Um cientista começa a fazer experiências com bebês mortos usando gênes de animais em seus DNA e cria uma nova espécie o chamando de Quimera, que pra muitos era chamado de aberração, demônio, vampiro sugador de almas. Os religiosos não aceitaram a no...
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15 horas - Praia de tucuns
Essa era minha praia, meu momento, meu primeiro dia solteira, meu primeiro dia de liberdade em muitos anos. Precisava curtir o máximo possível antes que todo esse sonho acabasse. Foram tantos anos em um casamento desgastado e infeliz que já tinha perdido às esperanças de conseguir sair daquele inferno onde eu mesma acabei me dando por satisfeita. Hoje vejo que existe um universo em volta de mim a ser explorado, uma vida a ser vivida, escolhas a serem feitas por mim e não pela minha família, sonhos à serem realizados, sonhos que algum tempo atrás estava apagado dentro de mim.
Meus pés entravam com tudo dentro da areia fofa da praia enquanto eu caminhava com minha prancha de baixo do braço em direção ao mar de tucuns a alguns metros da minha casa de praia na cidade de buzios. Tinha aprendido a surfar à pouco tempo mas sempre ia com meu amigo e instrutor René, só que hoje eu sentia que estava pronta para ir sozinha. Fiquei mais aliviada em ver que tinha mais alguns surfistas surfando na costa, então sentia que não havia problema nenhum. Só precisava relaxar, sentir minha liberdade em contato com o mar, organizar meus pensamentos e escolher quais seriam meus caminhos agora que sou uma mulher solteira e livre pra viver tudo que não consegui viver ao longo dos meus 22 anos.
_Jadeeee? -Gritou uma voz familiar.
Analisei em volta girando 90 graus mas parei quando vi dois homens colocando seus estrepis no pé ao lado de uma Lamborghini na entrada da praia onde deixavam os carros de baixo das árvores pra não pegar sol. Nunca tinha visto eles aqui antes, com certeza são daqueles grupos do bordy que gostam de marcar território, aqueles riquinhos bestas que só vêm quando quer confusão com os locais. Não queria entrar na briga de ninguém, sempre achei uma palhaçada essa disputa territorial. Só queria pegar umas ondas sem estresse.
_Mulher você vai cair sozinha ? - Perguntou Mike chegando como um flash ao meu lado.
Mike é um amigo da época do ensino médio, ele sempre dizia que queria aprender a surfar, que era o sonho dele mas até hoje nada dele tomar coragem pra aprender.
_Vou arriscar!- Digo.
_Queria eu saber surfar! Vai lá que te vigio daqui.- Disse ele apontando para a costa onde tinha as melhores andulaçoēs.
Analisei a costa e lá estava os dois caras se jogando na beira na costa com suas pranchas chiques. Não entendia muito de prancha mas tinha uma noção da nota preta que era uma prancha daquelas.
_Eles vão arrumar K.o!-Disse Mike os analisando junto comigo.
_Tudo isso por causa de ego masculino.-Comentei.
_Acho melhor você desistir. Vai dá treta!- Disse ele sentando na areia ao meu lado como se fosse ficar de telespectador.
Ignorei ele e fui pra beira da costa. Na beira tinha pedras então eu esperei a onda vim pra se jogar por cima dela, exatamente como René ensinou. A água gelada congelou meus pulmões. Remei em um ritmo acelerado com medo de pegar uma série de ondas na beira e ser jogada nas pedras. Senti a prancha pesada enquanto tentava remar para costa, parecia ser algo agarrado no meu strep.
_Opa! Foi mal gatinha! Segurei sem querer.-Disse uma voz rouca atrás de mim.
_Idiota! Rosnei assim que percebi que ele tinha segurado meu strep.
Era um dos caras chiques do bordy. Provavelmente o mais novo, o que até achei gato de longe mas agora não mais.
_Cuidado com as enguias! - Disse ele ultrapassando minha frente com um sorriso zombeteiro nos lábios. Nossos olhos se cruzaram por uns segundos mas fora o suficiente para me deixar paralisada em pensamento.
Ele parecia ter no máximo uns 25 anos, seus olhos cor de ouro eram incríveis, sua pele era branca da cor de giz, nem parecia ser surfista de tão branco. Seu rosto era inclivelmente perfeito. Com certeza era um cara pra estar na capa de alguma revista de porno americano. Pena que era um babacão. "Babacão" Pensei comigo mesma.
Remei mais pra longe de onde eles estavam à fim de não me misturar. Não queria esbarrar com ele mais uma vez. Sentei na prancha esperando pela onda enquanto pensava no que fazer com minha liberdade além de surfar. Um dos caras que já estavam na água quando cheguei veio remando na minha direção. Avistei uma série de ondas vindo do fundo e me joguei na primeira onda. Ela encorporou sobre meus pés e antes que ela quebrasse eu dropei na prancha e flexonei os joelhos jogando o bico pro lado esquerdo que se chamava bekside. Deslizando sobre a água senti às quilhas colidindo com algo no fundo do mar. Fui arremessada para frente e jogada no fundo até que minha cabeça de chocou com algo duro.
- 14:25 -
Meus olhos se abriram e pude sentir meu corpo novamente, meus olhos lacrimejaram com a luz do sol. Mal consegui mantê-los abertos.
_Ela vai ficar bem!- Disse uma voz masculina.
Lutei pra abrir meus olhos mas a claridade não me deixava enxergar nada. Agora eu conseguia sentir que eu estava deitada sobre a areia da praia e minha cabeça latejava de dor. Imagens dos últimos acontecimentos vieram na minha mente como flash. O momento em que bati a cabeça em algo duro no fundo do mar. Eu estava morrendo, eu tinha batido a cabeça no coral e tinha afetado a minha visão, não conseguia sentir minhas pernas. Provavelmente perdi a movimentação da coluna.
_Vai chamar a ambulância!- Ordenou outra voz mas essa eu sabia de quem era. Era o surfista riquinho gato e babaca.
Eu sabia que não tinha ninguém que poderia me ajudar, sabia que esse era o fim pra mim e o medo tomou conta de mim me fazendo perder o oxigênio, a única coisa que me mantivera viva.
_Se acalme! - Disse a voz do babacão.
Suas mãos encostaram no meu rosto e parecia que quem estava morto era ele de tão gelado. Abri meus olhos tentando ver seu rosto mas o clarão me fez fecha-los novamente.
_Vai logo eles vão voltar logo.-Disse outro homem. Provavelmente o amigo dele.
Mas o que ele quer dizer com vai logo ? Lutei para não entrar em desespero. Eles não teriam coragem de me estuprar aqui na praia assim em plena luz do dia. Mas talvez eles queiram me levar com ele e fazer tudo em outro lugar. Pelo menos vou estar morta e não vou sentir nada. Repeti isso algumas vezes na minha mente até que senti gosto de sangue e apaguei em um sono profundo.
