O NOVO MUNDO

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Um misto de incerteza tomou conta da mente da jovem garota. Na realidade tudo oque ela tinha como realmente seu eram as incertezas, visto não conseguir lembrar de onde veio, entre outros milhares de pensamentos inconclusivos que permearam sua mente desde que se dera à conta de estar viva, que, aliás nem era uma certeza.

"Quem é você?" — Pergunta assustado o garoto alto.

Kera não sabia o porque, mas o rapaz que estava a sua espreita, parecia mais assustado que ela, oque não fazia muito sentido, mas que por um alívio, era um alívio, mesmo que minúsculo e bem tênue.

"Meu nome é Kera." — No mesmo momento em que falou seu nome, percebeu que lembrará quem era. O som que seu nome fazia ao sair de sua boca era tão familiar quanto sua pele de cor negra, mas ela não entendia ainda o sentido de tudo aquilo.

O garoto deu um paço para trás com o rosto notavelmente pálido de horror, e então tirou uma pequena adaga de sua cintura que pareceu surgir de dentro do corpo do garoto. Agora o rosto de ambos estavam mais palidos que um pedaço de papel.
Então o rapaz lentamente olha para o rosto petrificado de Kera vira a lamina da adaga em direção ao seu próprio corpo e a coloca no chão com movimentos lentos e de uma cautela gigantesca, e levantando-se estendia suas mãos para o alto e disse.

"Hinituniana, por amor aos ancestrais, não me mate, eu... eu, não tenho nada a oferecer." — Diz ele pondo ainda com cautela, a mão direita próxima à sua coxa e dando dois toques no tecido de suas calças, abriu-se um pequeno bolso, de onde ele tirou duas pequenas moedas e estendendo a mão para frete falou.

"Isto é literalmente tudo que eu tenho, minha siná é muito longe daqui e não valeria a pena nenhuma ação precipitada. Por favor, Lembre-se do tratado!" — Disse ele com uma serenidade absurdamente falsa.

Kera não tinha a menor ideia do que acontecera com ela, e tentar decifrar com lógica oque aquele rapaz acabará de lhe suplicar, parecia exaustivo de mais para alguém que supostamente acabará de cair do céu.

"Eu não vou te fazer nada, mantenha a calma por favor." — Fala Kera com uma das mãos sobre seu calcanhar machucado e outra estendida para a frente como uma breve súplica de paz.

"Como assim? Você não é de Hinitun? E oque faz aqui?" — Pergunta com extrema rapidez o Rapaz alto no meio do bosque.

"Você fala muito rápido, e eu não faço a mínima ideia do que você esteja se referindo, não sei nem o porque estou aqui. Penso que estamos no mesmo barco." — Agora os dois já notaram que não eram nem um pouco nocivos, oque devolveu o fluxo comum do sangue nos seus corpos.

"Mesmo barco? Mas estamos em Maninga... Isto não fez o mínimo sentido. — Fala ele estendendo a mão para frente para ajudar...

"Não consigo me levantar!" — Kera fala rapido e um tanto quanto constrita, cortando como uma lâmina afiada a animação espontânea do garoto, apontando para seu calcanhar roxo e inchado.

" Tudo bem, você só o torceu." — Fala plácido como o oceano ao tardar de um dia.

Ela perguntava-se como ele podia pedir calma na situação em que ela se encontrava e o garoto... bem, ele notou que falara de mais. Toda via tal qual uma ovelha que segue seu pastor, ela se apoiará na mão estendida de do rapaz alto e magro, e apoiando a outra no tronco de madeira podre que achou estirado no meio do Bosque e utilizará por algum tempo e nele findou como seu primeiro abrigo, levantou-se e caminhou com aquele garoto estranhamente atraente. Juntos caminhavam em meio ao Bosque denso.
O sentimento de confusão Na Cabeça de kera, chegava ser chato inóspito talvez impróprio para o momento em que ela estava, tudo que ela queria naquele momento era poder aliviar a dor que irradiava de seu calcanhar. E mesmo assim sua cabeça ardilosa insistia em emanar aquela sensação chata de descontrole emocional, que sim, poderia ser sinal de algo, mas que não estava ajudando nem um pouco naquele momento.
Caminhando por alguns metros em completo silêncio, ou melhor, caminhando embalsamados pelos gemidos de Kera, esses quais dava para sentir a dor que emanava, como se fossem algo palpável. Dera à oportunidade da garota, observar a aparência bela e as vestes estranhas do rapaz em que se apoiava. Apesar de não se lembrar muito do seu passado, ou melhor nada além de seu nome, Kera sabia que aquilo não era familiar, sabia que ela nunca havia visto algo como aquilo ou como todo aquele lugar, aqueles sons, aquele cheiro, não parecia sua casa, mas o que era a sua casa? A icógnita gigantesca rodeava sua mente como um líquido escuro, negro e denso que talvez parecesse culpa, mas que, na verdade era apenas medo, coisa essa que a garota sentirá desde o momento em que foi carregada para dentro do mar. Ela ainda não lembrava, mas o medo, seu calcanhar machucado e a sensação de não estar segura, são coisas que por incrível que possa parecer, não eram por ela estar naquele planeta.
Seres humanos são permeados por culpa, medo e outras Sensações, emoções e sentimentos que os fazem humanos que os fazem vivos e Racionais e agora que ela sentia tudo aquilo, a sensação de estar viva, era uma tortura.

Aliums, a ruína de Portentum Onde histórias criam vida. Descubra agora