Capítulo 3- Em direção a Dobra

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POV DARKLING

Ok rastreador, faça sua mágica e ache Alina.

Você não manda em mim, general.— ele está acabando com o pouco de paciência que me resta.

Ande garoto, faça o que lhe é pedido que é melhor.— diz Ivan.

Certo— ele bufa— Alina estava claramente no baú, na parte traseira da carruagem. Eles possuem 3 cavalos, então demorarão para parar pela primeira vez. Estão indo em direção oeste...

Como pode saber tanto apenas das marcas de rodas e patas do cavalo?— o perguntam céticos.

De que importa? Ele fez sua parte, agora façam as suas. ANDEM— grito com eles.

Os cavalos começam a andar em direção ao oeste, como o otkazat'sya disse. Não quero perder tempo nem dar mais aos sequestradores  para que possam a levar mais longe de mim ainda. Iremos cavalgar até onde os cavalos permitirem, não me importa o limite dos que estão comigo, só dos cavalos que são quem nos levará até Alina.

Eu lidero a pequena tropa que está conosco e como já disse não paramos, estamos na estrada há 2 dias e uma 1 noite, o rastreador mostrando o caminho. Ele então para, bruscamente e todos fazemos o mesmo.

O que houve rastreador? Por que paramos?

Acabo de perceber para onde a estão levando. — continuo o olhando sem entender onde quer chegar— Eles fizeram algumas divergências na rota, tentando disfarçar seu destino, mas seguem em direção ao oeste, estão indo até a Dobra.

Merda!— grito. Alguns entendem e outros não. O rastreador é um dos do último caso— Eu, por ser conjurador das sombras, me torno um tipo de farol as volcras. Já é difícil passar por ele com grishas, às pressas, sem cheiros e atrativos. Passar comigo os atraindo é quase impossível, principalmente sem Alina nos protegendo.

Bom, isso é fácil de resolver. Eu posso atravessar e ir atrás deles.

Ah, mas de jeito nenhum. Eu não vou deixar que atravesse sozinho, nem mesmo se for com alguns dos meus. Pode achar que me engana mas não otkazat'sya, você não sairá da minha vista e nem fará algo sozinho.

Então sugere que façamos o que? 'Oh grande Darkling?'— ele fala de forma debochada.

Iremos dar a volta pela Dobra, é o único jeito.

Dar a volta? Mas isso levará mais que o dobro do tempo para chegar até Alina, e até lá podemos ter perdido o rastro.

Está duvidando de seus dons rastreador?

Não, mas não quero arriscar a vida de Alina porque você não pode passar pelo local que seu ancestral criou. Sem contar que dando a volta, passaremos por territórios fjerdanos e de Shu Han, irão nos atacar assim que colocarmos os pés em seus territórios!

Deixe que eu me resolva com isso. Faremos o seguinte: Ivan e mais 3 homens vão pela Dobra, tentarão achar Alina e a soltar se conseguirem antes que cheguemos. Em um mês, nos encontraremos em Novokribirsk e se não a tiverem, vamos juntos a encontrar. — comando mas alguns homens parecem estar duvidando ou estranhando meu plano. — Estão entendidos?— pergunto com firmeza, não sou piedoso e odeio que me subestimem ou me questionem.

Sim, Darkling.


POV ALINA

Passaremos pela Dobra? Estão loucos? Como faremos isso?!— pergunto em certo desespero. Olho para eles, Jesper e Inej fingem que não escutaram e evitam meus olhares.

Nós viemos de Katterdam, então obviamente, fizemos a travessia.— Kaz responde por fim.

Sim, tivemos alguns contra tempos mas estamos aqui, não? E com você, não precisaremos nos preocupar tanto com isso.— Jesper completa com total animação, ao que parece.

E se eu não os ajudar, ou achar uma forma de fugir? O que me impede de deixar que os volcras se alimentem de você, lhes ataque?

Se isso acontecer então você também será devorada e morrerá, lindeza.

E por que eu me importaria com isso? Com a morte?

Porque você quer salvar a todos e é a única que pode fazer isso, que tem supostamente o poder da luz.— fala Kaz e o olho com curiosidade— Eu vi a forma que olhou as pessoas durante sua apresentação, que conversava com os outros, como eles te olham. Uma órfã, que nunca teve muito, na verdade que nunca teve nada, agora é adorada e querida por todos, é a Santa que os salvará da perdição. Você não irá se matar, pois mataria os sonhos e esperanças dos outros e você não quer que sintam o mesmo que você ja sentiu.

Devo admitir que a percepção de Kaz era muito boa, que seu ponto era válido e estava certo. Se eu morresse, todos perderiam esperanças, teriam que esperar não se sabe mais quanto anos, décadas ou séculos para que existisse um novo grisha conjurador do Sol.

Kaz me olha, me observa após sua fala, tentando ler minha reação, ver se estava certo e após um tempo, um leve sorriso se formou em seu rosto.

Foi o que pensei. Por isso irá nos ajudar. Agora coma e beba, não nos encha, precisará de forças na Dobra.— ele diz e sai mancando para longe de mim e consequentemente, da fogueira e dos outros.

Me desculpe por ele. Kaz finge não ter emoções, também já teve sua parcela de sofrimento e agora trata tudo e todos com frieza— diz a garota, se sentando ao meu lado— Na verdade, me desculpe por tudo isso, mas como já disse, é a forma que tenho para ser finalmente livre. Mas quero que saiba que acredito em você e seus poderes, e gostaria de ter outra opção que não fosse fazer o que estamos fazendo.

Eu entendo, que todos fazem qualquer coisa para sobreviver, e simpatizo com sua situação, mas não espere que viremos amigas ou que não irei sem lutar.

Eu entendo minha Santa.— ela faz uma reverência e sai

Como e bebo a vontade, percebi que não me envenenariam e estão certos, precisarei de minhas forças. Me encosto em uma árvore, e apesar de estar com sono, luto contra ele um pouco. Fico imaginando o que eu poderia estar fazendo agora se estivesse ainda no Pequeno Palácio, talvez treinando com Baghra ou conversando com Nadia e Marie, ou estaria lendo. Imagino até o que Aleksander poderia estar fazendo, o que ele queria me dizer aquela noite. Acabo por me entregar ao sono, com imagens dos meus últimos dias em Os Alta passando pela minha cabeça.

Sou acordada por Kaz chutando levemente meus pés.

Vamos, está na hora de seguirmos caminho. — olho em volta e percebo que já é manhã.

Me levanto e dessa vez, não sou colocada na carruagem, aparentemente eles não querem mais usá-la, pois é apenas mais um peso para os cavalos carregarem. Os três sobem, cada um em um cavalo e eu subo com Inej, que apesar de estar com certa raiva pelo que esta fazendo, me sinto mais confortável com ela.

A Luz Que QueimaOnde histórias criam vida. Descubra agora