Juliana Martins, mulher criada dentro dos padrões conservadores, obediente à pai e mãe, sempre foi ensinada a ser a mulher perfeita para casar. Sua mãe, ainda que dentro dos padrões impostos pela sociedade, conseguiu deixar um rastro de empoderament...
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Juliana é aquela menina/mulher bem padrão mesmo, não tem muito o que falar sobre sua criação. Mãe formada em contabilidade, porém, após seu nascimento dedicou sua vida a filha. Pai formado em administração trabalhava como Diretor em uma grande empresa conceituada da cidade.
Sua vida sempre foi bem estruturada, nunca lhe faltou nada. Sempre estudou nos melhores colégios, daqueles que ensinam como ser uma boa menina. E assim ela aprendeu. Nunca questionou muito pai e mãe, nunca havia tomado decisões por si própria.
Aos 17 anos se apaixonou por um rapaz mais velho, já formado, morava sozinho aos 23 anos. Já era bem empregado, e recebia bem. Bem educado também, logo começaram a namorar. Marcos era seu nome.
Como uma boa adolescente, mesmo não respondendo aos pais, ela tomou algumas decisões sozinha. Marcos não havia sido seu primeiro homem, antes dele ela experimentou dois homens. O que ela perdeu a virgindade era seu melhor amigo, e entraram em um acordo sobre isso. E logo depois, o popular do colégio a enrolou dizendo que a amava. Mas as duas experiências foram péssimas, ela só conseguia atingir seu ápice sozinha.
Mas voltando para o Marcos. Ele se tornou seu primeiro amor, seu primeiro orgasmo com um parceiro e também, o seu marido.
Engravidou aos 18 anos e casou com ele, foram morar juntos no apartamento comprado de Marcos.
Teve o primogênito aos 18 mesmo, José.
Muito a contragosto do pai, ela conseguiu terminar a faculdade de direito após o nascimento do seu segundo filho, João. O pai dela achava uma ultraje ela voltar a estudar com dois bebês pequenos em casa. Para ele, o correto era ela cuidar dos filhos e largar a faculdade.
Mas Marcos, que já não era tão padrão assim, conversou com o sogro e explicou que os tempos são outros e que naquele tempo as mulheres já trabalhavam e os bebês ficavam com as babás. Somente uma conversa de homem pra homem fez o pai de Juliana parar de interceder.
Alguns anos depois, os pais da Juliana foram morar em San Diego, California, nos EUA, sob a expectativa de viver melhor.
Marcos e Juliana viviam bem, se mudaram para uma casa bem grande. Como Marcos não parou de estudar e se aprimorar em sua área, ele foi tendo um crescimento profissional vertiginoso. Logo, a grande casa estava ocupada com eles, os filhos e alguns empregados.
Juliana trabalhava como advogada em uma grande empresa de petróleo e gás, ganhando reconhecimento em sua carreira, se tornando coordenadora de todo o setor jurídico nível nacional.
Assim que ela foi imbuída no cargo da coordenação, Marcos com o apoio dos sogros, conversa com Juliana sobre os filhos:
- Ju, acho que João e José estão em uma idade perfeita para começar a estudar nos Estados Unidos. O que você acha?
Juliana ficou um pouco incomodada com aquela indagação, e tenta entender melhor o que está de fato acontecendo:
- Não estou entendendo... Os meninos estão bem aqui, são muito novos! José está com 8, João com 6 recém feitos. Por que você quer tirar os meninos de perto? Cansou de ser pai?
