnou.

— Desgraçado!! -rosnei me debatendo.

Ele me arrastou até um porão escuro da casa, e lá vi Anastasia.

— Você não vai fazer nada, não é? -a olhei com ódio.

Ela virou o rosto desinteressada.

— Você achou o que procurou, é uma vergonha para esta família. -ela disse seca.

— Lutei bastante para ter um cargo, uma cobra me trataria melhor do que vocês. -cuspi.

Senti um soco na lateral do meu corpo e grunhi baixo, Keir rasgou completamente meu vestido, minhas roupas.

Ele me amarrou a dois postes de madeira, cada braço em um, cada perna amarrada em um, me fazendo ficar esticada.

Eu o encarei, estremecendo mas não ousei baixar a cabeça.

Nunca.

— Se aguentou aquele bastardo dentro de você, vai aguentar isso. -ele me encarou com nojo.

E então gritei, sendo cortada pela sua faca, uma, duas.. três vezes.

Eu gritei, o sangue escorrendo a cada corte e então..

Uma chicotada em meu corpo, outra, e mais outra, eu fui espancada de tantas formas que apaguei.

Por poucos segundos até ele me acordar e me fazer sentir tudo outra vez.

Anastasia encarava tudo com naturalidade, frieza, nem parecia que estava vendo a própria filha ser torturada, ela parecia estar vendo um programa ruim na TV.

Eu chorei, em meio ao sangue, e quando Keir se cansou, ele lançou água com sal e limão em meus ferimentos, eu gritei me debatendo contra as correntes que não me permitiam me mover.

As lágrimas quentes descendo e fazendo arder mais ainda.

Era a pior dor física que eu já havia sentido na vida.

Eu não aguentei a pressão da dor em meu corpo e eu desmaiei outra vez.

Quando acordei, mais três vezes Keir veio aqui dentro, em horas separadas, e me torturou.

Querendo que eu implorasse por misericórdia, mas eu não o fiz.

Eu já não gritava mais, estava sem voz, apenas sentia a dor odulante que me revirava de dentro para fora.

Eu abri meus olhos, doloridos e encarei keir a minha frente, que me olhava com nojo.

Ele retirou as algemas dos meus pés e mãos e eu fui ao chão, trêmula.

Ele me levantou com puxão bruto e atravessou comigo em seus braços.

Nós surgimos em terras na divisa de terras da corte outonal, e Keir me lançou nelas com um bilhete preso em minha barriga.

Ele limpou suas mãos e cuspiu aos meus pés.

— Vadia imunda. -ele rosnou.

E então sumiu.

Corte de Sonhos e PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora