Hinata saiu do escritório do Hokage pensando em como foi tola de não ter notado o desaparecimento do pequeno papel. Havia arrumado a casa duas vezes depois daquela noite e em nenhuma das vezes havia sequer pensado nele. Era fato que não estava verdadeiramente zangada com o marido, mas estava se sentindo constrangida de ter ficado vulnerável assim. Talvez fosse bom ter uma fantasia (se é que podia chamar assim) sido revelada ao companheiro de tantos anos, mas ao mesmo tempo, ela não teve decisão naquilo. Como poderia olhar nos olhos dele de novo, sabendo que todas as vezes que ele a visse, se lembraria daquilo?
Decidiu que não pensaria nisso por ora, afinal só o veria em casa novamente na noite seguinte ou talvez dali a duas ou três noites. Acharia uma maneira de lidar com aquilo.
Desceu as escadas do prédio onde ficava o escritório do Hokage e encontrou a filha no hall de entrada, entretendo as jovens gennins que ficaram cuidando dela com sua fofura e simpatia. Himawari era um ser que ela não conseguia ainda distinguir com quem se parecia. Por um lado, seus cabelos eram iguais aos sus próprios, mas os olhos eram os do pai. Eno entanto, a personalidade da filha era única. Não se parecia nem consigo e muito menos com o marido neste aspecto.
Sorriu ao ver como aquelas garotas tratavam a filha e imaginou quanto tempo levaria para aquelas meninas se tornarem mães também. Sim, o tempo passava rápido demais. Há apenas alguns anos, ela fora como aquelas meninas, empenhada nas missões e sem as preocupações de uma dona de casa.
― Arigatô, meninas.
― Ela é muito fofa, Hinata-sama!
― Dê adeus as meninas, Hima!
― Sayonará!!! – Falou com o enorme sorriso que também lembrava ao do pai.
― Sayonará, Himawari-chan!!! – Disseram em uníssono.
Percorreu as ruas em direção à entrada da Academia, onde o filho encontrava-se brincando com os colegas de turma animadamente. Hinata amava ver o filho rindo e se divertindo daquela forma. Ele era popular. Mesmo agora, aos seis anos de idade, Boruto parecia ser o imã social que nem ela e nem Naruto jamais foram quando estiveram ali.
Olhou ao longe para o balanço onde o esposo costumava ficar e sentiu um alívio ao ver que nenhuma criança ao redor parecia estar sendo desprezada. Isso, em parte se devia ao trabalho de Sakura. A Clínica Infantil de Assistência Médica Mental, idealizada e posta em andamento pela amiga, foi essencial para o acompanhamento de muitas crianças que perderam parentes na guerra e um divisor de águas para elencar Konoha entre as cidades mais desenvolvidas do mundo. Diversos países recorriam à Konohagakure para implementar políticas públicas como aquela nas suas próprias cidades.
Como uma consequência da paz, muitas daquelas crianças que se encontravam brincando, jamais enfrentaram os desafios dos quais ela, seus familiares e amigos já haviam passado à mesma idade. A sociedade havia mudado. Os costumes e velhos hábitos também estavam mudando. E isso era bom.
Seu coração encheu-se quando o filho a notou e veio correndo em sua direção. Aqueles olhos azuis, a densa juba de cabelos loiros e o sorriso do menino, não negavam que era a cópia do pai. E, embora soubesse que o filho logo cresceria, sabia que ele seria seu eterno menininho. Não conseguia suportar a ideia de que ali, em algum lugar, poderia ter uma menina que assim como ela mesma fizera na infância, já o amava secretamente. "Ninguém jamais irá o amar como eu", pensava.
Agradeceu mais uma vez às outras mães que também haviam levado os filhos para brincar àquela noite na pracinha em frente à academia e seguiu para casa.
― Mamãe, mamãe...o Shikadai já sabe usar shuriken! Ele é demais! Você me ensina a usar também? Quero mostrar para ele o quanto eu melhorei, na próxima vez que o vir... – Falava animadamente, gesticulando sem parar.
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Naruto e Hinata - Vida de Casados
RomanceOi, queridos! Esta é uma história sobre a vida de Naruto e Hinata depois de casados. Há alguns relatos cronológicos e a personalidade deles não se altera do original. Espero que gostem.