VIII

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Pov Castiel
 

— Eu não acredito que você vai furar comigo! – Reclamo com Balthazar, o chato do meu irmão.
 
— Foi mal cara, realmente preciso ir no escritório assinar umas papeladas.
 
— Hoje é domingo? – Digo em tom de pergunta.
 
— Diz isso pro meu cliente que inventou de sair de casa com a tornozeleira e tudo. Para advogados não tem dia de descanso irmãozinho. – Ele ri.
 
— Bem feito, quem manda pegar caso de pessoas culpadas para defender. E para de me chamar assim, parece que tenho 10 anos.
 
— Nunca vou parar de te chamar assim, tenho que ir. Até mais irmãozinho.
 
— Seu-
 
Ia continuar o  xingamento mas ele desligou a ligação antes. Havíamos combinado que ele passaria a tarde no meu Ap comigo, assistiríamos filmes ruins e comeríamos porcaria. Como fazíamos em  Nova York, quando descobrimos que o nojento do meu pai tinha duas esposas, foi um grande baque para minha mãe e para a de Balth, mas hoje ambas são tranquilas quanto ao assunto, e nós quatro somos bem unidos. Já meu pai, faz meses que não o vejo.
 
Coloquei as mãos na cintura e respire fundo, ia subir para o quarto para voltar a dormir já que levantei cedo atoa quando ouvi meu celular tocar, era um numero não salvo.
 
— Alo? – Digo de cara.
 
— Oi professor, aqui é o Sam Winchester. – Ia perguntar como ele conseguiu meu numero quando ouço ele rindo e dizendo baixinho algo como “para Dean”.
 
— Oi Sam, posso te ajudar em algo?
 
— Na verdade não, mas você pode ajudar meu irmão. Ele não tá conseguindo fazer o trabalho sabe.
 
Ao fundo consigo ouvir risadas curtas de Sam e falhas na ligação, como se ele estivesse correndo. Ouço a voz de Dean também, estava brava e dizia coisas como “eu vou te matar” e vários palavrões.
 
— Ok, ele tá livre hoje?
 
— Com certeza sim!
 
— Vou mandar minha localização pra você por mensagem então, diz pra ele vir até minha casa.
 
— Tá bem. Obrigado professor, tchau.
 
— Tchau Sam. – Desligo a ligação.
 
Inspiro e espiro fundo. Um aluno vir até minha casa não uma boa ideia. Principalmente se esse aluno tinha olhos verdes, cabelos claros e um sorriso perfeito...
 
— Castiel para! – Digo a mim mesmo, e respiro fundo, seria uma longa tarde.
 
 

Pov Dean

— SAM EU VOU TE MATAR SEU FILHO DA PUTA – Grito enquanto corro atrás dele.
 
— Você deveria me agradecer, eu te arrumei um encontro! – Ele diz rindo.
 
— Do que você tá falado? ELE E MEU PROFESSOR! – Digo indignado.
 
— E oque tem? Vocês dois são maiores de idade, e você tá completamente afim dele. – Ele dá de ombros.
 
Paramos de correr, agora estamos um de frente para o outro, com minha cama de casal nos separando.
 
— Afim dele? Da onde você tirou isso?
 
— Ah sei lá, de você secando ele com os olhos durante a aula, de você olhando pro papel com o numero que ele te deu toda hora, também...
 
— Ok, já entendi seu ponto. – Reviro os olhos e me jogo na cama, Sam se joga no meu lado.
 
— Agora vai lá, toma um banho, faz a chuca e vai sentar gostoso naquele homem!
 
— Cala a boca seu idiota. – Digo pegando um travesseiro que estava do meu lado e taco nele. Começamos a rir enquanto ele tacavamos travesseiros um no outro.
 

-x-
 

Havia chegado no endereço que Castiel mandou, era um prédio bonito, provavelmente o AP deveria ser também.
 
Respiro fundo e seco minhas mãos que estavam suando frio no jeans da minha calça. Coloco meu dedo em cima do interne, antes que eu pudesse apertar o botão vejo o portão sendo aberto com Castiel aparecendo no meu campo de visão.
 
— Oi. – Digo com um sorriso.
 
— Oi Dean, vi seu carro pela câmera. – Me explica. Apenas afirmo com cabeça, sem saber bem o que responder. Ele estava tão lindo, com uma calça de moletom preta e uma camisa lisa cinza que marcava seus braços.
 
— Então... vamos entrar? – Ele pergunta.
 
— Claro! – Respondo e nós entramos.
 
Eu estava certo, o Ap de Castiel é lindo. As paredes eram de um tom marrom escuro, que deixava o ambiente com um ar misterioso. Estava sentado com ele no sofá, havia uma certa distancia entre nós.
 
— E... pronto. – Ele respondeu. – Você conseguiu.
 
— Não teria sem a sua ajuda, obrigado.
 
— De nada, mas não se menospreze assim, você teria conseguido sim sem mim.
 
— Se você diz. – Dou de ombros.
 
— Você gosta de torta? – Ele me pergunta assim, do nada.
 
— Muito, é minha comida favorita da vida! – Repondo, acho que empolgado demais.
 
— Você quer? Eu fiz pra mim e pro meu irmão mas ele não vem.
 
— Claro, quero sim.
 
Ele sorri e se levanta do sofá caminhado até a cozinha, que era separada da sala apenas por um balcão, então consegui observar seus movimentos. Não demorou muito para ele voltar com dois pratos com pedaços grandes dentro deles.
 
— Aqui está. – Ele me entrega um dos pratos.
 
— Nossa, isso tá muito bom! – Digo, depois da primeira garfada.
 
— Que bom, é uma receita de família.
 
— Então além de professor você também é cozinheiro? – Pergunto brincando.
 
— Não mesmo – ele ri — Essa é a primeira vez que fiz essa receita, estava com medo de dar errado.
 
— Deu muito certo, acredite – respondo terminando meu pedaço. Castiel também terminou o dele, colocamos nossos pratos sobre a mesinha de centro.
 
— Tá sujo, aqui – Castiel diz, apontando para o próprio canto da boca.
 
— Aqui? – Pergunto, tentando limpar.
 
— Não, - ele sorri. — Deixa que eu... – Ele toca o canto da minha boca o limpando, mas não retira seus dedos dali, na verdade ele abre mais sua mão a estendendo sobre minha bochecha, seus olhos grudados em meus lábios.

Nossas cabeças começam a se aproximar involuntariamente, estávamos bem próximos quando ele se afastou bruscamente, se levantando do sofá.
 
— Dean a gente não pode, – Ele diz, ofegante. — além de eu ser mais velho que você eu ainda sou seu professor!
 
— Nós dois somos maiores de idade. –  Respondo.
 
— Sim, mas eu continuo sendo seu professor, se alguem ficar sabendo...
 
— Eu não conto se você não contar. – O interrompo.
 
— O que? – Ele diz. Me levanto do sofá e caminho até ele, sem tirar meus olhos do dele.
 
— Qual é Cass... – chego mais perto. — Eu estou muito atraído por você, e eu sei que você também está por mim, eu não conto nada, – Coloco minha mão sobre seu peito. — eu só quero urgentemente sentir o gosto dos seus lábios.

 
Eu não fazia ideia de onde havia tirado coragem para dizer todas aquelas coisas, mas as repetiria milhões de vezes se em todas elas eu sentisse seu peito subir e descer sobre minha mão.
 
— Que se foda. – Ele diz e segura minha cintura puxando meu corpo com força contra o dele, os colidindo, encostou nossas bocas em um beijo duro e feroz, nada delicado. Eu tinha adorado.
 
Beijei outros dois homens antes, mas com os dois eu estava bêbado, então a sensação era diferente, era diferente também porque dessa vez eu não estava mentindo para mim mesmo.
 
Eu estava beijando um homem. E estava gostando de fazer isso. Dessa vez eu entendia que me atraia por homens. Dessa vez eu admitia que estava gostando de ter um homem apertando minha cintura enquanto beijava meu pescoço fazendo eu soltar gemidos.

— Uou.
 
Castiel me solta e eu me afasto bruscamente dele me virando para trás. Encontrei Balthazar, boquiaberto. Castiel olhou para ele, e depois para mim.
 
— Dean, eu acho melhor você ir... a gente se fala depois?
 
Minha voz havia sumido, apenas concordo com a cabeça e saiu de lá praticamente correndo, entro no meu carro e respiro fundo.
 
— Eu to fodido. – Jogo minha cabeça sobre o volante.

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Desculpe por quarquer erro, não deu pra revisar :)

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2021 ⏰

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