Capítulo 6- Dor

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⚠️ALERTA GATILHO ⚠️
PULAR CAPÍTULO POR TER DESCRIÇÃO DE CENAS SENSÍVEIS BASEADAS DE EXPERIÊNCIA PRÓPRIA !
(Tortura e estupro)

Me desculpem todes que já passaram por qualquer situação semelhante, saiba que não está sozinhe e você é forte apenas por ter acordado e levantado depois de tudo. Te admiro e acredito em você. 💙

POV ALINA

Já passara 10 dias da tortura constante, todo o dia a mesma coisa, horas em que o sangrador me faz querer gritar e torcer de dor, para que depois Andrei, o curandeiro me remedasse e sem nunca exigirem ou perguntarem nada a mim, o que me faz pensar o que eles querem de mim e o que estão fazendo comigo.

Andrei se tornou um confidente para mim, doce, amigável, gentil, por alguns momentos enquanto conversamos esqueço de onde estou e do que estou passando. Ele acredita em mim e meus poderes, me admira apesar da situação. Contudo, a sensação de escape não dura muito, pois sempre retorno ao presente e me lembro da realidade.

Estou deitada a espera do sangrador, Anton, para começarmos a seção de hoje. Tenho reservado um espaço na minha mente onde fujo durante a tortura, tentando esquecer da dor, um lugar só meu, onde ninguém mais consegue chegar e isso ajuda muito, pois não faz com que quebrem meu espírito e minha sanidade pouco se perde lá, deixando tudo mais aturável. A porta se abre e esperando Anton já me levanto, mas percebo que não é ele dessa vez, nem apenas uma pessoa. Entram 2 homens cujos físicos são impressionantes. Zlatan entra logo em seguida dos homens.

Lhes apresento a maior bruxa que já existiu, a Conjuradora do Sol.— ele diz me apresentando aos homens, que respondem com olhares de nojo e desgosto voltados a mim. Um cospe no chão, centímetros a frente de onde estava meu pé.

BRUXA! Deve morrer por suas práticas inumanas!

Quem são vocês?

NÃO SE DIRIJA A NÓS FILHA DO DEMÔNIO.— diz o outro homem aplicando um soco de direita em minha cara, tão forte que acabo caindo no chão, com os lábios já sangrando. Os olho incrédula.

O que estão fazendo? Não sou bruxa.

O que faz não é feitiçaria?!

Não! Apenas consigo manipular...

MANIPULAÇÃO, BRUXARIA, PROFANO!!— diz me socando na barriga. Os homens olham para Zlatan que com um sorriso convencido diz.

Um bruxa, uma traidora a raça humana, mostrem-na o que bruxas merecem....

Os homens me batem com socos e chutes por todo meu corpo, enquanto me xingam e cospem em mim. Não dura muito mas por serem fortes e serem dois homens, o efeito e hematomas do espancamento surgem rápido. Zlatan eventualmente os para e pede que o sigam a outro cômodo, mas sem antes me dizer.

Andrei não virá hoje, quero que essa dor se fixe e você a sinta profunda e longamente.

Ele estava certo, o dia todo passei com dores por várias partes do meu corpo, incapaz de me mexer muito sem sentir mais dor ainda e Andrei não vem. Continuo correndo para o espaço em minha mente onde ninguém pode me alcançar ou destruir. Não consigo tocar na comida dura e fria que me dão. Eventualmente acabo caindo no sono com tanto cansaço que sinto por tudo que tenho passado nas últimas semanas.

Sonho com o Pequeno Palácio novamente, assim como sempre, criando possíveis cenários do que eu e as pessoas lá estariam fazendo se a situação fosse diferente. Ao mesmo tempo que esse sonho me alegra, me entristece pois sei que jamais poderia acontecer e que não passaria disso, um sonho.

A porta enferrujada abre vagarosamente e Andrei entra.

O que está fazendo aqui? Zlatan disse que não viria hoje, que queria que eu sentisse a dor.

Eu sei... ele não sabe que estou aqui. Como disse, você pode contar comigo minha Santa. Não poderei a curar completamente sem que fique óbvio mas posso lhe tirar um pouco da dor, para que sozinha se recupere mais rápido.

Eu agradeço, mas não posso deixar que faça isso por mim.— mas é tarde demais, ele já está movimentando suas mãos e a dor já parece diminuir. Me sinto um pouco tonta com tamanho alívio da redução da dor. Cansaço me toma e quase caio no sono.

Não, não pode dormir ainda, precisa ficar um pouco acordada.— ele diz com suas mãos em meus ombros— Ficarei mais um pouco para garantir que fique bem. Venha, se encoste em mim.— Ele me inclina, colocando minha cabeça sobre seu ombro. Continuo meio zonza, como se estivesse com semi controle das minhas ações.

Ele passa a mão em meu cabelo e meu rosto, os acariciando e apesar de ser um sentimento bom, algo parece estranho. Vou me levantar e dizer que estou bem e que devo descansar um pouco mas ele acaba por me beijar e pra minha surpresa, o correspondo. Continuo sentindo que há algo errado, apesar de continuar o beijando. Ele começa a aprofundar o beijo, me inclinando na cama e por alguns momentos, quando fecho os olhos imagino ser Aleksander no lugar de Andrei, o que me faz corresponder ainda mais o beijo. Ele passa sua mão por meu corpo todo, o explorando. Deixa o ombro da minha roupa cair, deixando minha pele visível, passa suas mãos pelas minhas pernas, subindo cada vez mais.

Não, espere.— falo com dificuldade, meus pensamentos confusos, nebulosos.

Está tudo bem. Aproveite.

Ainda crio um pouco de resistência, tentando afastá-lo mas ele é persistente e estou zonza, sem muitas forças. Ele começa a tirar minha roupa, explorando as partes de meu corpo que antes estavam cobertas pelas minhas vestes. Eu continuo tentando o afastar sem sucesso. Ele retira a própria roupa e me puxa mais para perto, fazendo com que meus lábios encostassem em sua pele. Ele geme com meu toque e acabo indo com o fluxo, apesar de me sentir estranha. Não consigo me concentrar muito no que está acontecendo e procuro meu lugar seguro em minha mente, tentando achar um pouco de claridade, mas minha mente não conseguem separar o presente com os pensamentos. Ele se incomoda um pouco por eu ter me afastado, mas com seu membro agora duro, o passa sobre mim. E em meu sexo, passa sua mão, que não consegue me fazer ficar molhada. Impaciente de esperar ele se introduz dentro de mim de qualquer forma e sinto dor, não apenas física mas por estar zonza não consigo a identificar.

Eventualmente, quando terminou, ele me da um outro beijo e se afasta um pouco de mim, me cobrindo e sai do cômodo e caio no sono.

Quando acordo, estou mais lúcida e as memórias da noite anterior voltam a mim. Leva um tempo mas finalmente caio por mim, e entendo o que aconteceu. Trago minhas pernas para perto de meu peito, ficando em posição fetal, enquanto algumas lágrimas caiam pelo colchão.

Sinto dor no corpo e não causada pelos homens que me chamaram de bruxa, mas do homem que me chama de Santa, que me admira e eu pensei que podia confiar. Corro e vasculho minha mente procurando meu canto seguro mas ao achá-lo, as memórias da noite anterior ficam se repetindo. Agora as lágrimas que antes eram poucas se tornam muitas, pois percebo que ele quebrou a única coisa que era minha e apenas minha, ele me tirou do controle da minha própria mente, ele me quebrou em uma noite; fez o que tentaram pela tortura, fazer em em semanas.

Desculpem todos, até quem não passou por isso mas sentiu a dor pelas palavras.

A Luz Que QueimaOnde histórias criam vida. Descubra agora