Após os eventos daquele dia, Fabrício retornou à escola. Por natureza, ele sempre foi uma pessoa mais reservada, e naquele dia estava sentado no fundo da sala, sem proferir uma única palavra.
Bia, Marque, Vitinho e Mari perceberam o nervosismo evidente em Fabrício, mas ainda não tinham encontrado a oportunidade para conversar. O professor estava explicando sobre uma futura prova que aconteceria nas semanas seguintes, mantendo a atenção dos alunos.
Mari, próxima a Fabrício, tentou chamar sua atenção, mas ele estava absorvido em seus próprios pensamentos. Parecia que a tensão estava o deixando calado, uma forma de não mostrar sua insegurança.
No entanto, os amigos estavam cientes de que algo estava perturbando Fabrício após as revelações feitas anteriormente.
A aula finalmente chegou ao fim, e enquanto aguardavam pelo próximo professor, Bia, Marque, Vitinho e Mari tentaram abordar Fabrício. Mas antes que pudessem fazer isso, antes mesmo do professor sair da sala, Fabrício fez sua fala pergunta do dia.
Fabrício - Professor, posso ir ao banheiro?
O professor consentiu, e Fabrício saiu apressadamente da sala, deixando seus amigos ainda mais preocupados.
Enquanto isso, os quatro se reuniram perto da mesa de Mari para discutir a situação antes da chegada do próximo professor.
Bia - Pessoal, acho que algo está errado com ele.
Marque tentou forçar um sorriso e disse:
Marque - Você acha? Tenho certeza de que ele está profundamente perturbado.
Vitinho observou com uma expressão preocupada:
Vitinho - O maluco não abriu a boca desde que chegou à sala...
Mari compartilhou sua perspectiva:
Mari - Precisamos fazer algo para ajudá-lo...
Marque acrescentou:
Marque - Concordo. Ele não saiu da sala daquele jeito à toa...
No banheiro...
Ao chegar ao banheiro, Fabrício se deparou com seu próprio reflexo no espelho. Seu rosto estava contorcido por medo e inquietação, alimentado pelas imagens do que havia visto no ônibus no dia anterior.
Ele lavou rapidamente as mãos e jogou água no rosto para tentar acordar e acalmar-se, mas seu celular começou a tocar, provocando um tremor intenso em suas mãos.
Com mãos trêmulas, ele pegou o celular e viu que era sua mãe ligando, assim ele atende a ligação e nota que sua mãe estava chorando do outro lado da linha.
Fabrício - Alô? Mãe?
A voz dela soou diferente, abalada pelas lágrimas.
Eliza - Fabrício, meu filho? Você está bem?
Fabrício - Por que não estaria bem, mãe? Estou na escola.
Eliza - Eu sei, eu sei, meu filho...
A voz dela ficou embargada pelo choro, tornando difícil entender o que dizia.
Finalmente, seu pai tomou o telefone e começou a falar com ele.
Jader - Filho, cuide-se. Sua irmã Michelini não voltou para casa desde o meio-dia e estamos procurando por ela. Por favor, volte para casa assim que a aula terminar. Vamos encontrar ela, será apenas um susto. Eu PROMETO.
Fabrício - Certo, pai... certo... certo...
Ele desligou o telefone, colocou as mãos na cabeça e sentou-se no chão, sentindo um misto de desespero e medo.
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ARAJA - O Que Se Esconde Por Trás Das Sombras? (LIVRO 01 - Concluído)
HorrorDesaparecimentos enigmáticos, cadáveres descobertos nas proximidades de um parque ecológico e um medo profundo que se instala na cidade a cada inverno. Essa narrativa parece tirada de um conto de terror, mas a realidade é ainda mais aterrorizante. E...