Capítulo 8

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— Vocês estão encrencados, ele está começando a gostar de você e não vai permitir que se afaste — Serena mencionou, enquanto eu tomava meu café e Jong-Suk resolvia as questões com a SBS.

— Eu também não quero me afastar, vamos enfrentar isso juntos — informei com a boca cheia. — Fica calma, vamos resistir.

— É muito difícil resistir, Lavínia — contestou, voando por cima de mim.

— Mas nós vamos, eu não vou deixá-lo sair da minha vida assim — retruquei confiante. — Você tem noção do quanto eu gosto daquele homem? Antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente, tá tudo uma loucura aqui dentro. Eu não vou conseguir voltar para a minha vida sem ao menos tentar!

— Se serve de consolo, ele também está começando a se sentir próximo de você. A ponto de se abrir sentimentalmente, isso é um bom sinal, eu acho — Serena reconsiderou. — Mas lembre-se: passar muito tempo juntos fortalecerá a magia para o bem ou para o mal. Vocês precisam superar o feitiço do caos, para que tudo recomece naturalmente quando a magia perder a força. — hesitou por um instante. — Como estava preparado para acontecer se eu não tivesse intervindo.

Nesse ponto meu celular tocou, olhei no visor para verificar se era a surtada da Bruna. Contudo, era do estúdio de fotografia em que eu trabalho como freelancer, corri para atender porque aquele era o trabalho que pagava minhas contas.

— Alô — atendi receosa, era a assistente do diretor do estúdio. 

— Senhorita, Lavínia — ela iniciou, parecendo incerta sobre continuar. — Espero que esteja bem, pois tenho notícias não muito boas. — comecei a me desesperar. — Seus serviços não serão mais necessários, peço que venha retirar seus pertences do estúdio o quanto antes — finalizou com um quê de solidariedade na voz. 

— O que? — gritei.

— Sinto muito, todas as informações estão no seu email  — explicou sucinta. — Tenho que desligar, até mais senhorita.

— Não, não, não... — choraminguei, colocando as mãos na cabeça.

— Eu preciso desse emprego, Serena — objetei desesperada. — Meus outros trabalhos mal pagam a comida que eu como aqui!

— Sinto muito, Lavínia — ela começou a chorar. — A culpa é toda minha!

Acho que nós nos exaltamos muito, pois Jong-Suk apareceu na porta como a muleta que eu pedi que usasse. Eu não queria que ele forçasse ainda mais o tornozelo e piorasse a situação.

— O que aconteceu? — Ele estava com o telefone nas mãos e um jornal na outra.

— Perdi meu emprego — Saiu, mesmo eu tentando inventar uma desculpa.

— Como assim? Por telefone? — perguntou incrédulo.

— Sim, a carta de demissão deve estar no meu email — informei desolada. — Eu estou perdida, vou ter que entregar meu quarto e morar na rua... — dramatizei.

— Não, vamos buscar suas coisas e você vem morar aqui, comigo — frisou completamente sério.

— Você vai colocar uma completa estranha para morar sob o mesmo teto que você? — descontrai, sabendo que eu estava praticamente na merda agora.

— Se você quisesse fazer alguma coisa contra mim, já teria feito. — revidou com diversão no tom de voz.

— Nunca se sabe... — provoquei.

Serena estava quietinha, até pensei que tivesse desaparecido.

— Oi, Serena — Jong-Suk a cumprimentou, acenando. — Espero que não estejam te pressionando muito. — Ele apontou a cabeça para mim.

A culpa é da fada!Onde histórias criam vida. Descubra agora