Capítulo III

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Hermione se sentou no muro baixo que dividia o terreno ao redor da casa do resto do terreno que pertencia a família, o sol tinha nascido há poucos minutos. Sua mente rodando com as informações que Fleur havia lhe dito. Voltar para casa ou ficar nesse mundo com ela... aquilo era real? Eram muitas informações e ela ainda estava tentando digerir, Fleur sumira depois da conversa que elas tinham tido. A professora se trancara no quarto para tentar digerir, mas ainda estava tão... indigesto. Mordeu o lábio fechando os olhos com força, rodou o pescoço tentando soltar a musculatura.

- Está tensa. – A voz melodiosa a fez ficar ainda mais rígida, o cheiro almiscarado e fresco misturado a álcool e um perfume adocicado.

- Não dormi bem. – Hermione respondeu abrindo os olhos, os campos verdes tingidos de dourado se estendiam em frente aos seus olhos, ela podia sentir Fleur parada ao seu lado. – Você também não dormiu, pelo visto.

- E como sabe? – Fleur arqueou as sobrancelhas antes de acrescentar irritada. – Já consegue sentir o que eu sinto? Você deve ser realmente surpreendente, sentir sem nem completar o laço de união.

Hermione tentou não se encolher com a agressividade que a francesa exalava.

- Não, mas tenho um nariz e você fede a álcool. – A inglesa enrugou o nariz para evidenciar o que tinha dito. – E a algo mais.

Fleur sorriu para ela antes de se inclinar para sussurrar.

- Não me diga que é tão puritana que não sabe ao que estou cheirando? – Sussurrou com a voz rouca e o sotaque carregado.

Hermione se arrepiou com o tom de voz luxurioso da outra, quase podia sentir o charme rastejando por sua pele. Mas a implicação de que Fleur passara a noite com outras mulheres fez seu estômago queimar. Lambeu os lábios e encarou os olhos azuis da mulher.

- Não sou puritana. – Falou em voz baixa. – Apenas não me deito com qualquer um.

- E nem eu... seleciono bem as mulheres, apenas as mais bonitas. – Fleur sorriu se afastando da mureta. – As mais cheirosas... as mais formosas...

Hermione apertou a mureta e inclinou a cabeça a encarando com descrença.

- É assim que você pretende me manter aqui? – Perguntou irritada fazendo o sorriso de Fleur morrer. – Esfregando suas mulheres na minha cara?

- Você é livre para fazer o que quiser, Hermione. – Fleur falou calmamente. – Ir ou ficar.

- E para você não importa? – Hermione se levantou e a enfrentou. – O que foi o grito que você soltou ontem? Sua mãe me disse que você tinha sido tocada e que quando o amor não é aceito de braços abertos...

- Ele te destrói. – Fleur completou sentindo a areia ainda mais presente por baixo de sua pele arranhando seus músculos e se enfiando entre suas juntas. – Foi por isso que eu gritei. Porque quando eu te vi acordada... quando eu senti o teu cheiro de carvalho e fogo... quando eu ouvi a tua voz me arrepiando a pele... - Fleur se aproximava lentamente sem realmente perceber que estava andando na direção de Hermione, seus olhos presos nos da mulher. – Quando eu vi tua pele... eu só... - Engoliu a saliva em sua boca, seus olhos deslizando para os lábios da mulher. – Eu me perdi e me encontrei em você naquele momento..., mas eu não queria isso e então...

Hermione deu um passo para trás sentindo a mureta encostar em suas pernas, o charme rastejando por sua pele. De repente o cheiro de Fleur era limpo outra vez... era o puro cheiro fresco e almiscarado da veela... ela ergueu um pouco o rosto com os lábios entreabertos olhando firmemente para a veela. Fleur ergueu a mão, os dedos trêmulos tirando os cabelos castanhos do rosto da mulher. Hermione engoliu a saliva encarando os olhos azuis escuros de francesa sentindo o polegar da mulher afagando o canto de seus lábios.

Sielen - FleurmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora