Capítulo 2

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Após o ímpeto de gentileza momentâneo, acho que ele voltou a si. Pois novamente adquiriu a postura formal e distante de quando me abordou no camarim.

— Se precisar de alguma coisa, não hesite em chamar a senhora Ling. — orientou mais uma vez.

Eu podia perguntar como faria para ir embora, já que eu não sabia onde estava exatamente. Mas se fosse um sonho lúcido, eu aproveitaria ao máximo antes de acordar. Quando iria pegar o celular para mandar uma mensagem, alguém bateu à porta. Aguardei, mas ninguém entrou.

Então entendi que eu devia autorizar.

— Pode entrar. — respondi em coreano.

Uma senhora adentrou o quarto, me curvei levemente em cima da cama em sinal de respeito.

— O Sr. Lee ordenou que eu trouxesse algo para a senhorita comer. — informou, organizando a bandeja em cima da cama.

— Ah, não precisava — respondi sem graça, depois voltei atrás envergonhada. — Mas obrigada! — apressei-me em agradecer.

Ela finalizou tudo e deixou-me sozinha. Peguei o celular e tirei uma foto para postar no Instagram, depois raciocinei que não devia.

O que eu colocaria na legenda?

Kimchi no apartamento do Lee Jong-Suk, amo!

Acabei rindo sozinha, mas se aquilo era um sonho a foto não seria carregada. Então fui lá e postei a foto só de zoeira.

Caramba, carregou!

Corri para apagar, mas algumas pessoas já tinham visualizado. Inclusive minha melhor amiga, que morava no Brasil.

— "Sua loca, que ideia é essa de Kimchi na casa do Lee Jong-Suk, pirou na batatinha?"

"Se eu te contar, você não vai acreditar haha mulher eu não te falei que faria as fotos da coletiva do novo dorama?" — Enviei rindo.

"Espera, você não devia estar no meu sonho. Amiga, será que é real? Eu tô no apê do Lee Jong-Suk mesmo!"

Em alguns segundos comecei a ouvir barulho de telefone tocando no apartamento. Mordi o lábio com força, temendo ter feito uma grande besteira. Quando a porta foi novamente aberta, ele entrou com o celular na mão.

O cenho franzido e os olhos ainda mais estreitos entregavam que talvez ele não estivesse de bom humor. Eu amava essa expressão de bravo dele nos doramas, era a coisa mais linda do mundo.

Mas naquele momento tive medo.

— Desculpe! — Ajoelhei desajeitadamente na cama e curvei o corpo para o meu pedido ficar mais convicente. — Eu achei que a foto não seria carregada, porque eu tô em uma espécie de sonho lúcido e você faz parte dele. Nesses sonhos a gente não consegue correr, ou chegar nos finalmentes de nada. Porque é só um sonho... — Tagarelei mortificada. — Exclui a foto assim que carregou e prometo que já vou embora. Não precisa me expulsar.

Pulei da cama num rompante, tanto que cambaleei para o lado e quase ia caindo estatelada no chão. Quando mãos grandes me seguraram firmemente pela cintura. Eram mãos enormes, as quais eu sempre imaginei passeando pelo meu corpo e... Meu rosto esquentou.

Dei um pulo para trás, ele também.

— Desculpe, senhorita — afastou-se ainda mais. — Pensei que fosse cair.

— Eu ia, obrigada — agradeci sem jeito. — Não vou mais causar problemas, só me informe como eu faço para pedir um Táxi e eu vou indo. — indiquei a porta e comecei a calçar meu Converse.

A culpa é da fada!Onde histórias criam vida. Descubra agora