II - Desastre é meu nome do meio

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 Tanjiro Kamado desembainhou sua espada num piscar de olhos e gritou: – Quarta Forma: Maré Impactante!

 O garoto moveu o corpo de uma forma fluida que lembrava uma maré, e descreveu golpes consecutivos sobre a aranha.

 Todos olharam para o garoto com expressões espantadas. Ou ele era muito imprudente ou muito arrogante. Mas Tanjiro apenas queria eliminar qualquer ameaça mesmo que isso significasse pôr a si mesmo em perigo. Ele tinha que agir dessa forma se algum dia quisesse proteger a única família que lhe restara.

 – Calma, Tangerina – disse Milya para Tanjiro. – Devemos investigar antes de sair atacando.

 Franklin assobiou. – Você é rápido, hein – ele apontou para Tanjiro.

 O garoto guardou a espada. – Obrigado. Posso saber seu nome?

 – Franklin Richards, mas pode dispensar o sobrenome.

 – Tanjiro Kamado. É um prazer.

 – Rápido e metido também – resmungou Asta, com raiva. Ele também queria matar alguns monstros.

 – Por que você não foi lá então? – Tanjiro retrucou para Asta.

 – Se eu não fui lá, foi porque vi um maluco pulando em cima do monstro.

 Tanjiro observou os olhares perplexos em sua direção. Uma garota negra de olhos escuros como a noite o fitou acusadoramente.

 – Desculpem-me – ele murmurou baixinho, cabisbaixo. – Foi um reflexo.

 A garota suavizou a expressão e coçou a nuca, sem jeito. – Tudo bem.

 Tanjiro deu um sorriso desconcertado: – Vamos ser amigos. Sou Tanjiro.

 – E eu sou Judy – a garota sorriu.

 Ed revirou os olhos. Parecia que aqueles garotos não tinham noção do perigo. O monitor saiu do canto em que estava.

 – Ah, um reflexo? Você não deveria ter ido lá! – o monitor Ed gritou para Tanjiro. – Armas não são permitidas no salão de recepção! Era um monstro perigoso, e sei que você não foi lá apenas para se amostrar, mas vocês deveriam ter se afastado e...

 Mas Ed interrompeu seu sermão de monitor. Ele olhou para cima. Está vindo. Precisamos sair daqui.

 Ainda sentindo as estranhas ondas de poder adejar pela sala, Bloom sugeriu: – Talvez devêssemos andar pela escola para investigar.

 – Concordo com você – Bong Soon disse.

 Na verdade é uma péssima ideia, pensou Ed. Seria melhor se saíssemos dela.

 – Que ótimo, primeiro dia de aula e já estamos em perigo! Que escola legal! – grunhiu Franklin.

 –Estou sentindo um cheiro diferente! – disse Tanjiro, sacando a espada novamente.

 – É cheiro de confusão! – redarguiu Franklin.

 – Não, é cheiro de algo perigoso.

 Conhecedor das espécies do submundo, Tanjiro estava se referindo a um odor de um monstro. Ele sabia que era um monstro híbrido muito forte. E que estava perto.

 Subitamente, as armaduras de alguma forma ganharam vida e ergueram suas pesadas clavas numa mão e a espada enferrujada noutra mão. E partiram pro ataque.

 Bong Soon franziu a testa. – Por que as pessoas daqui só sabem brigar? Tudo bem que estamos sendo atacados por armaduras que se mexem sozinhas, mas insisto que devemos investigar!

As crônicas de VilácyaOnde histórias criam vida. Descubra agora