Capítulo 2 - As pinturas

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- Por aqui! Não! Sim! - Dizia Tomás ao celular.
- Onde deverão ficar os quadros internacionais? - Perguntou um dos encarregados a Tomás.
- Não lhe passei os detalhes? Todos os internacionais deverão ficar naquela ala! - Disse Tomás com os olhos pulando de tanto nervosismo. Ele havia sido encarregado de cuidar de tudo sobre a Semana de Arte. Tomás possuía um ótimo comportamento quando estava feliz, porém, quando sob pressão, acabava explodindo em um ou outro que cruzasse o caminho com ele.

- Sr. Tomás, Posso falar um minutinho com o senhor? - Exclamou uma voz distante, quase rouca. Tal voz pertencia ao Secretário Geral do Presidente da República. Muito formal e cuidadoso, sempre esteve por dentro de tudo e todos que cercavam o Presidente .

- Seja bem vindo, Sr. Carlos! - Disse Tomás - Como foi sua viagem de Brasília até o MAR (Que é como Tomás chamava o Museu de Arte do Rio)

- Foi relativamente tranquila. A única coisa que me incomoda é este excessivo calor - disse o secretário enquanto abanava o rosto.

- Os Ar-Condicionados estão passando por reparos, tudo para garantir o bem estar do presidente - Falou Tomás tentando disfarçar a vergonha de ter esquecido de checar se já estavam prontos.

- É bom mesmo. Essa cidade é tão quente que em uma Ligação daqui pro inferno é usado o mesmo DDD - Riu o Secretário após o trocadilho.

- Realmente. Bom, o senhor veio acompanhar as obras chegando? - Perguntou Tomás, com certa irritabilidade por conta da falta de tempo que possuía. Faltavam apenas algumas horas para a inauguração da exposição e muita coisa ainda não estava pronta. Sério que este secretário tinha que aparecer justo agora?

- Vim conferir como estão  as obras de segurança do museu. Soube que tem muita gente com raiva do presidente e que estas pessoas gostariam de o ver morto - Disse Carlos expressando certa apreensão em relação ao estado do Museu.

- Se a vida do presidente do presidente que está em jogo, faremos de tudo para que ele continue vivo! - Disse Tomás perguntando a si mesmo " Será que este homem é cego? Ele não viu a quantidade de câmeras, seguranças e guaritas? Fora os detectores de metais. Este senhor além de possuir a fama de ser o "carrapato presidencial" também é songo-mongo?

Tomás decidiu que era uma perda de tempo conversar com o Secretário. Ele definitivamente não poderia perder mais um segundo sequer! Faltavam 18 horas para a inauguração das obras. Nada poderia dar errado. Se algo desse errado, a carreira de Tomás estaria perdida. Quem iria contratar um administrador que não soube administrar?

No fim do período de Tomás, ele deu uma última checada nas obras com uma lista de ordem de chegada. Quando ele teve a última certeza de que tudo estava em seu devido lugar, ele decidiu abandonar o prédio. Saiu pela porta da frente do museu um tanto quanto apreensivo. Chamou um Táxi. No caminho para casa, que ficava do outro lado da cidade, pegou um trânsito infernal na Avênida Atlântica e aproveitou para pensar um pouco. Para relaxar. Pensou tanto que quando viu já estava na porta da sua casa e estava caindo na realidade quando o taxista lhe cobrou 80 reais por uma corrida de 5km

- Mas isso é um roubo! - Exclamou Tomás furioso.

- Je ne parle pas portugais - Disse o Taxista, que aparentava ser Haitiano, num tom de medo.

Tomás percebeu que não valia a pena tentar discutir com aquele cara. Depois de um dia estressante como esses, tudo que ele poderia e queria ter é uma cama quentinha o esperando na sua casa, junto com sua família, claro. A família de Tomás era um tanto quanto normal. A esposa de Tomás se chama Laura Pertuzzini e era um alta moça loira. Possuía grandes olhos azuis que olhavam com compaixão para seu marido quando este chegava cansado. Seus filhos porém, eram totalmente diferentes. Pedro Lucas era um adolescente com 16 anos que adorava festas e viver despreocupado. Ao contrario de seu pai, este não Planejava nada, só fazia e pronto. Pedro Lucas possuía uma Irmã mais nova, Gabriella, de 14 anos. Gabriella era o orgulho da família e tudo naquela casa girava em volta dela. Gabriella, ou Bibi, como seus pais a chamavam carinhosamente, possuía várias amigas que a paparicavam e a seguiam quando ela ia ao shopping, o que ocorria com grande frequência.

O Presidente da RepúblicaOnde histórias criam vida. Descubra agora