O SOL A LUA E AS ESTRELAS

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Estava uma Deusa no Cosmo, sua luz era grande, mas existia uma mágoa densa que brilhava em cores escuras, o arrependimento, e isto manchava aquela meiga luz.

Ela descansava em asteroides, visitava planetas e estava sempre só toda via, triste. Ela conhecera muitos lugares de diversas partes habitadas do Cosmo, mas sempre que se deparava com os filhos de outros Deuses lembrava do seu passado, e isso só alimentava sua áurea negra.

Em algum momento do infinito ela se viu observando um grande planeta vazio, na realidade ele era coberto de vegetação, montanhas, desertos e um vasto oceano. Não demorou para aquela Deusa perceber estar encantada por aquele lugar, não demorou para ela perceber estar encarando o lugar que queria chamar de lar.

Naquele planeta, a penumbra noturna não recaia sobre as terras, ou melhor, por sua terra, pois lá só existia um grande e único continente, mas grande o suficiente para suster a necessidade de qualquer povo que o criador estivesse apto a locar ali, mas não existia nenhum ser inteligente, nenhum animal, nem mesmo insetos, só um gigantesco verde.

A Deusa começou a visitar aquele lugar diariamente e seu amor por ele só aumentou, e foi tão intenso a admiração dela, que se mudou definitivamente para lá.

Não era racional um Deus abandonar um lugar tão belo quanto aquele, mas estava só, sem nenhuma assistência, sem proteção. A Deusa então decidiu por ela mesma tomar posse daquele lugar, e iniciar assim uma nova jornada do seu infinito pessoal.

Dias se passaram e apesar de não haver noites, mais de cento e vinte e cinco renascer do sol foram contados pela Deusa, e em um destes, ao caminhar próximo do Rio que ela nomeou Perdita, viu um homem alto, robusto e negro se banhando nu em uma das curvas do rio. Ela estava encantada com tal beleza e poder que aquele homem tinha, seu poder era tal que as águas do rio ao tocar sua pele evaporava e bolhas se formavam ao seu redor. Sua pele negra parecia brilhar, reluzir fortemente os raios solares, bem-dizer ele parecia o próprio sol.

A Deusa observava ele banhar-se não com líbio, mas com uma admiração exorbitante. Ele emanava uma breve sensação de caos e conforto, duas coisas que não pareciam se harmonizar, mas que entre tanto no momento eram a mais bela sinfonia já ouvida, e a Deusa ouvia, seu corpo sentia, e seus ossos vibravam tudo isto.

Em um piscar de olhos ele desapareceu. E escondida atrás de uma árvore, A Deusa se perguntava para onde ele podia ter ido, quando uma voz grave e estranhamente sensível soou atrás dela.

"Quem és tu?" — Perguntou o Deus.
A Deusa em um salto virou-se acanhada, mas a paz imensa que sentia naquele momento, a paz que emanava dele, a fez agir para ser compassiva com a pergunta que ele lhe fizera.

"Sou Adalu, e tu quem és, e, porque estás neste planeta?"

"Tola, não sabes que eu sou o criador de tudo isto em que pisa, não sabes que eu sou Olum, e esta é minha terra, o lar que eu me dei, Olumidé." — Disse Olum, calmo e com uma serenidade avassaladora.

"Então criastes está terra para teu descanso?"

Olum respondeu com um breve aceno com a cabeça.

Adalu não conseguia acreditar que alguém poderia ter tanto poder e desperdiça-lo com um feito tão egoísta, ou melhor, exibicionista, porque criar algo tão imenso, se não terá ninguém para ver ele. Esta pergunta ecoava na cabeça daquela Deusa, e ela não tinha intenção alguma de questionar nada, mas, no entanto não foi necessário.

"Se não há ninguém aqui, ninguém poderá destruir." — Disse Olum, como se soubesse oque a Deusa estava pensando.

"Eu não disse isso." — Réplicou Adalu.

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