𝑪𝒂𝒑. 𝑽𝑰𝑰 - 𝑺𝒆𝒈𝒓𝒆𝒅𝒐𝒔 𝒏𝒂 𝑩𝒊𝒃𝒍𝒊𝒐𝒕𝒆𝒄𝒂 𝒑𝒂𝒓𝒕.2

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Sinto meu corpo congelar. Não é justo três vampiras contra uma garota como eu. Repasso tudo o que fiz na minha cabeça para tentar lembrar de algo que eu poderia ter feito, mas não me lembro de nada.

─ Não, porque eu estaria com medo de vocês? ─ acho que essa foi a pior mentira que já contei.

─ Que ótimo ─ a garota do meio se aproxima cada vez mais de mim ─ porque nossa intenção não é te assustar, mas sim te avisar mais uma vez.

─ Do que você está falando? E porque ficam me encarando tanto? Já disse que estou aqui do mesmo jeito que vocês.

Em um rápido movimento a garota me dá um tapa no rosto. Sinto a marca da sua mão arder e uma dor fininha subir até a cabeça.

─ Escuta aqui ─ ela vira meu rosto de frente ao seu ─ nós vamos nos encarregar de te tirar dessa seleção, só assim teremos certeza de que você não está aqui para vencer, caso contrário. ─ antes que ela continuasse a falar alguém a interrompeu.

─ Solta ela ─ um silêncio se permaneceu ─ solta ela agora!

A garota solta meu rosto e então olhando de canto consigo ver Arthur. A sua expressão está diferente do Arthur mal-educado, agora ele está sério, tão sério que dá medo.

─ Eu só vou avisar uma única vez, saiam daqui.

As três se viram e de cabeça baixa vão saindo daquele corredor.

─ Você está bem? ─ seu olhar é profundo, não sei se sinto medo ou algo assim.

─ Estou, obrigada por...

─ Não me agradeça, eu não fiz nada ─ ele se vira de costa ─ nada mesmo, mas se algo acontecer de novo, vê se deixa de ser lerda e enfrente essas garotas.

Arthur sai do corredor e da biblioteca também, finalmente fiquei sozinha ali, mas agora com uma dor de cabeça muito chata. Me agacho um pouco para ver se ela passa, e do nada escuto a voz de uma criança.

─ Está doendo muito? Foi um belo tapão. ─ C. apareceu.

─ A quanto tempo você está aqui? ─ olho para ele e percebo que ele não mudou nada. Suas roupas rasgadas ainda são as mesmas e seus machucados ainda estão ali.

─ O tempo todo, ─ ele olha para trás ─ você sabia que é a primeira vez que ele defendeu alguma garota?

─ Não, e duvido um pouco. Ele sai com tantas garotas diferentes.

─ Por isso mesmo, ele nunca defendeu nenhuma, até quando brigavam na sua frente, ele nunca se importava.

Parando para pensar o comportamento dele não foi comum. Mesmo que eu conheça ele pouco, já dava para notar que Arthur é um cara que só se importa com ele mesmo. Mas nesse momento minha dor de cabeça não deixa eu pensar muito.

─ Acho melhor você ir dormir um pouco, aposto que vai melhorar.

─ Espera um pouco, como você sabe sobre os relacionamentos de Arthur?

O garoto dá de ombros e não responde.

Olho fixamente para ele para ter certeza de que não estou vendo alguma ilusão. ─ você sumiu do nada da última vez, e agora você surgiu do nada também e conta sobre várias coisas. Eu não acho isso muito normal sabia?

Ele apenas sorri.

─ Você não tem que me explicar nada?

─ Um dia você irá descobrir isso, eu te garanto. Você também é uma novidade para mim sabia? E antes que eu diga algo a você, eu prefiro juntar mais informações.

Herdeira da Lua - O Reino de SátisOnde histórias criam vida. Descubra agora