Até que a morte nos separe

Capítulo 4

– Não acredito! – Léxis me olha incrédula. – Kim, antes de se envolver com ele descubra se ele não quer ser padre, ok – Diz rindo. Me odeio por ter contado a ela sobre isso.

O meu primeiro namorado, o único que tive em toda minha vida. Namoramos por três meses antes de ele tirar minha virgindade e eu acordar no dia seguinte sozinha e com um bilhete.

Kimberzinha, a noite foi maravilhosa, mas não posso continuar com isso. Quando você acordar provavelmente já estarei na Escócia, em um seminário de padres.
Deus te abençoe.

Sofri durante semanas, me senti usada, traída e mesmo que eu não o amasse incondicionalmente eu fiquei muito triste. Achei que duraríamos mais. E o cretino teve coragem de dizer Deus te abençoe
 
– Aaron é diferente Lexi, ele é fofo, carinhoso e parece gostar de mim, mesmo que nós nos conheçamos a poucos dias – Digo, meu celular vibra com uma notificação e sorri ao ver que é uma mensagem de Dexter. Desbloqueio o celular e solto uma gargalhada vendo a foto que ele me mandou.

Ele está vestido com meu sutiã e minha saia enquanto bebe uma taça de vinho deitado no sofá da sala. O sofá da sala! Meu rosto cora quando eu me lembro de todos os cantos de seu apartamento que conheci.

– Que sorrisinho escroto é esse Kimberly – Ela resmunga empurrando meu braço com força. – Não venha me dizer que já está apaixonada, eca – Minha amiga não suporta demonstrações de afeto e coisas românticas.

– Ele está me chamando para assistir um filme hoje à noite – Digo respondendo as mensagens.

– Ou seja, ele te chamou para ir transar – Revira os olhos e eu a encaro. – O que!? Até parece que não é exatamente isso que vão fazer durante todo o filme.

– Nada a ver – Digo abanando a mão em sua direção.

***

Aaron abre a porta do apartamento enquanto beija meu pescoço. Chuto a porta a fazendo se fechar em um pequeno estrondo. Nos desequilibramos e caímos em cima do tapete fofinho da sala. Ele fica por cima de mim e abre minha blusa expondo meus seios, suas mãos quentes os apertam com certa força e suspiro gemendo baixinho. Ele acaba de tirar minha blusa e puxa minha saia para baixo junto com minha calcinha me deixando completamente nua.

Desfivelo seu cinto e puxo sua calça e a cueca para baixo, seu membro rígido pula para fora e puxo Aaron para se deitar em cima de mim e me penetrar. Um gemido sai de meus lábios quando o sinto totalmente dentro de mim, Dexter segura minhas mãos acima da minha cabeça enquanto me estoca com cada vez mais força. Uma onda imensa de prazer me invade e grito seu nome tendo meu orgasmo.

Faço uma nota mental de comprar anticoncepcionais.

Ele sai lentamente de dentro de mim e me carrega, sou posta em cima da cama e ele entra no banheiro. Escuto a banheira enchendo e me permito relaxar na cama. Aaron me leva até o banheiro e me deita na água morna com cheiro de lavandas.

– Pode descansar meu amor, eu cuido de você – Com essas palavras permito que o sono me embale completamente.

Acordo horas depois com o cheiro de comida invadindo a casa. Me levanto e sorri ao me ver vestindo a blusa dele. Vou em passos silenciosos até a cozinha e o vejo concentrado enquanto fatia uma cenoura inteira em rodelas simétricas.

– Já acordou? Pensei que dormiria por mais um tempo – Diz sem se mover.

– Como sabia que eu estava aqui? – Pergunto beijando seu pescoço.

– Seu cheiro querida, é inesquecível e inconfundível – Ele se vira para mim e me pega pela cintura me sentando na bancada ao seu lado.

Ele passeia por toda a cozinha enquanto pica vários ingredientes diferentes e joga tudo dentro de uma panela.

– O que está fazendo? – Pergunto. – Está o cheiro tão bom.

– Refogado de frango com legumes e uma salada de aspargos, tomates, brócolis e vagem.

Faço uma careta. Odeio legumes.

– E você vai comer tudo senhorita Kimberly Foster

– Eu nem falei nada! – Reclamo.

– Vi a cara que você fez quando falei dos legumes, Kim.

– Não gosto daquelas coisas. Tem um gosto ruim – Choramingo. Ele abraça minha cintura e beija meus lábios.

– Pare de me distrair, senão vamos ficar sem comer hoje – Sussurra se afastando e tocando meu rosto.

– Eu não me importaria com isso – Digo rindo.

– Uhum. Sei que tudo o que está fazendo é tentando fugir de comer os legumes.

Escondo meu rosto em seu pescoço e assinto.

– Eu realmente odeio legumes – Digo.

Aaron volta a mexer nas panelas e em poucos minutos a comida fica pronta. Ele faz questão de servir meu prato e me faz lavar as mãos e sentar na mesa me trazendo o prato com um pouco de arroz, o refogado e a salada em uma vasilha separada, ele também põe um copo de suco de morango e abacaxi a minha frente. Ele me encara enquanto eu mexo o garfo no prato sem comer nada.

– Anda logo, experimenta.

Pego uma batata e uma cenoura cozinhas e ponho na boca fechando os olhos, solto um suspiro surpresa quando percebo que não é tão ruim.

– E então? O que me diz? – Pergunta esperançoso.

Sorrio e balanço a cabeça freneticamente enquanto como mais.

– Bom, não sei dizer se isso é mesmo maravilhoso ou só está tão gostoso porque foi você quem fez – O sorriso dele me deixa desorientada. Tão lindo, tão perfeito.

O jantar segue leve e divertido, Aaron é uma das pessoas mais divertidas que eu conheço.

– Está falando sério? – Pergunto gargalhando.

– Sim, juro. Fiquei sem conseguir ir para a faculdade por uma semana – Diz rindo. Aaron bebe vinho enquanto eu só posso tomar suco.

– Não acredito que ela fez isso – Digo tentando imaginar a cena, uma ex namorada louca correndo pelo atrás dele pelo campus apenas de pijama e pantufas e gritando que o amava. – Foi por isso que decidiu fazer psicologia?

Ele gargalha e nega.

– Para falar a verdade eu soube que queria ser psicólogo quando meu melhor amigo se matou no colegial – Diz, o sorriso sumiu de seus olhos.

– Eu sinto muito – Murmuro.

– Tudo bem, eu só tento não pensar muito nisso. Sinto falta dele.

Mudo o rumo da conversa, não gosto de vê-lo triste.