Cap 10- Irmão

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Sinto um cheiro forte de cigarro e imediatamente abro meus olhos.

Dou de cara com um total desconhecido.

Ele estava lá, do outro lado do quarto, sentado em uma poltrona que encarava de frente a cama na qual eu estava deitada.

Era um homem alto coberto em tatuagens. Se eu dissesse que esse cara não era atraente, estaria mentindo descaradamente.

-Quem é você?- pergunto um pouco assustada já que não faço ideia de onde estou ou de quem ele é.

-Nate.- fico calada esperando que ele pelo menos explicasse essa situação, mas ele só fala isso e dá outra tragada no seu cigarro.

A fumaça chega até mim me fazendo tossir. Vejo ele soltar uma risada silenciosa.

Fico irritada e sento bruscamente na cama. Me arrependo na hora ao ver que estava de sutiã e calcinha.

Solto um grito e me cubro rapidamente.

-Seu psicopata! Vou chamar a polícia!- o sorriso dele só cresce e ele levanta da poltrona e se aproxima de mim.

-Fica longe! Seu monstro!- dá pra acreditar que esse idiota me abusou?!

Ele senta do meu lado e começa a me observar enquanto morde seu lábio inferior.

-Fofa.- é tudo que ele diz.

Não sei o que deu em mim, mas não pensei duas vezes antes de acertar um tapa no rosto dele.

A expressão dele muda totalmente... ele estava com raiva, muita raiva!

-Você não devia ter feito isso.- ele bufa.

Eu preciso fazer alguma coisa!

-Socorro! Alguém me ajuda!- começo a gritar desesperada e saio da cama com um pulo, me cobrindo com os lençóis.

-Que porra é essa aqui?- espera... eu conheço essa voz! Rodrigo!

É aí que a minha memória volta com tudo, me relembrando do fato que nós quase morremos.

Ele tá bem! Rodrigo está vivo!

Corro até ele, me sentindo aliviada em vê-lo aqui.

-Rodrigo!- pulo encima dele e o abraço forte. Imediatamente me sinto segura, como se nada pudesse me machucar.

Sinto seus músculos ficarem tensos e sua respiração acelerar.

Vendo ele reagir dessa maneira ao meu toque me fez corar na hora e abrir um largo sorriso no rosto.

-Nate... pro seu próprio bem... eu sugiro que pare de olhar pra ela agora.- não entendo bem o que ele quis dizer.

Até que eu olho pra baixo e percebo que quando abracei Rodrigo, eu acabei deixando o lençol cair.

Merda! Que vergonha!

Antes que eu pudesse reagir, Rodrigo toma a iniciativa e fica na minha frente barrando a visão de Nate sobre mim.

-Relaxa Rod, ela não é nada meu tipo.- Nate fala em um tom brincalhão.

Encaro ele com uma careta de raiva e ele responde com um sorriso sínico.

Ele leva sua mão coberta por tatuagens até a boca e passa seu dedo indicador, também preenchido de traços, pelo seu lábio carnudo.

E não tira seus olhos dos meus.

Por que ele tem que ser tão atraente?

-Valeu por ficar de olho nela por mim, Nate.

-Você me deve uma. Essa daí é maluca!- essa foi a última gota!

-Escuta aqui seu...- antes que eu pudesse terminar de falar, o idiota abre a boca.

-La la la la não estou te ouvindo!- ele grita alto enquanto tapa os ouvidos e sai do quarto.

É sério isso?!

-Seu idiota!- grito de volta.

-Ignore meu irmão, ele consegue agir como uma criança as vezes.

-Irmão??

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