capítulo 21

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Noah

No fim das contas, alguns amigos americanos de Jim chegaram
antes da data combinada, juntaram-se aos nossos amigos em comum aqui
na Inglaterra, e organizaram uma despedida de solteiro capenga, que
envolve uma stripper em um bar bem tosco.

Passei a última hora bebericando de um uísque de má qualidade,
toda hora olhando para a tela do celular, louco de vontade de enviar uma
mensagem para Any.
Sim, eu finalmente peguei o telefone dela. Na verdade, está mais
para eu roubei o telefone dela e peguei seu número enquanto ela se jogava
em cima de mim na cama tentando tirar o aparelho da minha mão.

Foi uma briga que terminou em um sexo bem gostoso, por sinal.
Remexo na cadeira, tentando ajeitar a calça que ficou apertada,
mas não adianta muito. Só quem consegue acalmar meu amigo é Any.

— Não está curtindo o show? — Josh senta-se do meu lado e pede
uma dose de uísque.

— Não tenho mais paciência para isso.

— Não tem mais paciência para mulheres seminuas? — ele me
olha como se eu fosse verde e tivesse antenas.

— E você? — pergunto de volta, para ele experimentar do próprio
veneno. — Se o show está tão interessante assim, por que está aqui?

— Vim ver se ainda tem seus testículos — ele provoca.

A contragosto, rio da piada dele, e viramos a dose de uísque juntos.

— Jim também não parece estar curtindo — olho para meu futuro
cunhado, que está com uma expressão entediada enquanto a stripper rebola
na sua cara.

— Como ele não está curtindo tetas sendo esfregadas na cara dele?

— A ideia não foi dele. Foi do primo dele — aponto para um cara
loiro que está quase babando a stripper. — O idiota tem vinte e três anos.

— Se lembra dos nossos vinte e três anos?

— Sim, éramos dois idiotas que só pensavam em sexo.

— Agora você pensa em quê, filosofia grega?

— Penso em uma mulher, Josh.

— Cara, que merda meu primo aprontou — Jim senta-se ao nosso
lado e pede três doses de uísque.

Viramos as doses juntos. Nesse ritmo, vou aparecer na porta de
Any dentro de outra hora, completamente bêbado e cantando serenatas de
amor.
É melhor eu pegar leve.

— Você não estava gostando do show? — Josh repete a pergunta
estúpida que fez para mim.

— Gostar do show? Aquela mulher que provavelmente teve que
sair de casa aos dezesseis anos e precisa esfregar as tetas na cara de
estranhos para sustentar o filho pequeno. Não, não curto mais isso, cara. Já
passei dessa fase.

Não poderia concordar mais com ele.

— Vocês dois ainda têm pau?

— Sim, e o meu continua sendo maior, se você quiser ter esta
conversa de macho babaca — rosno a resposta.

— Foda-se, Urrea.

— Vem me chupar, Soares.

— Não acredito que vocês dois não estão curtindo o show. Se
tornaram dois manés.

— Nenhum de nós três está curtindo, Josh — Jim comenta, e vira
outra dose de uísque. — Sejamos sinceros.

— Verdade — Josh aceita derrota. — Mas eu e Jim temos
mulheres maravilhosas nos esperando.

Vizinho Proibido || 𝗰𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝗶́𝗱𝗼 [✓] Onde histórias criam vida. Descubra agora