O novo vizinho... e QUE vizinho!

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Acordei com o despertador tocando. Som infernal! Odeio essa coisa, não sei por que ainda insisto em mantê-lo se posso muito bem comprar outro menos irritante... quem sabe um rádio despertador? Não é má ideia.

Me levanto pegando o maldito e o jogando na lixeira que tenho perto de minha cômoda e batendo uma mão na outra como se as limpasse sigo para o banheiro para minha higiene matinal me sentindo muito bem hoje.

Desço depois de me trocar, decidindo hoje por um vestido acinzentado sem mangas e um pouco acima do joelho, mas nada muito extravagante até porque Willian o maior sócio da empresa detesta extravagância assim como eu e mesmo que eu agora não seja mais sua assistente, ele ainda tem regras que todos devem seguir.

Organizo também os documentos e projetos que eu mesma fiz muito importantes para uma reunião que Willian tem me falado a mais de duas semanas, pelo que me disse um grande provável sócio está a caminho para investir pesado na empresa de publicidade onde trabalho e claro que fico muito feliz com isso, mais dinheiro para a empresa mais dinheiro para mim e vou finalmente conseguir fazer a viagem que venho sonhando há anos em fazer.

Por isso vou me empenhar ao máximo nisso pra que consigamos o apoio desse misterioso sócio, pelo que soube ele é bem difícil de impressionar, mas nada que eu mesma não possa resolver... não que eu esteja me achando, mas eu sei do meu potencial profissional então não tem pra que modéstia, humildade sim e sempre, mas quando se tem o que precisa pra ser mais então SEJA mais.

– Pai? — pergunto ao sentir o delicioso cheirinho de café que só ele consegue fazer, desço com pressa o último degrau da escada com o som do meu salto no piso de madeira, encontro meu pai na cozinha mexendo em uma frigideira com ovos, o cheiro estava delicioso.

– Oi filha, dormiu bem? Vi que dormiu tarde ontem – pergunta colocando sobre o balcão o prato com os ovos e o bacon, eu o encaro por alguns instantes quando faz seu próprio prato de café da manhã e coloca sobre o balcão duas xícaras e depois despeja o café e então ele nota meu olhar. Meu pai é um homem bonito, seus cabelos não estão de todo branco, seu sorriso é, com certeza, sua maior arma na sedução e também seus olhos azuis claro que eu puxei – o que? – pergunta, eu apenas sorrio e balanço a cabeça pensando se ele não podia ser assim todos os dias e não o homem que às vezes tenho que arrastar da porta para o sofá com aquele fedor de cerveja e uísque.

– Nada... só estou um pouco cansada de ter ficado até tarde trabalhando só isso! – digo deixando minha pasta sobre a mesa no centro da pequena cozinha e me sentando em um dos banquinhos em frente ao balcão e ele se apressa em se sentar do meu lado.

Conversamos sobre minha viagem e como sempre ele diz que vai me ajudar com isso e como sempre eu apenas agradeço, mas nem dou muita atenção. Saio apressada quando vejo que perdi tempo demais conversando com meu pai e me esqueci que teria que chegar mais cedo na empresa hoje.

Dou um beijo em sua bochecha pedindo pra que se cuide e não saia sem me avisar, quase corro até a porta já pegando a chave em cima da mesinha no hall (dos dois carros, pra que Paul meu pai, não faça a loucura de enfiá-lo em um lago outra vez). Assim que saio na porta sou atingida por uma bola em minha cabeça que me desorienta fazendo que minha pasta caísse aberta e meus papéis voem pelo chão.

– Mas que porra foi essa!? — grito irritada pra ninguém exatamente estava ocupada de mais recolhendo minhas coisas. Essas coisas sempre acontecem com quem está com pressa e para ajudar meu celular começou a tocar e nem ao menos sabia onde ele estava. – maravilha! – digo.

– Me desculpe moça – ouço uma voz fina, feminina e infantil acima de minha cabeça, mas não tenho tempo.

– Sim claro... onde está essa merd-...

Meu vizinho tatuado (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora