O que eu faço com a saudade? - Levi x Leitora

Ruas coloridas

AVISOS: Esta história pode apresentar temas sensíveis para algumas pessoas.
Contém: menção de drogas lícitas/ilícitas; linguagem imprópria e um final fofinho de mais que pode fazer vocês terem um colapso ao lembrarem que o Levi não existe.

Escutem as musiquinhas colocadas no início da fic <3 Ajuda na vibe e no sentimentalismo kkk Boa leitura!

O clima beirava a frio. Era o inverno dando seus primeiros sinais de que ele estava se aproximando. Você odiava o outono. Você odiava o frio irritante que fazia naquela droga de cidade. Mas o frio não era realmente o maior problema, sim o fato de que as folhas das árvores caiam em peso e sujavam todas as ruas. Ter que varre-las todos os dias era irritante. Os carros que passavam na rua também não deixavam a paisagem mais agradável. Muito menos as pessoas que você tinha que desviar enquanto andava. Entendia cada vez mais por que saía pouquíssimas vezes de casa: Você odiava todo mundo. 

Seus olhos são erguidos em direção ao céu. Cinza, escuro e feio. Nada de novo. A brisa outonal gelada lhe temperou o rosto, quando você o ergueu. Sentiu a pontinha de seu nariz esfriar, assim como as pontas de seus dedos. Soltando um pouco do ar que você nem havia percebido que estava prendendo, enfiou suas mãos no bolso do sobretudo, na tentativa de aquecê-las. Foi agradável quando a superfície de suas mãos geladas tocaram o interior quente e felpudo da peça. Seus olhos se voltaram na direção da rua bem a tempo de ver duas crianças que corriam em sua direção. Se não tivesse as visto, seria uma questão de tempo para que vocês trombassem. Sorte que conseguiu desviar a tempo, mas não sem quase se desequilibrar pelos passos apressados da criança. 

— Connie! Peça desculpas a moça! - Um homem loiro surgira logo atrás.

— Desculpa tia... - Você não se deu ao trabalho de respondê-lo, apenas murmurou alguma coisa. — A culpa foi do Jean, papai...

— Não interessa de quem foi a culpa, apenas... - O homem parecia um tanto desorientado com seus dois, prováveis, filhos. Mas não mais desorientado do que o olhar perdido que o mesmo procurava algo em meio a multidão de pessoas. Você decidiu ignorar e continuar seu caminho. Não antes de quase trombar novamente. Desta vez com uma mulher de cabelos amarrados de maneira despojada que enfiava um pedaço de pão na boca enquanto tentava equilibrar algumas sacolas de mercado nos braços. — Sasha! Por favor! Você acabará com os brioches antes de chegarmos em casa? Desse jeito não sobrará nada para o jantar!

— Desculpe, Nicolo. Mas esses pãezinhos são tão bons! - A voz da mulher beirava excitação. Ainda os ouviram discutir sobre um pacote de uvas que, pelo visto, também já havia sido devorado pela mulher, até se afastar completamente deles em meio a multidão.

Você suspirou um pouco com a lembrança da família. Lhe pareciam agradáveis. Algo no canto de sua mente os invejou um pouco. Seria bom ter uma família. Pessoas que pudessem lhe amar e para ama-los de volta. Seria bom se pudesse se casar um dia, quem sabe até ter filhos... 

O pensamento não durou muito. Não quando foram completamente esquecidos quando você adentrou aquela rua meramente familiar. Os pequenos sobrados e suas fachadas enfeitadas estampavam a vista e coloriram sua visão periférica, deixando aquele dia acinzentado um pouco mais agradável. Passar em frente a uma padaria fez suas narinas se encherem com o aroma de massa assando e o calor típico do lugar a fez parar em frente a vitrine para observá-la um pouco. A enorme vitrine com detalhes pretos da parede, estampavam doces e bolos bem confeitados, com belas frutas decorando os pratos e plantinhas penduravam do teto, com luzes amareladas que claramente estavam ali para fazer as guloseimas parecerem ainda mais gostosas. Ao lado de dentro, mesinhas redondas de madeira eram utilizadas por pessoas sorridentes, que apreciavam os lanchinhos.