Ao fim daquele dia, Fabrício estava no ônibus, ainda tremendo de medo. Ele evitava fechar os olhos por períodos longos de tempo, temendo reviver o pesadelo que havia acontecido em sua última viagem.
Algumas horas antes, no intervalo do colégio, Bia, Mari, Marque e Vitinho decidiram criar um novo grupo de mensagens para manter contato constante com Fabrício, tentando reduzir sua imensa solidão e medo da criatura. Aquele grupo criado via aplicativo seria sua linha de apoio enquanto exploravam o mistério do desaparecimento de sua irmã.
O canal de comunicação era crucial, pois se algo acontecesse com Fabrício, seus amigos poderiam rastrear seu celular com a ajuda de Marque, que entendia muito bem de tecnologia.
Apesar do medo, todos no grupo estavam determinados a ajudar Fabrício a entender a situação e desvendar o enigma envolvendo sua irmã.
Vitinho havia compartilhado algumas informações sobre ARAJA, uma criatura que assombrava a região entre Criciúma, Araranguá e Jaramá. Alguns ataques também foram ditos em outras cidades, como Blumenau e Itajaí, mas as regiões criciumense, araranguaense e a jaramaense centralizava os casos.
Apesar de ter acontecido alguns ataques da criatura em outras cidades, o que preocupava todos era que Fabrício era da cidade de Jaramá, e naquela cidade a maioria dos casos acontecia, era muito mais comum, como se a criatura morasse naquele local, o que tornava a chance do garoto ser raptado muito alta.
Para ARAJA todos são ALVOS. Não existindo lugar seguro, e nem um padrão para se seguir afim de fugir da criatura. A única coisa que você pode fazer contra esse monstro é pedir sorte para ele não querer te raptar, já que a partir do momento que ele te desejar, você não terá como escapar!
A criatura não seguia regras. Não havia lugar seguro ou padrão para escapar dela. Uma vez que ARAJA escolhia um alvo, não havia fuga. Só a sorte poderia proteger alguém de ser vítima.
Essas informações atormentavam Fabrício a cada segundo que ele ficava dentro daquele ônibus. Ele nem mesmo estava ouvindo as músicas em seu fone de ouvido enquanto voltava para casa, ele estava focado em qualquer coisa que pudesse acontecer naquela ida de volta para casa.
Felizmente nada acontece, e quando ele finalmente chega a cidade de Jaramá, ele desce em sua parada e vai de volta a pé para a sua casa.
Assim, ele caminha por uns cinco minutos, e quando estava quase chegando em sua residência, ele veja as luzes de viaturas policiais próximas de sua casa.
As autoridades ainda estavam investigando o desaparecimento de sua irmã.
Ele foi recebido por Eliza, que o abraçou com força. Lágrimas correram pelo rosto de Fabrício enquanto compartilhava um abraço com sua mãe.
Os dois conversaram sobre os acontecimentos e os esforços das autoridades por um breve momento. Fabrício ainda estava triste e assustado, sua mente uma turbulência de pensamentos e emoções.
Após tudo aquilo, ele finalmente vai para seu quarto refletir sobre tudo aquilo que havia acontecido.
Sendo quase nove horas da noite. Seus pais tentavam dormir para aliviar a toda aquela tensão que eles estavam passando e Fabrício, até aquele momento já havia atualizado o grupo de seus amigos com todos os eventos do dia, no entanto tinha algo que ele não falaria no grupo, pelo menos por hora.
No silêncio da noite estrelada, Fabrício teve uma ideia. Ele decidiu visitar o local do último avistamento de sua irmã, em frente a uma farmácia próxima à escola dela.
Apesar do medo que o assolava, Fabrício colocou algumas facas e um machado de seu pai em sua mochila, determinado a enfrentar o desconhecido.
A noite era gélida e repleta de estrelas. A escuridão envolvia a cidade, que estava iluminada apenas pelas luzes dispersas dos estabelecimentos.
Fabrício caminhava com medo, mas sua determinação para descobrir a verdade sobre o paradeiro de sua irmã era maior do que seu medo.
Depois de alguns minutos caminhando por uma estrada de terra até chegar a grande avenida da cidade, ele finalmente chega à farmácia onde o desaparecimento ocorreu.
Diversas cercas de plástico delimitavam a área, impedindo a aproximação à farmácia, onde a perícia realizava sua investigação. Observando o local, Fabrício notou algo intrigante.
O local exato marcado pela perícia com giz coincidia com o ângulo das câmeras de segurança da farmácia. Uma descoberta que poderia revelar imagens vitais do incidente.
De repente, dois policiais emergiram da farmácia, segurando notebooks. Vendo aquilo, Fabrício se aproximou apressadamente, decidido a obter respostas.
Fabrício - Ei, vocês aí! Eu sou o irmão da Michelini. Percebi que as câmeras de segurança estão apontadas para onde vocês marcaram o chão. Como membro da família, tenho o direito de ver as filmagens!
O policial respondeu com empatia, buscando acalmar Fabrício.
Policial - Entendo que esteja angustiado, Fabrício, não é? Seu nome, por favor?
Fabrício - Fabrício Rodrigues de Freitas.
Policial - Escute, Fabrício. Nós entendemos a sua aflição, mas a filmagem está passando por análise. Não posso permitir que você as veja no momento. Por favor, tenha paciência. Vamos encontrar sua irmã!
As palavras tranquilizadoras do policial tocaram Fabrício.
Fabrício - Está certo, policial. Agradeço pela compreensão. Vou confiar em vocês.
Os policiais retornaram à viatura, enquanto Fabrício partiu de volta para casa, perdido em seus próprios pensamentos.
Fabrício (pensando) - Aquelas filmagens continham as respostas que todos nós buscamos. Eu preciso de uma forma de acessá-las. Mas como invadir o sistema da farmácia para visualizar os vídeos? Isso parece ser extremamente complexo.
A perspectiva de acessar o sistema de câmeras da farmácia parecia um desafio, mas mesmo que Fabrício conseguisse superá-lo, ele teria que procurar por horas e horas de filmagem até achar o momento certo do ocorrido.
Fabrício (pensando) - Só existe essa forma de descobrir a verdade. Apesar do medo do que possa encontrar nas filmagens, é a única opção, pois os policiais dessa região podem manter sigilo sobre as evidências, ou mesmo alterar o conteúdo do vídeo original, e eu não posso deixar isso ocorrer!
Então, uma lembrança surgiu em sua mente...
Marque. Seu amigo era hábil com computadores e tecnologia. Ele poderia ser a chave para desvendar o mistério das filmagens e das conclusões por trás do desaparecimento de sua irmã.
Contudo, Fabrício se viu hesitante. A busca pela verdade era inegavelmente perigosa e o medo do que poderia descobrir era opressor, entretanto ele precisava saber o que realmente tinha acontecido naquele dia.
Dessa forma rapidamente ele pega seu celular e caminhando de volta para casa informa todos do grupo do que havia acontecido ali...
continua...
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ARAJA - O Que Se Esconde Por Trás Das Sombras? (LIVRO 01 - Concluído)
HororDesaparecimentos enigmáticos, cadáveres descobertos nas proximidades de um parque ecológico e um medo profundo que se instala na cidade a cada inverno. Essa narrativa parece tirada de um conto de terror, mas a realidade é ainda mais aterrorizante. E...