Pay attention

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Louis Pov

Já fazem quase duas horas que eu estou trancado no quarto do hospital a mando de um poste de cabelos cacheados.

Respira, Louis. Não tem como você sair no soco com dois alfas e um beta e fugir com duas crianças no colo e uma adolescente.

- Niall, né? - Perguntei pro loiro.

- Niall Horan, a seu dispor! – Ele sorriu e eu percebi o sotaque irlandês.

- Qual é dessa turma? - Falei um pouco mais baixo, olhando as gêmeas brincando com os dois alfas.

- Aqueles dois ali. – Apontou para os alfas. – São Zayn e Liam. Eles cresceram na casa dos Styles, em Chapel Home e são algum tipo de vice-presidente do bando. A médica que te atendeu, bem modéstia parte, aquela preciosidade de jaleco branco é minha namorada, Selene. Ela é a médica do bando, Harry ajudou a salvar esse hospital, quando a prefeitura queria demolir a uns três anos atrás e desde então a gente é atendido por cortesia.

Eu me lembrava de ter visto algo sobre isso nos jornais, como um hospital beirando a falência ia ser demolido para virar um escritório político, mas recebeu uma doação generosa de um novo socio majoritário.

- Esse bando, que vocês falam, o que é? É alguma gangue? - perguntei tentando não soar tão curioso.

- O bando se chama Halfas. Somos algo como família. A maioria são alfas, que não tinham para onde ir e foram acolhidos pelos Styles, mas também tem alguns betas. Eu não sei explicar a lógica que Harry usa para aceitar alguém, mas ninguém trai a família por aqui.

Eu tinha ouvido falar desse tal de Halfas. Um grupo que cresceu por ser algo como mercenários. Os boatos que diziam nos jornais era que o líder era um alfa perigoso e impiedoso, que atirava primeiro e perguntava depois. E bem, eu podia confirmar já fui baleado.

- Harry é o líder?

- Sim. Ele chegou na cidade há uns 4 anos, com Zayn e Liam. Construíram a Mansão, que é onde todos moramos, praticamente sozinhos. Eu fui o primeiro a aparecer. Tinha fugido de casa, e não tinha dinheiro. Eu dormia escondido na construção da Mansão até que um dia Harry chegou. Eu estava faminto. Tentei rosnar para ele e ele teve a audácia de rir de mim. – O loiro sorria ao contar a história. – Depois de me oferecer comida, ele perguntou se eu queria ajudar e desde então estou aqui. Depois chegou o Shawn, Nick, Kendall, Pierre com as meninas... Selena chegou um pouco antes de Olivia, mas depois dela ninguém nunca mais foi aceito. Os que o Harry considera "novos demais". – Ele fez as aspas com os dedos. – Ele manda para casa de sua irmã. Até hoje, eu nunca tinha encontrado com um ômega. Como vocês conseguem se esconder tão bem?

Então Harry não é da cidade, tem uma irmã e é meio que o Peter Pan de Londres colhendo meninos perdidos por aí. Certo, nada está fazendo sentido ainda.

- Minha mãe me ensinou uma receita. É algo como se fosse um perfume que camufla nosso cheiro, também existe um chá que diminui nosso heat, então a menos que prestem atenção, ninguém percebe que somos ômegas. Eu trombei com outros em Londres, mas preferimos não nos amontoar, é mais seguro assim.

Me lembrei da primeira vez que encontrei outro ômega. Estávamos em um Pub, um pouco afastado do centro, senti o cheiro dele assim que entrou. Ele devia ser turista, parecia estar perdido. Assim que vi alguns caras mexendo com ele o puxei para a minha mesa. Conversamos sobre músicas, filmes e futebol, quando ele me disse que seu nome era Stan, me apresentei como Louis, o ensinei a receita do perfume. Conversamos pelo celular as vezes, mas quase nunca nos encontramos pessoalmente. Praticamente só na véspera de Natal, que é meu aniversário.

To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora