10. A promessa.

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~Haylet Dohan~

— Como você encontrou está cabana? — pergunto a Matt que faz um curativo em meu machucado no joelho.

— Não encontrei, é minha. — disse se levantando. — Pronto!

— O-Obrigada... — digo cabisbaixa.

— Bateu com a cabeça também? — perguntou rindo.

— Como é? — pergunto arqueando uma sombracelha.

— Você agradeceu! — diz ainda rindo. — Da última vez que te ajudei, tive que implorar por um simples "obrigada". — disse ainda rindo.

— Idiota. — disse me levantando da cadeira ainda sentindo dor no joelho. — Estava bom demais para ser verdade, você é sem noção mesmo. — estalo a língua.

— Ou você que é esquentada e grossa demais. — diz quando termina de rir.

— Se não gostou é problema seu! — revirei os olhos. — Fico grata pela ajuda, agora pode me levar de volta para a cidade? — digo forçado.

— Poder eu posso... — da uma breve pausa vindo em minha direção. — Mas quem disse que eu quero? — diz parando em frente ao meu rosto. Senti uma vontade imensa de socá-lo.

— Deixa de ser chato! — reviro os olhos me afastando.

— Calma aí, assim seu joelho vai doer mais. Senta. — indica o sofá e me sento.

— O que você quer? — pergunto séria.

— Oi? — diz confuso.

— O que você quer para me deixar em paz para sempre e para me levar para cidade? — digo olhando-o.

— Não quero nada mas... — senta no sofá a minha frente. — As coisas têm que funcionar sobre minhas regras. — sinto a raiva me consumir e aperto meus punhos respirando fundo. Perder a calma não vai mudar nada.

— Tá... — suspiro. — Como será agora?

— Vamos para cozinha primeiro, tenho a garganta seca. — diz se levantando e indo até a cozinha. — Do que está esperando? — pergunta ao me ver ainda sentada.

Reviro os olhos levantando e indo até ele cambaleando pelo meu joelho lesionado. O mesmo me observa por um tempo até me carregar como se fosse noiva tão rápido que mal pude perceber. Não neguei, o que adiantaria? Só vou sair daqui mesmo pelas regras dele. Patético!

~Matt Athena~

Confesso, vê-la com raiva é prazeroso. Ela não tem outra opção a não ser me obedecer, afinal de contas, sou eu quem sabe a saída daqui. Confesso ter ficado surpreendido quando a vi jogada no chão, nunca imaginei vê-la aqui, foi surpreendente.

Essa garota é aventureira demais, ela anda demais e não está nem aí para nada. Nunca conheci alguém como ela, seu jeito de quem está nem aí para tudo e para todos. Ela é diferente... Existe algo nela que eu não sei explicar direito. 

Coloco-a sentada num dos bancos do balcão. Admiro ela não ter feito birra.

— Então? Quer que eu lhe sirva um copo de água? — perguntou revirando os olhos.

— Não, vamos fazer chocolate quente. — disse tirando duas xícaras do armário. — E você vai me ajudar.

— Eu estou machucada, sem contar que eu não sei cozinhar. — disse fazendo carreta.

— Você vai aprender hoje. Agora pica essa barra de chocolate por favor. — disse lhe entregando a tábua, uma faca e a barra de chocolate. — E tenta não se machucar ok?!

— Que ódio! — diz começando a picar a barra de chocolate. Apenas ri da sua cara.

[...]

Fizemos, ou melhor, fiz o chocolate quente e nos encontramos sentamos a mesa aproveitando o chocolate com alguns bolinhos que trouxe quando vim para cá.

Deve estar se perguntando sobre como estou aqui e como vim parar aqui. Tenho uma resposta simples, está cabana pertencia a minha falecida mãe... Ela costumava vir para cá comigo e Daph quando éramos novos. Era uma época muito feliz, nos fazíamos chocolate quente sempre, pois vínhamos no inverno e no verão brincávamos numa pequena cachoeira aqui perto, era incrível... Vir aqui me desperta essas memórias incríveis com a minha mãe.

— Quando é que eu poderei ir embora? — pergunta Haylet.

— Quando acabar de comer. — a mesma solta um sorriso mas logo o desfaz. O sorriso que durou apenas um segundo que fez meu coração palpitar. — Mas antes, eu quero te perguntar algo.

— Diga. — disse logo em seguida bebendo um pouco do seu chocolate quente.

— Tem uma cachoeira aqui perto... — travo por alguns segundos sentido minha garganta fechar. — Quer ir comigo lá antes que eu vá te deixar na cidade? — pergunto coçando a nuca. A mesma soltou uma risada nasalada me fazendo ficar confuso. — O que foi?

— Você... — diz a mesma me olhando diretamente nos olhos. — Onde você quer chegar com tudo isso?

— Em nenhum lugar. Só quero te conhecer, há muita coisa por trás dessa sua atitude birrenta e grossa. Você está sempre na defensiva, tentado se defender de algo que eu não sei o que é. — inclino meu corpo para frente encarando a. — Você é mais do que aparenta ser Haylet.

Não sei o que me levou a lhe pedir para ir a um lugar tão especial para qual eu ia com minha mãe, não sei o porquê de eu ter tanta curiosidade, não sei o porquê de querer desvenda lá até ao seu último fio de cabelo. Esta garota, ela mexe comigo. Seu jeito me é chamativo, seu olhar, seus olhos... ela, é ela!

— Minha vida, minhas escolhas. Não preciso que se meta na minha vida. — diz desviando o olhar.

— Não preciso me intrometer, você me dará boas-vindas por si própria. — levanto indo até si, puxo levemente a cadeira onde está sentada e pego sua mão fazendo-a levantar. — Por trás da escuridão dos seus olhos existe uma luz. Por trás dessa máscara existe alguém sensível. Por trás dessa armadura existe alguém machucado. Por trás dessas palavras frias existe um pedido de mostrar quem você verdadeiramente é. — seus olhos ficam marejados. — Nem que eu me fira para verdadeiramente te conhecer, eu o farei.

Coloco a mão em sua nuca me aproximando dela quebrando a distância entre nós, nossos olhares não se desconectam. Me aproximo o suficiente para sentir nossas respirações pesadas. Sua mão de encontro ao meu peito, seu toque era inseguro, sua expressão corporal demonstrava indefesa, insegurança e medo. Me aproximo mais chegando a roçar nossos lábios de leve, sinto seu corpo estremecer quando coloco a outra mão na sua cintura. A mesma permaneceu imóvel. Eu queria, queria muito saciar a minha sede sobre seus lábios, mas não era o certo, preciso que ela também queira na mesma intensidade que eu quero. Então, lentamente me afasto de seus lábios e me aproximando do seu ouvido.

— Eu vou curar suas cicatrizes como eu queria que as minhas fossem curadas. Não vou te deixar na mão. Trarei de volta o anjo perdido dentro de você.

Continua...

Enfim voltei. Espero que gostem :).

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