1°| Capítulo 27: O galpão

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MAYA MIYAZAKI


  Acordo sentindo uma forte dor de cabeça, e uma dor estranha no pescoço. Sinto uma tontura minha atingir quando abro os olhos e tudo estava turvo, minha visão estava desfocada e isso me dava mais ânsia por algum motivo.

Começo a tossir compulsivamente enquanto me desesperava ao sentir minhas mãos e pernas amarradas a uma cadeira. O flash de memória vem à minha mente no mesmo momento como um dejá-vu, lembro daquela sensação de estar de mãos atadas tão vivamente quanto agora.

Quando finalmente consigo enxergar claramente me vejo naquele galpão que assombrava minhas memórias, o mesmo lugar escuro, sujo e silencioso que eu me lembrava vividamente mesmo depois de anos.

Tudo parecia tão real que chegava a ser cruel me fazer viver tudo aquilo de novo, tão vividamente. Os meus pés pequenos com apenas um par da minha sapatilha que eu usava pra ir pra escola aos 12 anos, a minha saia do uniforme escolar suja e rasgada juntamente da minha blusa que também estava rasgada, a dor insuportável no meu pescoço, o sentimento de estar grogue por causa de alguma coisa que eles me deram. Tudo era tão real, como se eu estivesse ali de novo, vivendo meu pior pesadelo novamente.

Quando escuto risadas escandalosas vindo de algum lugar na escuridão e meu corpo fica tenso e em alerta mesmo sabendo que não tinha como aquilo ser real. E a cada segundo a risada ficava mais próxima, meu corpo ficava mais tenso contra a cadeira de madeira, como se eu quisesse ficar invisível ali mesmo para que eles não me vissem.

Fecho os olhos com força murmurando pra mim mesmo 'acorda' várias vezes, quando sinto as mãos ásperas e quentes como uma barra de ferro quente em minhas pernas tento gritar, mas havia um pano em minha boca. Me debato na cadeira enquanto sinto as mãos em cada parte de mim, me queimando por dentro, sinto o vômito preso na minha garganta a cada segundo que aquelas mãos me tocavam, e quando escuto uma explosão vinda de fora do armazém abandonado minha mente finalmente me puxa de volta pra realidade me fazendo acordar do pesadelo.

O grito escapa da minha garganta assim que abro os olhos, tão alto e estridente quanto foi naquele dia, o grito de agonia que eu não conseguia soltar no pesadelo. Me sento na cama ofegando, encharcada de suor quando a porta do meu quarto é aberta violentamente por Hayato que aparece no meu quarto alarmado com o grito.

— Mais que porra — Xinga Hayato se aproximando da cama ao me ver em estado de pânico

Meus olhos estavam arregalados, minha garganta estava seca me fazendo tossir ainda mais por ter gritado, ambas as minhas mãos agarravam o lençol com força me cobrindo até o pescoço, cobrindo todo meu corpo de qualquer que seja o olhar, meus olhos lacrimejam para que eu chorasse, mas parecia que havia espinhos em minha garganta que me impediam de chorar ou demonstrar mais o meu pânico por viver tudo aquilo de novo, meu coração chegava a doer. Mesmo que tenha sido um pesadelo, parecia tudo muito real, como se eu tivesse voltado no tempo pra 2002.

𝐈𝐌𝐏𝐔𝐋𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 - ᵗᵒᵏʸᵒ ʳᵉᵛᵉⁿᵍᵉʳˢOnde histórias criam vida. Descubra agora