Capítulo 19 ⚠

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Amanda Foster

Esse capítulo não é indicado a pessoas sensíveis por conter gatilhos e relatos que podem causar dor emocional.

A minha vida não é uma história de contos de fada.

Não sou a donsela em perigo que fica a espera de um príncipe encanto que irá aparecer e a resgatar de seu cativeiro. Não sou. Mas eu já fui. E Castiel foi meu príncipe encantado, e ele fez bem mais do que me salvar de um cativeiro, ele me salvou de mim mesma.

Há três anos, meu pai morreu. Nunca fomos super unidos, não como ele e Ly eram. Eu tinha inveja da relação deles, não vou ser hipocrita tentando negar o óbvio. Em contrapartida, minha mãe e eu éramos inseparáveis, fazíamos tudo juntas, e embora eu a ame muito, não era a mesma coisa que Kim e papai tinham. Eu sempre quis ter uma ligação profunda como aquela, que utrapassasse todo e qualquer sentimento, que fosse tão profundo a ponto de não importar a distância, o elo seria eterno, inquebrável.

E eu busquei, por muito tempo, e quando finalmente encontrei algo meramente parecido, quebrei a cara.

Literalmente.

Devia ter uns 14 ou 15 anos quando conheci Ryan, um dos monitores da escola em que Ly, Cass e eu estudávamos. Acostumava brincar que havia sido obssessão á primeira vista. Quando eu pus meus olhos nos seus sabia que era ele. Toda a paixão que nutria por Castiel durante grande parte da minha vida simplesmente desapareceu.

Fiquei obsessacada em fazer com que Ryan me notasse, ele era mais velho, 23 anos, todas as minhas amigas queria namorar com ele. E então, um dia, ele me notou.

Ainda hoje não consigo me esquecer da sensação avassaladora que me atingiu quando, pela primeira vez ele olhou no fundo dos meus olhos e sorriu. No dia seguinte a mesma coisa. E no outro e no outro.

 Tudo o que me lembro é que uma hora para outra ele vinha conversar comigo, todas as minhas amiga ficaram loucas quando eu contei que estavámos nos falando. Um dia, ele me convidou para sairmos, juro, quase desmaiei de felicidade, mal podia acreditar que ele realmente se interressava por mim. Nosso encontro foi perfeito, Ryan era tão perfeito que eu não conseguia mais viver sem pensar nele todos os minutos do meu dia.

Nossos encontros se tornaram cada vez mais frequentes. Cinema, parques, restaurantes, em algumas salas vazias do colégio.

O nosso primeiro beijo foi mágico, se me esforçasse ainda conseguia sentir seu hálito em meu rosto, sussurrando palavras doces em meu ouvido.

Nossa relação ficou cada vez mais séria e secreta, eu era muitos anos mais nova e ele era quase meu professor, ninguém aceitaria esse relacionamento. E é por isso que não contei a ninguém, nem mesmo para Kim.

Passaram meses e nossos encontros ás escondidas continuavam, com mais beijos, paixão e possessividade. Meu sangue fervia sempre que uma das professoras se atiravam em cima dele. Era irritante ter que ouvir minhas amigas falando o quão gato ele era. A pior parte de tudo era não poder dizer a ninguém que ele era só meu.

Eu já conhecia o apartamento dele, era um lugar lindo, cheio de quadros de artistas desconhecidos, as paredes eram de tons vivos e seu gosto musical me deixava ainda mais impressionada. A cada coisa que eu descobria sobre ele, ficava mais obcecada. Um dia preparei uma surpresa, faltei a aula e fui para seu apartamento, ele havia me dado uma chave a algum tempo. Fiz uma surpresa, estava decidida a perder minha virgindade com ele, naquele dia.

Ryan me ligou e mandou mensagem o dia inteiro, mas não atendi ou respondi para não estragar a surpresa.

Mas como eu disse, minha vida não é uma história de conto de fadas.

Quando meu querido namorado chegou em casa ficou furioso por me encontrar lá e descobrir que o ignorei o dia todo de propósito. Entendi seu lado, também ficaria preocupada se ele sumisse, foi o que passou em minha cabeça enquanto ele gritava.

Tirei o robe sexy que vinha em conjunto com a lingerie que comprei escondido para nosso momento que deveria ser o mais especial possível. Eu não sabia nada sobre sexo. As míseras coisas de que eu tinha consciência eram: O pênis entra na vagina, dói, sangra, mas depois de um tempo fica bom e é raro que mulheres gozem na primeira vez. Pelo menos foi o que algumas das minhas amigas mais velhas diziam.

Quando Ryan viu o que eu vestia por baixo seus olhos que antes brilharam em ira se dissiparam em desejo. Ele me puxou com força e atacou minha boca com um beijo forte, meu lábio rasgou e senti o gosto do sangue entre o beijo selvagem. Nunca havíamos nos beijado assim, mas minhas amigas diziam que homens ficavam loucos de tesão antes de tranzarem.

Então quando ele tirou as duas peças que cobriam meu corpo com violência, me jogou na cama já retirando as próprias roupas e sem aviso nem preparo entrou dentro de mim, eu aguentei. Me avisaram que realmente doia. Quando o sangue manchava o lençol embaixo de mim, o meio das minhas pernas e a barriga dele, eu aguentei. Era normal sangrar na primeira vez. Não demorou muito até que ele gozasse dentro de mim. Depois se levantou e me deixou lá. Tomou um banho, voltou para o quarto e se vestiu. As únicas palavras que ele me disse foram " Pode tomar um banho antes de ir embora, Amanda."

Amanda.Não, amor, ou vida, ou docinho, baby, Mandy. Só Amanda. De uma maneira tão fria e impessoal.

Fui embora após o banho. Ele nem ao menos se despediu. Ignorou quando eu disse baixinho atrás dele" Estou indo, amor. Nos vemos amanhã?"

Chorei a noite toda, minha vagina ardia e não me deixava esquecer o nosso "momento". Quando nos escontramos na manhã seguinte ele era o Ryan carinhoso de sempre. Me beijando as escondidas e dizendo que a noite foi ótima. Concordei quando me mandou ir na sua casa á noite. Tranzamos de novo, nada diferente da noite passada.

E assim se seguiu por algumas semanas.

Comecei a me perguntar de havia algo errado comigo. A dor não deveria passar e dar lugar ao prazer? Os sangramentos deveriam parar depois da segunda ou terceira vez, não é? Então porque comigo era diferente? Porque Ryan sempre me ignorava depois do sexo? Será que era porque as vezes não conseguia disfarças as lágrimas de dor? Ou porque eu ficava deitava sempre na mesma posição esperando ele acabar?

Até que um dia eu descobri o porquê e minha vida se tornou um loop eterno do inferno.

Não havia amor no sexo que fazíamos.

...

Primeiro capítulo da Mandy falando um pouco sobre o passado. Não tinha ideia que a história dela tomaria este rumo, mas foi isso que ela me contava a cada linha que eu escrevia. Haverão mais alguns capítulos sobre o passado antes de começar oficialmente a Parte Dois do livro

Até que a morte nos separeOnde histórias criam vida. Descubra agora