Alguns dias se passaram desde a chegada a Jaramá. Naquela segunda-feira, Fabrício acordou às 5:50 da manhã para pegar o ônibus das 6:15, meticulosamente verificando sua mochila para não esquecer de nada.
Seus pais e sua irmã ainda estavam dormindo, afinal seus compromissos eram um pouco mais tardios.
Lá fora, uma névoa densa pairava, obscurecendo a escuridão do inverno rigoroso da região. Por sorte, Fabrício estava habituado, pois o frio em Porto Alegre era ainda mais intenso.
Depois de saborear seu café, agasalhar-se e se preparar, ele finalmente deixou sua casa para enfrentar aquele dia que provavelmente seria muito frio.
Com fones de ouvido sem fio, ele caminhava até a escola, embalado por músicas do gênero TRAP, que o acalmavam e tranquilizavam.
Andar naquele horário pela manhã era para os corajosos, uma vez que a névoa densa limitava a visibilidade a poucos metros à frente.
Ele costumava dar a impressão de ser destemido, mas a verdade era que tinha medo do escuro, e enfrentar essa névoa não era exceção. No entanto, seus fones o distraíam, permitindo-lhe ignorar o desconhecido ao seu redor.
Chegando à parada do ônibus, esperou nervosamente. Era seu primeiro dia em uma nova escola, onde ele não conhecia ninguém e todos já estavam nos últimos anos, o que tornava improvável a formação de novas amizades.
Essa era sua suposição, mas felizmente, ele não precisaria de ajuda ao seu ver, pois suas notas da escola anterior eram as mais altas da turma. Dessa forma ele acreditava que estava no controle da situação.
Distraído, ele fixou o olhar na estrada à sua esquerda, à espera do ônibus, quando algo chamou sua atenção.
Ele não conseguia identificar o que era, apenas percebia um vulto alto e acinzentado na névoa.
De repente, calafrios o percorreram e o medo se instalou.
Fabrício (pensando) - Estou enlouquecendo? Ou isso está realmente acontecendo? Um vulto na névoa? O que é aquilo?
Seus fones de ouvido começaram a falhar, algo que nunca havia acontecido com eles antes, uma vez que eram de uma marca renomada e de qualidade. Eles estavam sofrendo interferência.
Ele passou a ouvir músicas de ninar infantis, o que o deixou confuso. O volume aumentou drasticamente de repente, ensurdecendo-o, assim Fabrício os retirou com nervosismo e jogou no chão.
Assim, após isso ele começa a notar que suas mãos tremiam como nunca antes e, ao olhar novamente na direção do vulto, ele havia desaparecido.
Fabrício (pensando) - Talvez eu esteja ficando louco, só talvez...
Finalmente, o ônibus chegou. Fabrício pegou seus fones do chão e entrou no veículo, indo em direção à escola.
Chegando lá, foi direto à direção para informações sobre sua sala, mas mal teve tempo de processar, já que o sinal da escola soou, apressando-o para a sala de aula.
Felizmente, ele não estava sozinho, sendo acompanhado por um funcionário da escola que o orientou pelas instalações - as salas, o refeitório e os banheiros. Essa breve orientação o ajudaria a enfrentar seu primeiro dia de aula, já que também aquela escola era grande com diversas salas, o que era diferente para os padrões de colégios que Fabricio já frequentou.
Após a apresentação, ele finalmente vai em direção a sua sala de aula.
Aquela sala era uma das últimas do colégio, feita de tijolos assim como toda a escola. A porta era verde o que dava um belo contraste as paredes. Nos corredores que estavam envolta da sala haviam bancos nos quais Fabrício já estava pensando em sentar-se quando a hora do intervalo viesse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ARAJA - O Que Se Esconde Por Trás Das Sombras? (LIVRO 01 - Concluído)
TerrorDesaparecimentos enigmáticos, cadáveres descobertos nas proximidades de um parque ecológico e um medo profundo que se instala na cidade a cada inverno. Essa narrativa parece tirada de um conto de terror, mas a realidade é ainda mais aterrorizante. E...