Ashes and Flames - L.S

VIII

O silêncio na sala de reuniões era ensurdecedor, assim como a tensão era palpável. Do lado de fora, a música tinha cessado ao que os rumores tinham começado a se espalhar. Era inevitável, Louis sabia, mas não deixava de ser menos fastidioso.

Ele podia sentir os olhares em si. Sabia que Asteria se segurava para não explodir, sabia que Liam estava tentando mantê-la calma, e também sabia que Gawen estava lhe dando aquele olhar analítico.

Ele não precisava de nada daquilo no momento.

Seu melhor soldado tinha sido morto dentro das suas terras.

— Por quanto tempo ficaremos aqui? — Asteria finalmente falou, como se não suportasse mais aquele silêncio. — Enquanto estamos sentados em silêncio, nossos inimigos comemoram a morte de um dos nossos.

Louis não respondeu. Seus olhos estavam presos na janela à sua direita, seus pensamentos correndo a mil por hora.

Não fazia sentido.

— Não sabemos se foi Solaris, Asteria — Liam suspirou, parecendo apenas cansado demais para aquilo. — Owen não era muito querido em Lunafair.

— Está acusando o seu próprio povo?

— Não estou acusando ninguém.

— Bom, foi o que pareceu.

Não fazia sentido.

— Só estou tentando ser racional — Liam franziu o cenho. — Nem tudo se resolve impulsivamente.

— Essas são palavras de um covarde — Asteria rebateu.

— Chega! — Louis interviu com pouca paciência. Ele estava cansado, ainda se recuperando dos efeitos do vinho de mais cedo, e sua cabeça pulsava tanto que ele achava que ia morrer. — Não vamos agir. Não hoje.

— Do que está falando? — Asteria franziu o cenho. — Precisamos agir.

— Não.

— Louis!

— Estou te dando uma ordem, Asteria — Louis falou com uma frieza sombria. — Ninguém fará nada hoje.

Asteria se calou, parecendo surpresa com a atitude do rei. Não era comum que ele se mostrasse irritado de tal forma, muito menos com ela.

Louis suspirou pesadamente e esfregou os olhos, engolindo a vontade de pedir desculpas. Ele tinha sido infantil de pensar que podia fingir que aquele cargo não pesava em seus ombros, nem mesmo em uma noite de festa. Aquele era um fardo que ele precisaria carregar pelo resto dos seus dias.

Quanto mais rápido se acostumasse, menos doloroso seria.

— Nossas fronteiras estavam fechadas — Louis começou a explicar, seus olhos fixos em um ponto qualquer, perdido demais em sua lógica. — Ninguém as abriria sem um comando meu. Owen foi encontrado dentro das nossas terras.

— Correto, majestade — Liam confirmou profissionalmente. — Não tinha nenhum cavalo, então acreditamos que ele estava caminhando.

— Bêbado e sozinho? — Asteria questionou.

— Definitivamente bêbado, mas não tenho certeza de que estava sozinho — Liam disse cautelosamente.

Louis assentiu com uma lentidão agonizante, estreitando os olhos, buscando o que quer que fosse a peça que faltava em seu quebra-cabeças.

— Não faz sentido — Louis disse em voz alta. — Owen não poderia ter sido morto por alguém de fora.

O silêncio voltou a cerca-los, muito mais pesado do que o anterior.