04. Bêbada?

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~Haylet Dohan~

Só pode ser brincadeira. Tem que ser! Sempre acontece o mesmo, sempre que me aproximo de alguém alguma porra tem que acontecer. Será que eu não posso ser apenas uma garota normal? É pedir muito?

Eu borrei toda a maquiagem e para acrescentar sujei os lençóis da cama. Minha garganta dói de tão seca que está, eu estou aqui chorando faz horas, derramei tantas lágrimas que posso ter ficado desidratada, meus soluços fazem meu peito doer, eu devo estar horrível.

Finalmente ganho coragem de sair do chão e me limpar, enquanto caminho até ao banheiro, passo pelo espelho vendo o meu reflexo. Eu estou péssima, olhos encharcados, minha maquiagem destruída e completamente borrada, meu cabelo bagunçado, interessante que eu estou nem ai para o meu estado, só queria que essa dor parasse.

Tomo um banho e visto uma calça jeans preta e um moletom largo da mesma cor. Lavei o cabelo e o deixarei secar naturalmente. Pego o meu celular e vejo que são dez horas da noite, suspiro.

Saio do quarto caminhando calmamente até a sala de estar indo direto à garrafeira levando uma garrafa de vodka e voltando rapidamente ao meu quarto. Tranco a porta e saio pela janela indo até ao penhasco, lá é o único lugar onde poderei sentir o mínimo de paz. A rua está deserta, uma calmaria divina, o silêncio e o ar gelado da noite me agradam como nunca. Após alguns minutos finalmente chego a maravilhosa vista que me é proporcionanda.

Sento como sempre em uma das grandes pedras ali presentes, suspiro ainda pensando no acontecido e as paranóias que me atormentam, abro a garrafa de vodka e bebo direto do gargalo. O líquido desce queimando minha garganta e faço uma careta mas não me importo, só quero esquecer que este dia alguma vez existiu.

~Matt Athena~

- Eu já te falei para não ligar para o que aquela cobra diz Matt, ela é louca. - diz Daph.

- Eu sei mas isso me deixa com raiva, ela fica me enchendo o saco e sabe o meu ponto fraco, isso me errita. - digo.

- Aff, enfim. A gente tem que sair, é nosso primeiro dia de aula na Karthen. - diz sem ânimo.

- Fala sério que a gente tem mesmo que ir? - pergunto.

- Temos que ir, já não basta o papai estar sempre pegando no nosso pé, a gente precisa ir para pelo menos fugir daqui. - diz cruzando os braços.

[...]

Kathen... Esperava muito mais, só estou vendo gente tóxica aqui, mal entrei e um monte de garotas estão olhando para mim como se eu fosse o último homem no mundo. Outras se insinuam para mim como se quisessem me dar, credo.

- Olha, se você virar o popular, jogador de futebol, playboy ou me deixar sozinha por aí eu arranco a sua fuça. Estamos entendidos? - diz olhando para mim como se pudesse arrancar a minha alma do meu corpo.

- Fala sério. - riu. - Eu nunca te deixaria sozinha Daph, nós ficaremos sempre juntos, independentemente do que aconteça, agora vamos que aqui a gente está parecendo alienígenas. - ri e vamos em direcção às nossas respectivas salas.

Nos despedimos e entro na minha sala. Não tem nem um ser humano aqui, sento em uma das mesas do fundo perto da janela. Coloco os meus fones e fico escutando música até que começam a entrar alunos.

[...]

Após alguns minutos a aula de Química começa. Uma garota loira veio sentar ao meu lado, pelo amor de Cristo, preferia ter sentado em uma das mesas à frente. Ela está se insinuando faz tempo, querendo saber de mim, se aproximando de uma forma muito invasiva. Alguém me salve.

- Não quer passar lá em casa hoje? Me passa seu número? Por favor. Vamos comer algo mais tarde? Que tipo de garota você gosta? Eu sou mais que suficiente para você gato. Vai me responde! - diz a garota que não me lembro do nome.

- Tá olha. - respiro fundo para não acabar falando coisas que irei me arrepender. - Você não me conhece, eu não te conheço, não quero nada com você e prefiro que esqueça a minha existência e não fale comigo.

- Vejo que temos um novo aluno. Pode se apresentar para nós? - diz o professor de Química após eu terminar de falar com a loira que me olha incrédula.

- Meu nome é Matt. - digo simplesmente.

- O que mais senhor Matt?

- Nada. Não gosto de falar em público e gosto de permanecer em silêncio. - finaliso.

- Bom, contuan... - antes que o professor possa terminar de falar uma aluna entra do nada na sala de aula.

- Bom dia bando de riquinho filhinho de papai. - pera aí? Ela veio para escola bêbada? - Só queria que vocês desapareçam da minha vida e que eu finalmente tenha o mínimo de paz. - caminha cambaleando até perto do professor que permanece incrédulo. - Professor Thomas, sabe, você é o único professor que não pega no meu pé, o senhor é até que especial mas tem que parar de dar em cima das loiras, aqui entre nós, elas não prestam. - do nada começa a gargalhar.

Toda a sala permanecia em total silêncio, após a revelação as loiras estão de boa aberta, completo choque, parece que ela sabe de muita coisa.

Mas apesar disso, isto me preocupa. Nunca na minha vida de estudante tinha visto algo assim ou algo parecido. A garota tem estatura baixa, morena e cabelo curto com cachos, ela parece não ter dormido, está com olheiras fundas e parece ter chorado, pelo estado dela parece ter bebido por horas, ela não se importa com seu estado, é como se quisesse esquecer algo, como se algo doesse e que a cura fosse o alcoól, digo isso por que sei como é, exatamente como é.

- Uuuh! Garoto novo ui ui. Como você se chama? - diz ao me ver a encarando. - Espero que não seja um babaca como o resto desses aqui mas duvido, aqui todos são iguais excepto eu haha, eu sou um peixe fora de água... - cantarola. - Vejo que a Jessica foi rápida na caça. Cuidado com essa daí. Perigosa. - diz é começa a gargalhar.

- Sua... - a garota aparentemente chamada de "Jessica" é interrompida pelo professor.

- Haylet Dohan para a directoria já!

Continua...

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