O BOSQUE

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Ela caía. Voltas e mais voltas em uma imensa queda.
Um momento de lucidez. Agora esta caindo em um bosque. Tudo é muito escuro, e as únicas luzes que vê  são como estrelas em um céu negro. No mesmo havia grandes poças d'água, a queda a joga em uma delas e então sente em seu corpo débil, um estampido que a surdeia.

Por um segundo o ar foi comprimido em seus pulmões.

Ela volta a cair. Esta muito cansada. Um horrendo sentimento de angustia fere seu peito, suas pálpebras mal abrem e relances de imagens são jogadas em sua vista. Continua a cair em alta velocidade. Um grande impacto e por fim sua vista sucumbe a escuridão. 

Kera está jogada no chão de Maninga,  um grande bosque, de um lugar muito distante da terra.

As árvores formam a sinfonia de um desastre eminente, um momento de calma e silêncio precedem os minutos de dor e agonia sentidas por ela ao mover-se e notar que alguns dos ossos de sua perna estão deslocados, possivelmente quebrados.

Se arrasta no chão com dificuldade até um tronco de árvore próximo ao local onde havia acordado e subindo nele se senta para checar oque havia acontecido em sua perna, e findar a dúvida de porquê sente tanta dor.

Logo percebe que nada estava quebrado, por fim um alívio. Mas Tudo ainda dói muito.
Kera olha para seu pé com receio ao notar que sua perna não tinha nenhuma parte côncava ou alguma fratura exposta. Olhando com mais cuidado, nota que seu calcanhar está inchado e com uma coloração levemente arroxeada. Ela o toca, mais logo afasta a mão. Uma dor imensa, se alastrou em reação ao toque.  Sem saber oque fazer, sem se quer lembrar quem é e muito onde está.

Porém um breve sentimento de mansidão, grita em seu peito  para que continue, e solucione então isto que lhe aflige, com tanta dor. Ela estava decidida a colocar o calcanhar no lugar,  ou ao menos sofrer tentando.

Alguma coisa parecia brilhar em sua mente, algo que dizia extamente oque fazer, mesmo achando que não  tenha a mínima ideia de como realizar aquilo.

Tentando não relutar em tocar no local machucado, Kera segura firmemente o peito do pé direito e também em uma parte próxima ao inchaço. Então, com muito esforço o puxa para baixo e com um movimento rápido empurra-o para o lado esquerdo. Um som grotesco, murxo e quase inaldivel. Seu calcanhar estava no lugar.

Ador lhe era insuportável, ela gritara com um tom tão feral que lembrava vagamente uma pantera, silencio, eis o fim da bela sinfonia.

Ainda sentada no tronco velho no meio do bosque, tenta acarretar forças para levantar-se e procurar a civilização mais próxima, se é que exista, afinal: que lugar é aquele? Quem ela é?

Na sua mente existia a certeza de que precisava de alguém para explica-la oque estava acontecendo. Nesse momento  nada fazia o menor sentido Tudo oque estava acontecendo.
Como ela parou naquele bosque? E porque ela lembra de estar caindo do céu?

Olhando ao redor enquanto se perguntava oque diabos estava acontecendo, ela percebe a beleza estonteante do local onde está. As árvores, plantas e até mesmo o musgo velho nas árvores anciãs, tinha uma cor tão bela e brilhante, como se fossem retirados de uma foto muito bem editada do acervo de um fotógrafo profissional.

Tudo era praticamente mágico naquele lugar, mas isso não fazia o mínimo de sentido. Não tinha como ser ser real, pensou ela.  lugares como aquele, (não que Kera soubesse) poderiam existir. A pesar de estar presenciando a olho nu, a cada momento tudo parecia ainda mais improvável.

Derrepemte, um arrepio em suas costas parece levantar todos os pequenos pelos.

Ao longe, Kera escuta passos vindos de alguma direção, mas, o vento soprando as copas das árvores não a daria chances de saber de qual direção eles vinham.

O coração da jovem batia rápido com medo de que aquilo que a rodeava vinhera a ser um predador voraz buscado se alimentar do seu corpo. Entretanto, por algums minutos os passos cessaram e tudo oque se ouvia era o som do vento que fazia as árvores dançarem, em uma valsa que parecia sussurrar belos poemas.

Kera escuta um galho seco de árvore se quebrar logo atrás dela. Seu corpo todo congela, seu rosto pálido como o de quem passara pó de arroz, deixa claro o quão apavorada a garota estava naquele momento que em sua mente fértil imaginara sua própria morte sangrenta e ordinária a um filme de terror adolescente.

Que ridículo. Pensou a garota bruscamente, buscando consolar seu próprio desespero. 

Ela olha lentamente para trás, e a cada momento que se passa ela imagina uma fera diferente da outra. Se as árvores são tão majestosas aqui, imagina suas feras. Novamente  pensa a garota plerpexa.

Quando ela enfim encara o que lhe rodeara, ela se depara com um garoto alto, de pele escura e cabelos trançados para trás. O seu corpo por fim volta a ter calor, oque a  faz lembrar que está com o calcanhar machucado.

Aliums, a ruína de Portentum Onde histórias criam vida. Descubra agora