VI

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O som irritante do alarme ecoava pelo quarto de Dean, resolver se levantar com tudo se sentando rápido na cama não foi uma boa decisão, imediatamente veio uma pontada forte em sua cabeça fazendo o levar a mão até a testa, se jogou na cama novamente. Bufou ao notar que o barulho irritante do alarme ainda tocava.

Lapsos de memória vieram a sua mente, ele no bar, bebendo com Charlie e Sam, depois o bartender, e então... Castiel.

— Puta que pa-

Se levantou fortemente de novo enquanto falava, ainda com a mão em sua testa, devido a dor na cabeça.

— Deeean cala a boca. – Dean se virou para o lado e encontrou Sam, deitado ao seu lado, ainda de sapatos nos pés e abraçado com uma garrafa de tequila.

— Sammy? – Perguntou confuso.

— Não, Dean, o bicho papão. – Respondeu, ainda com os olhos fechados tentando dormir de novo. – Desliga isso pelo amor de Gaga. – Falou se referindo ao alarme, que ainda tocava uma música extremamente alta.

— Hein? – Falou confuso, sem entender do que o irmão dele estava falando.

— Ai meu Deus. – Disse irritado, bufando audível se sentou ainda com os olhos um pouco fechados, começou a tatear a cama e finalmente encontrou o celular de Dean, o desligando.

— O que você ta fazendo na minha cama o estressadinho? – Perguntou ficando de pé ao lado da cama.

— Sei lá, cheguei muito bêbado. – Percebeu que segurava algo em suas mãos, colocou a garrafa na mesa ao lado da cama do irmão com a feição confusa, sem saber ao certo aonde havia arrumado aquilo. – Vim pra cá pra te contar uma coisa. – Riu passando a mão no cabelo rapidamente – Ainda bem que você estava dormindo e eu não disse nada.

Assim que Sam terminou sua frase, outra memória veio em sua mente, Castiel dizendo que Sam estava no banheiro beijando um cara. Dean estava sim curioso, queria dizer que sabia e que o apoiava, mas não queria arrancar o irmão do armário, como o próprio professor havia dito.

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa não é? Sempre vou apoiar você em tudo, isso nunca vai mudar. – Disse sincero, tentando transmitir o máximo de apoio possível.

— Sei Dean, digo o mesmo. – Sorriu para o irmão. – Agora se arruma logo que temos aula. – Pegou seu celular e a garrafa de tequila e caminhou em direção a porta.

— Nana nina não. – Foi até o irmão e segurou sua garrafa de bebida. – Isso fica. Você ainda é menor de idade.

— Como se você se importasse. – Argumentou sorrindo, mas o sorriso desfez ao ver que Dean não mudaria de ideia. – Ah, qual é Dean! Você fazia coisas bem piores aos 17 anos.

— Exatamente, e olha aonde estou, no ensino médio com quase 20 anos. – Respondeu cruzando os braços em seu peito.

— Certo, certo, mas sem sermão. Fica com a garrafa. – Falou revirando os olhos e caminhou até o próprio quarto.

Dean disse ao pai e ao irmão que deixou seu carro no bar que havia ido e vindo pra casa de taxi já que estava bêbado, John não acreditou mas ignorou de qualquer forma e Sam, bom, Sam ficou o enchendo de perguntas durante todo o caminho até a escola – que foi muito mais longo já que foram andando – mas Dean apenas ignorou todos.

Quando a aula de Castiel chegou, Dean tensionou na cadeira, ele não sabia como agiria, havia chamado seu professor e irmão do melhor amigo de seu pai de daddy e, aparentemente ele havia gostado.

Castiel entrou na sala, sério e com a postura firme, como todos os dias, e como todos os dias também, Dean faltou babar ao encará-lo.

Observou o professor escrever algo rápido no quadro, logo depois se virando para a turma, encontrando os olhos de Dean rápido demais, porem desviou em menos de três segundos.

A aula foi toda assim, Dean observando Castiel e de vez em quando, seu professor olhava para ele também, nunca durante mais de três ou quatro segundos.

— Senhor Winchester, poderia esperar um pouco, por favor. – Castiel disse quando os alunos estavam saindo da sala para ir pro almoço.

— Claro. Sam, pode ir indo, encontro você depois. – Viu o irmão assentir e sair da sala.

Depois de poucos segundos, só restavam os dois na sala, Castiel foi até a porta a fechando.

— Você está bem? Ressaca muito forte? – Perguntou, colocando as mãos dentro dos bolsos do sobretudo.

— Agora não, antes estava pior. – Respondi.

— Certo. – Caminhou até sua mesa pegando às chaves do carro de Dean em sua maleta. – Juro que está inteiro. – Falou jogando as chaves para o loiro que sorriu.

— Obrigado por ontem. Por ter me levado em casa. – Falou sincero.

— De nada. – Falou e deu um curto sorriso. -  Você se lembra de ontem? – Perguntou franzindo às sobrancelhas.

Dean se lembrava, de cada palavra e também estava com vergonha, muita vergonha.

— Não muito, está tudo confuso. Bebi muito. – Menti. – Mas porque?

— Nada demais, é melhor assim, bem melhor assim. – Falou e suspirou. Foi então que Dean teve certeza que a melhor coisa que fez foi mentir. – Eu tenho um compromisso daqui a pouco. – Se inclinou na mesa escrevendo algo rápido em um pedaço de papel.

— Não se esqueça do trabalho. – Falou, ainda inclinado. – Se precisar de ajuda com algo, pode me ligar. – Se levantou estendendo o papel para Dean.

— O-obrigado. – Disse, sem saber ao certo o que dizer.

— Não desista de seus estudos Dean, muito menos de sua vida. – Falou sincero.

Apenas dei um sorriso como resposta e o vi saindo da sala.

My Dear, Teacher... - Destiel Onde histórias criam vida. Descubra agora