The tamer of beasts | BAKUDEKU

Aquele que doma Katsuki

Katsuki POV

    Não me recordava em que momento da noite havia caído no sono, mas me lembrava vagamente de estarmos cantando junto da Elsa, enquanto ela entrava no Ahthorallan e de ver Midoriya chorando como bebê enquanto a princesa ficava congelada e Olaf se desfazia. Após isso, não me lembro muito bem se terminamos o filme, ao menos eu tinha a quase certeza de que não o havia feito, pois não lembrava o que acontecia após aqueles acontecimentos, já que, detalhe, eu nunca havia visto Frozen 2 e esse foi o motivo do esverdeado exigir que a gente visse o filme, alegando que era melhor que o primeiro. E foi por isso que, mesmo já passando das três da manhã, ainda seguimos vendo animações da Disney, não me admira ter apagado antes do final, eu sempre durmo cedo demais.
Entretanto, não estava irritado de ter ido dormir tão tarde, na verdade quando me lembrava daqueles pequenos momentos, mesmo antes de abrir meus olhos, imaginei até ser um sonho, vendo o baixinho de cachos verdes cantando Amigos do outro lado enquanto pulava ao meu lado, assim como duvidei ser real eu estar presenciando outras muitas faces de Izuku, era simplesmente irônico que eu, a pessoa que não se interessava muito pelos outros, pude descobrir naquele dia como era o mais novo, descobrir que ele era incrível a cada momento que passava, que ele era extremamente fofo, fosse muito concentrado, cantando ou chorando como um bebê, que ele ficava super animado e me abraçava sem notar e, vez ou outra, tinha suas bochechas pintadas de vermelho, tudo nele me encantava e, de novo, eu não era uma das pessoas mais empenhadas em conhecer outras, me contentava com conhecer pouco e formar uma amizade superficial com a maioria, com excessão de Kirishima e Kaminari que eram, provavelmente, o mais próximos que eu possuía de amigos, mesmo que nem próximos o suficiente para certas coisas. Por isso mesmo era irônico que eu quisesse tal proximidade com Midoriya, o garoto do laboratório de biologia que me encanta com seu sorriso por algum motivo.

Entranto, a comprovação de que o dia anterior era tão real quanto o fato de que o céu é azul  foi apenas um peso em cima de meu peito. Ainda não havia aberto os olhos pois estava confortável sem visualizar a bagunça que havia sido feita, mas mudei de ideia ao ouvir um resmungo com meu apelido vindo do menor, me fazendo abrir os olhos com cuidado e os coçar antes de dar de cara com um Izuku dormindo profundamente em cima de mim, seu corpo estava entre minhas pernas, sua cabeça apoiada em meu peito enquanto suas mãos apertavam minha roupa, como se estivesse agarrado em mim e não fosse me deixar sair dali. Acabei sorrindo com a visão, convicto de que estava para nascer alguém mais lindo e fofo que aquele garoto, podia até mesmo ver seu aparelho por entre os lábios meio abertinhos, o deixando ainda mais fofo que tudo. Meus dedos vacilaram quando minha mão automaticamente se ergueu para acariciar os cabelos bagunçados, mas acabei por deixar a mesma sobre os cachinhos verdes, os acariciando cuidadosamente, temendo acordá-lo.

— Tão fofo, tão... — não consegui terminar de externar meu pensamento para o nada, ou o que eu achei que era o nada, pois uma voz feminina muito bem conhecida por mim se fez presente, cortando minha frase e, ao mesmo tempo, completando-a.

— Lindo! — ela comentou, sorrindo boba com sua xícara de café em mãos. O Katsuki que vos fala aqui quase teve um treco ali mesmo, quase.

— Mãe??? O que tá fazendo aqui?

— Hm... Eu moro aqui?

— Você me entendeu... — resmunguei, uma pequena carranca de poucos amigos que se desfez rapidamente ao contemplar o sorrisinho radiante da loira mais velha.

— Entendi sim, mas é sempre lindo te ver irritado! — ela fez um biquinho, que mais parecia uma careta, tomando um gole de café. — Quem é o garotinho bonito? Não sabia que estava namorando! Não contar as coisas para a mãe dá castigo divino hein.