Capítulo 7 - Eclipse

4.4K 551 691
                                    

Sim, eu demorei, vai fazer oq? Me bater?
To brincando não me bate por favor

*AVISO*
POSSÍVEIS GATILHOS
Família tóxica e violência física
(Apenas avisando se vcs tiverem algum problema com isso)

Kim Namjoon


Taehyung disse para Hyunsik que estávamos juntos e eu não soube reagir a isso. Ele me pediu desculpas e mesmo assim eu fugi, com medo, com vergonha e me sentindo um covarde.

A verdade é que ele não merece alguém como eu, medroso e tímido. Afinal, ele é Kim Taehyung, o ômega perfeito e sem nenhuma vergonha na cara. Somos completos opostos e nunca poderíamos ficar juntos.

Chego em casa e deixo minha mochila na entrada. Vou direto para o banho e fico pensando no dia de hoje. Eu transei com Kim Taehyung na sala de de teatro, fomos o espetáculo perfeito diante daquele auditório vazio, porém, por de trás das cortinas, as coisas se tornavam diferentes. No fim, eu era apenas um beta necessitado de atenção e carinho de um ômega lúpus. Por mais que Taehyung tenha pedido desculpas e falado que não era uma mentira e que estávamos sim, juntos, a forma que Hyunsik nos olhou me afetou de uma forma maior.

Um olhar superior que foi transformado em descrença, até porque, ninguém imaginaria que um beta como eu estaria ao lado de um ômega como Kim Taehyung. 

Foi preciso apenas isso para eu me lembrar que eu estou no pé de uma escada gigantesca, onde no topo dela habita o anjo que é Kim Taehyung. E por ele estar tão longe, eu nunca chegarei aos seus pés. Nunca conseguirei subir as escadas para enfim tocá-lo de uma maneira que não seja sexual.

Covarde.

Eu sou apenas um beta covarde.

Após sair do banho, me troco e vejo meu celular. Apenas algumas notificações de mensagens, inclusive de Taehyung perguntando se eu estava bem. Sem afim de conversar, eu estava prestes a desligar o telefone quando o mesmo começa a tocar. Me surpreendo e uma ansiedade repentina me corrói o peito ao ver quem era na ligação. Sem demoras, atendo.

— Olá, mãe.



Uma música tranquila soava no meu fone de ouvido, enquanto eu me perdia pela paisagem sumindo rapidamente pela minha vista. Amo viagens de trem pois me proporciona momentos de paz e reflexão. A ligação de repente de minha mãe me deixou apreensivo, e como eu esperava, era sobre meu pai.

Meu pai, um alfa de família nobre, casou-se com minha mãe, uma ômega comum. No começo, tudo era um mar de rosas, eles tiveram meu irmão mais velho, Kim Jihan, que se tornou um grande alfa e o orgulho da família. Mas, minha mãe engravidou novamente, e como consequência, eu vim.

Meus pais estavam ansiosos e crentes de que eu iria me tornar um alfa respeitoso como meu irmão, mas não foi o que aconteceu. Me tornei um beta. Um simples beta.

O inferno começou quando completei meus treze anos, a idade em que descobrimos nosso subgênero. Descobri ser um beta e, desse jeito, nunca mais fui tratado como um filho honorável, nem para papai ou mamãe. Meu pai começou a me tratar como se eu fosse inferior a todos naquela casa “um ômega daria mais orgulho a essa família”. A verdade é que mesmo que um ômega, segundo as regras biológicas, sejam apenas para procriar, ainda sim, eles são mais importantes do que betas, que se assemelham a seres humanos comuns, basicamente da ralé.

A pressão imposta pelo meu pai me corroeu durante toda a minha vida, na escola, em casa, em qualquer lugar que eu estivesse ou qualquer coisa que eu fizesse, ele sempre se viraria para mim e diria: “Você não passa de apenas um beta inútil”. 

Apenas um Beta (Taejoon-Namtae)Onde histórias criam vida. Descubra agora