03. Porquê faz isso?

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Depois de pintar por um bocado voltei ao meu quarto. Não sei o que estava acontecendo, eu só não queria andar de skate, não queria sair. Só queria ficar comigo mesma.

Desde então fico-me apenas pelo celular, que para me entreter vejo algumas ideias de makes, eu posso não gostar de me maquiar mas maquiagem artística eu amo.

Eu tenho uma pele boa, não preciso de maquiagem, na verdade eu não gosto de make no meu rosto, tipo aquelas makes de base, corretivo e tudo mais, mas para apenas ir para a padaria, não. Sou mais da vibe maquiagem artística. Vejo alguns que me interessam. Let's go!

[...]

- Licença Haylet... Wow! - eu fiquei um tempo no quarto fazendo a make, na foto parecia mais fácil. Enquanto eu terminava sem dar conta Hinata entra no meu quarto. - Nossa...

- Ah, Hina. Oi! - sorri para ela. - Gostou?

- Haylet... que lindo! Você é muito boa! Wow! - ela se aproxima para ver de perto.

- Ah... obrigada. - se eu fiquei sem graça? Não, quê isso...

- Tirou foto? - pergunta ela.

- Não, tira para mim?

- Claro! - lhe entrego meu celular e ela tira a foto.

(Fingam que é a Haylet kkk)

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(Fingam que é a Haylet kkk)

- Que linda!! - diz Hina animada.

- Obrigada!! - sorri. - pode sentar onde quiser tá!? No pufe, na cama qualquer lugar.

- Obrigada. - ela se senta na minha cama.

Depois disso ficou um silêncio desconfortável, eu não sabia o que falar. Eu pensava mas não sabia o que lhe dizer.

- Er... tenho uma curiosidade. - diz ela e eu a olho.

- Sim...

- Por que seus amigos não vem? - ouch, direto na ferida. - Digo... você passa o dia todo em casa, sai um pouco mas logo volta. Estou aqui faz duas semanas e nunca te vi com companhia. - fico de cabeça baixa.

- É.. É complicado...

- Se não quiser falar não tem problema, pode deixar. - diz ela.

- Não, é que... É meio difícil falar disso. - eu gostaria muito de falar sobre isso com ela mas... sei lá, não estou habituada a isso, a ter com quem conversar... E medo.

- Não tem problema. Quando se sentir mais a vontade me conta. - ela segura minha mão e sorri.

Ela é tão fofa e tão meiga... faz muito tempo que ninguém se aproxima de mim, nem mesmo para saber como eu tô...

É inexplicável o que sinto agora que tenho, acho eu, alguém com quem falar mas a pergunta é. Será que vou mesmo falar? Será que não vou estragar tudo como sempre? Ela vai continuar aqui? Será que não vou guardar tudo para mim e a machucar?

- Obrigada. - sorri para ela quando do nada a porta do meu quarto é aberta brutalmente.

- Haylet! - era meu pai...

- O que o senhor quer? - fico de pé.

- Precisamos... - ele vê Hinata. - O que essa empregada faz aqui?

- Desculpe senho... - a corto.

- Não a chame assim, e ela é minha convidada, agradecia por mais respeito.

- Convidada? Então quer dizer que fica criando amizades com quem limpa seu chão? - ele ri. - Me poupe Haylet, eu sabia que você não sabe fazer amizades mas até com empregada não esperava. - gargalha. Vejo Hina de cabeça baixa.

- Haylet, é melhor eu ir...

- Não Hina, eu te convidei, você é minha convidada, e o senhor Dohan não tem a autoridade de te expulsar do MEU quarto.

- Não tenho autoridade? Eu sou dono de tudo que você tem Haylet. Eu pago todas suas dispesas, portanto tenho autoridade sim! - diz ele. - Agora, Hinata Yoshida para meu escritório. JÁ! - grita nos assustando. Hinata sai as pressas de cabeça baixa.

- Hina... - a chamo mas ela já tinha saído. - Porquê faz isso? Por que eu não posso ter amigos? O que eu fiz? Pra quê me castigar assim?

- O problema não sou eu, são essas amizades que você arranja.

- Não... você que não gosta das minhas amizades, as poucas pessoas que queriam ficar perto de mim você as afasta, e isso não é justo! - se controla Haylet. Não chora na frente dele.

- Você merece pensar nessas baboseiras que está falando. Esta de castigo! Você não sai mais para andar de seu skate, agora escola e casa mais nada! E aquele seu estúdio de pintura, ficará trancado até quando EU quiser! - ele bate a porta quando a fecha, sem me dar tempo de falar.

Caio no choro... Eu me odeio por acabar chorando sempre, eu odeio! Eu odeio ficar assim, não quero que aconteça de novo, eu não quero  fazer de novo... isso tudo vai em obrigar a fazer mas eu não quero.

Me encontro atualmente ajoelhada no chão e o rosto na cama. Meus punhos estão cerrados e tremendo, eu não quero ir de novo para lá, não mais, não quero voltar para aquele lugar escuro e solitário. Estava tudo indo bem, eu estava feliz, mas como sempre tudo foi em vão. Não me leve para lá de novo... Por favor... Não...

~Matt~

- Matt querido. - Margaret aparece na sala.

- Me poupe Margaret, eu sei que você não gosta de mim. - a olhei com desdém.

- Hum... Enfim, só vim te avisar que eu e seu pai estamos indo ver uns... amigos. - amigos... Devem estar indo falar de negócio.

- Que seja.

- Ah, seu pai não quis olhar na sua cara depois da burrada de ontem. Bye! - diz e logo sai dando o tchauzinho.

Apenas reviro os olhos, nada que eu não estivesse acostumado, já fiquei até uma semana sem trocar uma palavra com ele.

Mas já não meço esforços, estou cansado de ser infeliz por coisas que ele quer, eu também tenho minha vida. Se minha mãe estivesse aqui... Ahh, como ela faz falta, antes era tudo mais fácil, tudo era... nem sei como explicar, ter minha mãe por perto era reconfortante.

Sinto falta do sorriso dela e de suas carícias, eu costumava ficar horas brincando com ela e minha irmã, era incrível e meu pai não era assim como ele é agora.

Agora só passa a vida implicando comigo, dizendo que eu não faço nada além de andar por aí e não me importar com nada. Sinceramente eu tentei, e cansei, ser certinho e bonzinho não é para mim, se ele não gosta de quem eu verdadeiramente sou não é comigo, um dia ele terá que aceitar.

Eu sei que sou capaz de fazer as coisas da minha maneira, mas meu pai não quer saber, e não dá nem uma oportunidade de tentar.

Continua...

Hehe, aqui temos finalmente o nosso Matt. Espero que estejam a gostar, até a próxima!

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