My Dear, Teacher... - Destiel

II

Talvez Castiel não estivesse tão desconfortável em saber que jantaria com seu aluno se ele não tivesse chamado sua atenção durante a aula enquanto todos observavam, Dean também estava assim, desconfortável, pelos mesmos motivos, ele só sabia que agora mais do que nunca ele queria matar Sam por ter ficado o infernizando sobre Gabriel. Mas infelizmente tudo já estava feito.

— Nossa, ele é seu professor? Dean, eu sinto pena de você. – Balthazar diz tentando descontrair o ambiente.

— É, eu comecei hoje. – Castiel diz ainda encarando o rosto do Winchester.

Dean não diz nada, apenas encara Novak de volta, eles estavam bem mais próximos do que na sala de aula, e isso estava causando arrepios em Dean.

— Bom, entrem. – Dean diz saindo de seus pensamentos enquanto abre mais a porta dando espaço para eles passarem. Depois de entrarem e Dean fechar a porta Castiel vai até ele dizendo:

— Espero que gostem de vinho. – Castiel entrega a garrafa que estava em seu braço o tempo inteiro e só agora Dean havia notado.

— Ohw. Obrigado professor. – Dean diz com um pequeno sorriso.

— Por nada. – Castiel o responde com um pequeno sorriso.

— Balth. – Sam diz aparecendo atrás de Dean e indo em direção ao homem.

— Sam, meu deus. Como você cresceu. – O homem diz rindo o puxando para um abraço.

— Os arranha céu que lute. – Sam o respondeu em tom de ironia ainda dentro do abraço.

— Boa grandão. – Balthazar o responde separando o abraço, Sam se vira e nota Castiel, ele fica confuso. Porque o professor dele estava em sua sala?

— Professor? – Sam diz.

— Olá Sam. – Castiel o responde olhando para Sam.

— BALTHAZAR. – John diz descendo às escadas indo até o homem loiro o abraçando.

— Oi John. Quanto tempo. – Balthazar diz depois de John cessar o abraço.

— Alguns anos cara. – John o responde ainda sorrindo.

— Esse é Castiel... meu irmão, John. – Baltazar diz apontando para o moreno.

— Muito prazer Castiel. – Ele diz estendendo a mão para o moreno.

— O prazer é meu. – Castiel o responde sorrindo pegando sua mão.

— Eu não sabia que você tinha irmão Balth. – Sam diz sorrindo, tentando não parecer rude.

Sam e Dean já conheciam Balthazar desde que nasceram, ele era o tio legal que sempre passava pano para os meninos, mas há alguns anos ele se mudou para Nova York, agora estava de volta a cidade. Por mais que Balthazar era muito próximo a sua família, Dean e Sam nunca viu Balth falando do irmão.

— Nem eu. – Balthazar responde rindo. - Descobri que esse cara chato e careta ai é meu irmão a pouco tempo. – Ele continua dizendo.

— Eu não sou chato. – Castiel diz normalmente.

-x-

Estavam os cinco rapazes todos sentados à mesa. John na ponta, Sam e Dean um ao lado do outro, e na outra parte da mesa, Castiel e Balthazar, Cas estava de frente para Dean, que de vez ou outra olhava para seu professor.

Dean se amaldiçoava internamente por isso, ele estava com vergonha e constrangido com o que aconteceu na escola.

— Céus, isso está maravilhoso. – Castiel diz depois de três garfadas no macarrão com queijo. 

— Obrigado. – Dean responde meio tímido.

— Foi você quem fez? – Castiel pergunta depois de mais uma garfada.

Dean apenas concorda com a cabeça.

— Se ele fosse bom na escola o tanto que é bom na cozinha certamente já estaria na faculdade e não no terceiro ano aos 19. – John falou sério.

— Bom, acho que Dean precisa de incentivos e não críticas agora. – Castiel diz limpando a boca com o pequeno guardanapo de papel.

John olhou sério para Castiel, com certeza ele iria ser grosseiro, John não gostava de quando outras pessoas se intrometiam na educação de seus filhos. Até mesmo Balthazar que acompanhou de perto os meninos desde o nascimento, John ficava irritado quando ele os defendia de suas broncas. Sam percebendo o que seu pai iria fazer logo começou a falar antes que seu pai praticamente o expulsasse de casa.

— O que o Sr. Novak está tentando dizer pai. – John olha para Sam e Dean extremamente vermelho sem saber ao certo se era de medo ou vergonha suspira aliviado pelo irmão ter salvo sua pela. – É que Dean tem potencial para passar de ano se quiser.

— Porque “Sr. Novak”? -John diz um pouco confuso não se importando com a explicação sobre a fala do homem de olhos azuis.

— Ele é nosso novo professor. – Dean se intrometeu na conversa bem menos vermelho.

— O que eu disse sobre Dean, eu disse do ponto de vista pedagógico. Me desculpe se me intrometi demais. – Castiel fala olhando para John e Balthazar agradece internamente por não ter que “escolher” entre seu irmão e seu amigo.

— Não, você não fez. Está tudo bem. – John diz com um sorriso um pouco forçado.

O jantar continuou até umas 22:00 da noite, que foi quando Balthazar sugeriu que fossem embora, e assim o fizeram. Depois de alguns minutos que eles saíram pela porta Dean notou que seu professor havia esquecido seu sobretudo no cabideiro. Sem pensar muito ele o pegou e caminhou até a saída, Castiel estava entrando no carro quando Dean gritou um “espera” e então Castiel saiu do mesmo e fechou a porta, deixando Balthazar esperando no banco do carona.

— Olá Dean. – Castiel diz confuso caminhando até Dean.

— É... - Dean coloca a mão na nuca para tentar disfarçar seu nervosismo. E se perguntando o porque diabos ele estava nervoso. – O Sr. Esqueceu isso. – Ele diz estendendo o sobretudo até Castiel.

— Obrigado Dean. – Ele diz pegando o tecido com um sorriso.

— Por nada professor. – Dean o responde com um sorriso de canto de boca.

Castiel balançou a cabeça positivamente e se virou andando em direção ao carro, mas parou se virando para Dean novamente depois de cinco passos, Dean ainda estava olhando para frente.

— Dean, pode me chamar de Castiel. – O homem de olhos azuis diz, depois de alguns segundos em silêncio ele continua falando, como se estivesse se esquecido de continuar. - Bom, não na sala de aula mas fora dela Castiel está ótimo.

— Está bem, Castiel. – Dean o responde colocando as mãos dentro dos bolsos da frente de seu jeans.

Castiel apenas assenti e se vira entrando em seu carro e indo embora.

E foi nesse momento que Dean teve absoluta certeza que não conseguiria enxergar Castiel Novak como apenas seu professor.