Cem anos se passaram desde que Olumidé ganhou seus continentes, cem anos de grande crescimento, evolução social e tecnológica.
A tecnológica alium, passara a ser algo verdadeiramente surreal. Em um curto período de tempo os cidadãos eburnianos, abençoados por sua inteligência, criaram automóveis, e reproduziam seus vídeos, áudios ou fotos, em telas e dispositivos de bolso, muito semelhantes ao que vocês podem conhecer como smartphones, sem contar o sistema de redes de intercomunicação, oque tornava a vida em Olumidé muito evoluída, mas não só por suas façanhas tecnológicas, as classes sociais de Olumidé eram harmônicas, cada uma era necessária, desde os Portunários, passando pelos, Afurtários, até os Ricrítios, cada uma delas existia por um motivo.
Eu, por você. Você, por mim. Era o lema, das nações unidas de olumidé. Separados por imensos mares, mas unidos em propósito, lá não existia fome, ou desemprego, não havia poluição, não havia violência. Isto se dava porque cada classe social era responsável por cuidar de algumas dessas áreas, cada dinastia era responsável por cuidar de suas incumbências, eram responsáveis por usarem os seus dons para o bem comum.
Adalu, apesar de muito desapontada com as atitudes do Deus Sol, ensinou veemente os seus filhos a cultuarem Olum, a cultivarem suas lendas e manterem a sua presença, isso desde o início fora passado geração pós geração.
Sem o sol não existiria vida naquele planeta, consequentemente ela não teria seus filhos e por isso, ensinou as festividades, os rituais, e as ofertas para os ancestrais, que os mantiveram a risca cada ensinamentos.
A cada quatro anos, os Ancestrais, se reuniam para comemorar, saudar e pedir bênçãos ao Deus sol e para Deusa lua. Eram quatro dias de pura festa em todo o planeta, comidas típicas, dança e muita música eram presentes durante as comemorações do Sula, pois assim era chamado aquela data, que acontecia sempre durante o verão. Os efeitos do Sula eram notórios, o fortalecimento dos dons, a abundância e fertilidade das terras, mares ou lavouras. Força inigualável. Poder tal, que aquele mundo nunca se viu em tamanha qualidade de vida.
Diante a bonança, a população, havia crescido como vinhas em um jardin abandonado, oque antes eram apenas dezesseis habitantes distribuídos pelo mundo, agora passará a ser mais de sententa mil. Filhos e filhas dos Ancestrais, a prole de Adalu, filhos estes que nunca deveriam esquecer as lições que para eles foram passados por intermédio da Deusa lua, e que deveria ser ensinadas, independente de qual geração se tratasse.
Mediante a este crescimento, as classes sociais em Olumidé, deixaram de serem harmônicas, a ética fora completamente corrompida pela luxúria, mantida em pé por um fio, fino de vidro, que por fim, fragmentou-se. Oque significa dizer, que agora eram classes independentes, cada uma por si. As classes dominantes, sempre tinham o intuito de arrecadar ainda mais capital daqueles que, se encontravam nas demais classes, as menores, as mais pobres. Assim como o Deus sol se fazia presente ao ser clamado, a vulnerabilidade que a pobreza trazia aos menos afortunados foi onde os poderosos encontraram a sua fonte de poder inesgotável. Era oque parecia.
Existiam agora, quatro classes sociais, naquele planeta, classes que eram um reflexo de todo o orgulho corrosivo e acido das novas gerações de aliums. Estas eram: Classe A, os centrais, antigos Ricrítios. Classe B, não periféricos, que também podiam ser chamados de Afurtários. Classe C, Marginais, os antigos Afurtários. Classe D, suburbanos, os antigos Portunários e os demais abaixo disso.
As divisões de classes, surgiram como proposta do governo hinituniano, para trazer equilíbrio para os povos de cada nação, entre tanto, só trouxe atona o egoísmo e a segregação dos povos, junto às divergências religiosas.
Com a evolução social, Olumidé entrou em um período conhecido como Obumbratio, a era do orgulho, a grande soberba. Aos poucos a maioria dos ritos e ensinamentos dos deuses foram esquecidas ou modificadas, para assim enriquecer ainda mais as classes dominantes, que utilizavam os "ritos da nova era" como forma de estorquir os bens dos seus seguidores.
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Aliums, a ruína de Portentum
Roman pour AdolescentsAventura fantástica. Afrofuturismo. Ficção adolescente. Repentinamente sugada para outro planeta, Kera descobre fatos que podem mudar sua forma de viver. Enquanto se aventura neste novo mundo cujo acabara de cair, tenta lembrar de quem ela é, enquan...