A ilha

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Sirius acordou na manhã seguinte com a cálida luz do sol a bater no seu rosto. Levantou-se e procurou Remus não o encontrando perto de si. Pensando que talvez ele tivesse ido explorar a ilha, Sirius começou a caminhar pela praia, perto da água. Os seus pés afundavam na areia húmida e os seus cabelos eram varridos da sua face graças ao vento que corria. Não demorou muito a encontrar Lupin. Este estava sentado perto da água de costas para Black. Sem chamar muita a atenção Black chegou perto. O que ele viu espantou-o imenso. Remus estava com as mãos em concha e pegou alguma água do mar. Depois fazia-a levitar durante uns segundos e desfazia-a numa explosão salgada, mas menos violenta do que a que ele tinha feito com os guardas.

-Uau! Como é que tu fazes isso?- perguntou Sirius, mostrando-se.

Como não estava à espera, Remus atirou uma bolha de água salgada diretamente para a cara de Sirius. Ela entrou nos olhos começando a arder. Black atirou-se para o chão com dores.

-Ai! Porque é que fizeste isso?- questionou Black, porém, de repente, a dor na sua vista passou tão rápida como tinha aparecido. Como Remus conseguia controlar a água, ele simplesmente retirou-a dos globos oculares de Black.

-Desculpa, foi sem intenção. Tu assustaste-me.- pediu Remus ajoelhando-se ao lado de Sirius. A luz refletia nos cabelos meio loiros de Lupin e iluminava-lhe os seus olhos cor de mel. Pensando nisto, Black começou a corar e para disfarçar tossiu e desviou-se de Lupin.

-Pois, claro, eu desculpo-te. Mas afinal, como é que tu consegues fazer isso?

- Eu não sei.- respondeu Remus, triste pelo afastamento do outro.- Eu percebi que quando estava perto da água ficava sempre melhor e depois do evento com os canos decidi experimentar, para ver se realmente conseguia controlar a água. Por isso, de manhã quando acordei, vim para aqui e comecei a treinar. Para já só consigo pequenas bolhas sem me desgastar muito.

-Que fixe! Será que eu também consigo controlar algo?- brincou Sirius.

-Por acaso eu tive a pensar e acho que sim.- disse Remus, muito sério.

-O quê?!

-Ambos temos estas pulseiras presas ao pulso, aliás foi com elas que eu te consegui encontrar. No momento em que eu estava no recife a minha pulseira começou a brilhar e depois a tua também. Na minha tem um símbolo de uma gota de água, e eu consigo controlá-la, e a tua tem uma fogueira, então, na minha teoria, tu consegues controlar o fogo.

-Pois, mas eu ainda não percebi o que é que eu estava a fazer debaixo de água. Se o meu poder for o fogo eu não devia estar noutro sítio, completamente oposto?

-Eu também tive a pensar nisso, e eu fui encontrado no deserto, exatamente o oposto, assim como tu. Eu acho que nos esconderam nos sítios onde nós teríamos menos poder.

-Até faz sentido. Será que existem mais pessoas como nós.

-Acredito que sim. Existem 4 principais elementos: a água, o fogo, o ar e a terra.

-Então temos de encontrar o ar e a terra, mas como?

-Já temos uma pista. Se eles estão nos sítios oposto então o ar deve estar debaixo de terra e a terra deve estar num sítio muito alto, como uma montanha ou algo assim.

-Isso não reduz muito os nossos sítios de procura.

-Não, não reduz. Quem me dera saber como é que o Tom Riddle nos conseguiu encontrar. Ele sabia exatamente o sítio onde estávamos.

-Pois, parece que vamos ter de nos safar sozinhos.

Enquanto isso, com o Tom Riddle...

-COMO ASSIM VOCÊS DEIXARAM-NOS ESCAPAR? VOCÊS TÊM A NOÇÃO DO QUANTO ELES ERAM VALIOSOS?- gritou Tom, furioso.

-De-desculpe senhor, mas eles atiraram-nos ao chão ao rebentar os canos.- desculpou-se um guarda a medo.

-Os canos? Estou a ver. Remus Lupin já se apercebeu do que é capaz. Mas não se preocupem, nós vamos conseguir apanhar os outros.

-Sem ofensa, mas como senhor Riddle. O diário que o senhor encontrou só tinha escrito a localização exata de Lupin, o resto é mais ou menos. Não tem coordenadas exatas, profundidade que é preciso escavar, nada. Lupin só encontrou Black devido às pulseiras.

-Exatamente. No entanto nós temos a noção de onde os restantes elementos estão presos, eles não. E se for preciso destruir algo, nós iremos descobrir! Não iremos parar até encontrarmos todos os Elementais!

Passado uns dias

Remus e Sirius estavam-se a dar muito bem. Conseguiram criar um abrigo a partir de uma gruta que tinha na ilha. Com folhas das árvores fizeram camas, cortinas e outros objetos. Com a lã de ovelhas que lá pastavam Remus conseguiu criar algumas roupas, antes tinha construído um tear. Enquanto Lupin tratava de construir o resto da casa e caçava alguns animais marinhos, Sirius matava animais terrestres e tentava treinar o seu poder. No entanto, pensou que talvez a teoria de Remus estivesse errada, pois ele não conseguia nem acender uma fogueira. Nesse tempo que tiveram juntos, nenhum mencionou os sonhos que tinha tido. Apesar de confiarem um no outro, ainda não confiavam a 100% e acharam melhor esperar para ter a certeza absoluta de que o outro era de confiança. Lupin tentou arranjar uma maneira de descobrir onde as outras pessoas poderiam estar, mas ele estava preso numa ilha, sem acesso a recursos nenhuns, sem nenhuma embarcação e nem direções para seguir.

-Então, conseguiste algo?- questionou Sirius, enquanto ele e Remus comiam à volta da fogueira.

-Não, nada. E tu?

-Também nada.- E passavam o resto da refeição em silêncio sem saberem o que poderiam dizer para consolar o outro, sem saberem que a mera presença de um era suficiente para consolar o outro.

No dia seguinte

Na manhã seguinte, acordaram com um formigueiro nos pulsos esquerdos, onde a pulseira estava.

-O que se passa?- perguntou Sirius, coçando-se de forma bruta.

-Eu não sei, mas é muito irritante.

Então as pulseiras começaram a brilhar e a puxá-los, como se quisessem que eles as seguissem. Chegaram à beira do cais onde estava ancorado o barco que tinham construído em conjunto. Sem descanso, as pulseira continuaram a puxar e obrigaram-nos a sentar dentro do barco. Lá já estavam algumas roupas e comidas que eles tinham preparado caso tivessem de deixar a ilha rapidamente. Desprenderam a vela e começaram a ir ao sabor das ondas, que os guiavam.

-Parece que já sabemos onde os vamos encontrar.- disse Remus.

O que estão a achar da história até aqui?

Até ao próximo capítulo;)

Marotos Elementais- WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora