O deserto

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Onde estou?- perguntava-se Remus. Tudo à sua volta estava desfocado. De repente, alguém o pegou pelos braços e o levantou, obrigando-o a ficar de pé.

-Olá Remus Lupin. Pedimos desculpa pela aparição tão brusca. Sou o Tom Riddle- um homem apareceu no seu campo de visão. Esta começava a melhorar, porém as dores no seu corpo eram muito fortes.

-Água, por favor, eu preciso de água.- pediu Lupin. Tom pensou um pouco, mas decidiu dar-lhe um copo de água. Mal o líquido sagrado tocou os seus lábios, Remus sentiu-se revigorado. As dores no seu corpo desapareceram, a visão ficou totalmente focada e as cordas vocais começaram a funcionar melhor.

-Sente-se melhor, senhor Lupin?- perguntou o Riddle. Este era alto, no entanto mais baixo que Remus. Era moreno e usava um fato formal, demasiado formal para andar no deserto. Pelo menos era o que Remus pensava com o que ele conseguia ver da paisagem. Ela era muito árida, e por baixo dos seus pés tinha areia. Mais para a frente conseguiam-se ver algumas dunas.

Remus Lupin, isso não lhe era um nome estranho. O homem à sua frente dizia que era o seu nome, mas as memórias dele estavam muito confusas, ele não se conseguia lembrar de nada, apenas se conseguia lembrar de como se falava e pouco mais.

-Acredito que a sua mente esteja um pouco baralhada neste momento, mas não se preocupe. Vamos levá-lo connosco para a sua nova casa.

Casa. Remus não ouvia aquela palavra há muito tempo, porém despertou uma memória da sua vida passada.

Remus estava a passear pela praia e conseguia distinguir um vulto ao seu lado, mas não lhe conseguia ver o rosto.

-Tu és a minha casa Moony, e eu nunca vou deixar a minha casa.

De repente, a pessoa ao seu lado toca-lhe a cintura e começa a rodá-lo. Quando Remus está prestes a ver a cara da pessoa...

-Anda logo homem, é difícil carregar-te.- começou a resmungar o homem que o carregava.

-Certo.- disse, começando a andar pelo próprio pé.

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- Por medidas de segurança vamos ter de vendar os seus olhos quando lá chegarmos.- informou Riddle, durante o seu percurso dentro do jipe.

-É mesmo necessário isso tudo?

-Temo que sim.- respondeu Tom, inclinando-se para Remus e colocando a venda.

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-Chegámos.- disse Riddle, retirando a venda. Remus estava num quarto todo azul, das paredes aos lençóis da cama. Esta sendo uma das poucas mobílias presentes naquele minúsculo quarto. Além dela, tinha uma mesinha de cabeceira e um armário que continha algumas roupas.

-Eu vou ficar aqui?- perguntou Remus um pouco indignado. Ele não sabia porquê, mas tinha a sensação de que merecia condições muito, muito melhores, que devia ficar com o melhor quarto que aquele sítio tivesse. No entanto, deixou aqueles pensamentos de lado rapidamente, afinal aquele homem, tanto quanto sabia, tinha salvo a sua vida e ele não queria parecer ingrato.

-Sim. Este será o seu quarto até que precisemos de si. Não se preocupe com a comida, nos horários certos, o meu pessoal irá trazer o seu pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar.

Dito isto, Tom saiu da sala juntamente com todos os homens que estavam com ele.

-Espere! Como assim até precisarem de mim? PRECISAM DE MIM PARA QUÊ? E QUANDO É QUE EU VOU PUDER SAIR DAQUI?- começou a gritar Lupin. De nada lhe valia, aquele quarto era aprova de som e estava bem debaixo de terra, por isso ninguém iria conseguir ouvi-lo.

1 ANO DEPOIS

Remus já estava preso há um ano. Não que ele o soubesse, a partir do terceiro mês ele parou de contar. Recordações confusas do seu passado atormentavam-no de noite, nos seus sonhos. No início pensou que fossem apenas isso, sonhos, mas logo percebeu que não. As recordações voltavam, como se uma torneira se abrisse e não desse para fechar. O problema é que ele não conseguia ver rostos, só ouvia conversas. Descobriu que tinha mais 3 amigos, no entanto só conhecia os seus apelidos: Prongs, Padfoot e Ginger, o seu era Moony.

-Por favor, Moony, reconsidera. Tu sabes que ele te ama.

-Se me amasse não me teria apunhalado pelas costas, Ginger!- respondeu, sentindo as suas lágrimas embaçarem a sua visão.

E Moony acordava com os olhos encharcados sem saber o porquê.

-Prongs, deixam-me, eu preciso de pensar.

-Moony, pensa bem. Tu sabes que, bem lá no fundo, ele fez a coisa certa.

-Sim, e por causa disso todos nós podemos morrer.- respondeu, com raiva.

E Remus acordava com a palma da mão ferida e a sangrar, devido à força com que tinha apertado as suas unhas contra a carne.

-Eu peço imensa desculpa, Moony.

-Só sabes fazer isso Padfoot. E, sinceramente, não sei se te desculpo.

E Lupin despertava com o coração aos saltos.

Ele não sabia quem era aquele tal de Padfoot, mas, pelo o que ele entendia, Padfoot tinha-lhe feito muito mal. Mas a Ginger e o Prongs diziam que não. Remus estava muito confuso, porém não havia nada que ele pudesse fazer para entender. Ele estava preso num quarto minúsculo, sem opção de fuga, sem ver o seu suposto "salvador" à muito tempo, e com a sua comida contada à proporção, pois ele tinha entendido que todos os dias a comida era sempre igual, incluindo o peso. Aquilo nem se podia chamar de comida, era uma papa castanha, quase preta mais líquida que sólida, mas com todos os nutrientes necessários para a sua sobrevivência.

O trinco da porta mexeu-se. Remus, pensando que seria a sua refeição, continuou deitado na sua cama.

-Olá Remus Lupin.- uma voz dirigiu-se a ele, uma voz que ele não ouvia à mais de uma ano.

-Tom Riddle.

-Vejo que ainda te lembras do meu nome.

-Pois, já passou tanto tempo desde o nosso encontro. Pensei que te tinhas esquecido de mim aqui.- respondeu Remus, com raiva na voz, uma raiva que ela não sabia exatamente de onde vinha.

-Ora, ora. Que é isso. Eu seria incapaz de me esquecer de um convidado tão importante como o senhor Lupin.

-Sério? O quarto mostra bem a minha importância para si.

-O quarto agora não importa. Lembra-se quando eu disse que iríamos precisar de você? Bem, chegou o momento. Preparado?

O que estão a achar da história até agora?
O que é que será que Padfoot fez?
E para que é que o Tom irá precisar de Remus?

Por favor, não sejam leitores fantasma.Comentem e votem, ajuda imenso.

Até ao próximo capítulo. ;)


Marotos Elementais- WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora