A Premunição

Cap 13- Você prometeu

Como pude ser tão idiota?
Como pude ser tão ingênua a esse ponto?

Eu confiava nele.
Eu sei que isso é estupidez da minha parte, afinal, ele me sequestrou.
Mas eu não não pude evitar, quando eu olhava em seus olhos azuis... eu só... eu...

Era como se eu fosse a única que conhecia ele realmente, eu enxergava quem ele era de verdade.
Não é atoa que falam que os olhos são a janela da alma.
E a alma dele, por mais louco que isso possa soar, era bela.

Mas é claro, que tudo isso só passava da minha imaginação.
Agora, nesse momento, com meus braços e pernas amarrados, sozinha no escuro.
Eu percebo o quão idiota eu fui em confiar num completo desconhecido.
Agora eu percebi, que não o conhecia de verdade.

Eu penso no Luke, meu melhor amigo.
Eu estou com tanta saudade dele que meu coração dói.
Ele sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, bons e ruins.
E tenho certeza que ele é o único que conseguiria me fazer rir se o mundo tivesse acabando.

Foi aí que eu me toquei do quanto que eu precisava dele.
Além disso, nem sei se ele está bem.
Da última vez que o vi ele estava detonado, parecia ter sido atropelado por um caminhão.
E o culpado disso é aquele filho da p-

-Precisa de alguma coisa?- sou pega de surpresa e meu pensamento é interrompido na hora.

É ele, não consigo nem olhá-lo na cara. Me dá nojo.
Viro a cabeça pro lado e decido ignorar ele.

-Vai brincar do joguinho do silêncio? Posso participar?- ele fala em tom de zoação e abre um sorriso.

Nunca imaginaria que o Rodrigo pudesse me tratar dessa maneira.

-Vá se foder.- eu quis parecer intimidadora, mas isso só fez ele gargalhar.

-Não sabia que você tinha uma boca suja, hermosa.-faz tempo que eu não escutava essa palavra.

Senti minhas bochechas queimarem, que merda. Por que ele ainda mexe comigo desse jeito.

-Meu nome é Brooke.- espero que ele não me chame mais de hermosa, ao ouvir essa simples palavra me relembrei dos momentos em que passamos juntos.

Mesmo estando longe de casa, do meu pai e do meu amigo, eu tinha ele.. e a sua companhia por mais incrível que pareça, me fazia esquecer que eu fui sequestrada e que ele, era meu sequestrador.

Eu me sentia segura.

-Não posso mais te chamar de hermosa? Você não tinha uma problema com isso antes.- ele abre um sorriso.

Fico impressionada com o quão ridículo ele está sendo e solto um riso fraco, sem emoção.

-Você não acha que perdeu esse direito? Depois de ter feito isso comigo.- mostro a ele meus braços amarrados.

Vejo por um segundo uma expressão triste em seu rosto, mas logo a sua expressão fria volta novamente.

-Você é a vítima, Brooke.- ele faz questão de enfatizar meu nome.

-Achava mesmo que seria diferente? O que você esperava porra!!- ele grita de raiva e soca a parade atrás dele.

-Rodrigo calma...- tento acalma-lo, mas foi em vão. Não funcionou, ele estava fora de si.

-O que você esperava de mim Brooke?!- ele me encara e ao olhar em seus olhos, pude sentir a dor que ele estava sentido.

É como se ele estivesse em uma batalha com si mesmo. Lutando contra seus próprios sentimentos.

-Achava que eu iria trair minha família e salvar você?- não sei se foi coisa da minha cabeça, mas pude jurar que vir uma lágrima escorrer em seu rosto.

-Você é tão ingênua, Brooke. Você é patética.- tapo minha boca para esconder meu suspiro de surpresa.

Meus olhos estão tão arregalados, que posso sentir eles quererem escapar de meu rosto.

As lágrimas começam a cair e eu desisto de tentar esconder o quão supresa e decepcionada eu estava ao ouvir essas palavras cruéis.

Isso era algo que eu nunca esperaria dele.

-V-você.. p-prometeu..- meus soluços começam a dificultar minha fala.

-Você prometeu que nunca me machucaria!- consigo juntar as forças que me restam e relembro da promessa que ele me fez.

Seus olhos arregalaram e ele ficou imóvel.
Sua respiração estava acelerada.

-Eu não machuquei você..- ele fala tão baixinho, quase um sussurro.

-Eu nunca ergueria minha mão em sua direção.- ele fala em um tom mais alto e firme.

-Não estou falando disso.. fisicamente eu estou bem.- começo a falar com meus olhos grudados no chão.

-Tenho certeza que um soco na cara doeria bem menos do que a dor que estou sentindo.- continuo olhando para baixo, sem coragem de encarar ele.

-Me desc- antes que ele pudesse terminar de falar, uma mulher pula encima dele e o abraça pelas costas.

Ele retira os braços dela de cima dele e a encara com um olhar mortal.

Nem notei ela entrar no porão, eu estava distraída de mais.

-Amor! O que você está fazendo aqui? Estava te esperando.- a voz aguda dela fazia meus ouvidos doerem.

Amor? Quem é essa atirada?
Por que eu estou fervendo por dentro?
Que sentimento mais chato, será que é...ciúmes?

Não! Não e não! Ele poderia estar rodeado por mulheres e não me importaria nenhum pouquinho!

O que está acontecendo?
A situação não dá pra piorar, né?

—Eu te pedi pra esperar lá encima.- Rodrigo está bem irritado.

Ainda atordoada, eu abro a boca sem pensar.
-Quem é você?

A mulher solta uma risada debochada.

-A noiva dele!- ela fala com um sorriso enorme no rosto e coloca os braços em volta dele
novamente.

Noiva?!