I - Escola ou covil do Drácula?

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 Rodeado pelas águas profundas do Mar de Nigreos e ligada ao continente pela Ponte Pax, havia um país insular, o independente Dimisit'h. Um dos últimos países neste mundo onde as mais diferentes raças viviam pacificamente e não caçavam umas às outras.

 Nesse país, existia uma cidade famosa por seus albergues flutuantes, Vilácya. E uma dessas intrigantes construções que desafiavam a gravidade, era o Conservatório Arcano de Vilácya, uma escola de treinamento para jovens promissores que ansiavam pela insígnia de Guerreiros Guardiões.

 Naquele período letivo, o Conservatório Arcano de Vilácya recebia mais um grupo de adolescentes bagunceiros, e todos os professores já lamentavam profundamente por isso. Lidar com um bando bizarro de adolescentes não era a mais agradável das tarefas.

 O bando bizarro de adolescentes em questão, neste momento escalava os degraus de pedra flutuante que o professor Gandalf encantara com magia. Só se podia chegar ao conservatório dessa forma. Claro que alguns estudantes desatentos já pisaram em falso e caíram... mas nada que algumas semanas na enfermaria não pudesse ajustar. Recolocar membros fora do lugar era a especialidade da professora Rachel.


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 Os jovens que já haviam subido os degraus, amontoavam–se no salão de recepção do conservatório, que mais parecia a cripta de um vampiro. As diminutas janelas deixavam entrar filetes parcos da luz do sol, e a única outra fonte de luz eram as tochas que ardiam com chamas verdes e a lareira que vez ou outra crepitava. Sinistro. Definitivamente o gosto para decoração era péssimo. E como se não bastassem as poltronas e o sofá que mais parecia os móveis de uma vovozinha, haviam desgastadas armaduras de aço enfileiradas ao longo das paredes escuras. Os funcionários daquela escola não deviam ser fãs da luz nem de bons designers de interiores.

 Edward, que era um segundanista e havia se tornado um monitor do conservatório, revirou os olhos, já antecipando o caos das próximas horas do dia.

 – Ótimo, mais uma turma de estudantes para arruinar minha paz – ele murmurou entredentes enquanto esperava com os novatos algum professor aparecer. Se pelo menos Ezra estivesse ali... se bem que a garota, que também era monitora, conseguia ser tão indócil que os pobres novatos só iriam sentir medo dela.

 O monitor notou um dos novatos olhar ao redor com a postura assustada. Como era o nome dele mesmo? Kirito? Devia ser mesmo isso. O monitor Ed havia memorizado todas as fichas de todos os novatos e ele jamais esquecia um rosto. Principalmente quando a ficha parecia suspeita.

 – Tão assustador quanto as cavernas de SAO – disse Kirito, um tanto intrigado. Ed não entendeu o que era SAO. Isso só queria dizer que o monitor precisava ficar de olho no rapaz de cabelo preto e liso. Mas para Kirito, estar no Conservatório Arcano de Vilácya, era o primeiro passo para desvendar um dos mistérios em que tinha se metido. Kirito precisava voltar para casa, para sua vida real. Mas tinha que admitir que Vilácya era muito interessante. E aterrorizante.

As crônicas de VilácyaOnde histórias criam vida. Descubra agora