Cole

201 40 28
                                    

POV Cole

     Depois da minha primeira noite com a Lili, ficamos muito conectados, as gravações voltaram e estávamos definitivamente morando juntos. O apartamento dela era simples, bem pequeno, havia apenas um quarto, em frente morava Aurora que sempre nos levava doces ou pratos exóticos. Ela dizia que adorava se arriscar na cozinha. Sempre tínhamos algumas sobras das delícias da Aurora, mas chegávamos tão cansados do trabalho que as vezes só tomávamos banho e dormíamos.

      Eu peguei uma mania estranha, muito estranha, de dormir entre os seios da Lili. Depois do banho, nos deitávamos na cama, eu colocava a cabeça entre seus seios e ela fazia carinho em meu cabelo até ela dormir, porque eu insistia em ficar sentindo a delicadeza do seu carinho e amor emanando em mim.

      21 de Dezembro faríamos 4 meses juntos, desde que decidimos morar ou viver assim nessa relação, não namorávamos, não carregávamos títulos, só amor. Mas, já estava na hora de tornar isso, um laço de aço ou ouro ou para tanto faz, mas eu precisava desesperadamente me unir a ela de um modo singelo, nada demais. Lili odeia coisas grandes, ela é simples e transparente, como os cristais da casa da Aurora que não compreendo totalmente mas sei seus devidos valores.

      Então, eu iria em busca, é claro, do meu cupido extraordinário. Como sempre, fiz uma caminhada até a floricultura, mesmo com a quimioterapia da Delaila, ela continuou trabalhando e parece estar se saindo bem, os últimos exames, segundo ela, foram excitantes.

      Chegando lá, o sininho tocou, ela estava atendendo um homem grande, com roupas de academia, ela olhou para mim e disse com a voz silenciosa nos lábios: "Já falo com você" e deu uma piscadela.

      Fiquei olhando alguns cartões e sem querer escutei o assunto do cara.
"Quero o máximo de rosas vermelhas, também você poderia mandar entregar um balão... mas eu resolvi mudar a cor, coloque rosa e não vermelho. Ah e não se esqueça de colocar "Eu sinto, sinto muito", quero também aquele urso grande ali, me lembra ela, grande para frente,
hahaha, minha porquinha, é lógico que vai dar certo, você sabe não há perdão que não se compre com flores. Ela vai me perdoar, tenho certeza e dessa vez vou tentar ser mais paciente, tem mulheres medíocres demais e ingratas o suficiente, para não ser grata pelo que tem e a Lili é uma dessas"
      Nessa hora, eu congelei. Primeiro que eu já estava com vontade de vomitar com a conversa, mas quando ele usou o termo "Porquinha", me dei conta de que aquele era o pequeno James que, na verdade, não tinha nada de pequeno, na verdade ele era bem grande, grande o suficiente para quebrar duas costelas da minha Lili, um braço e causar uma hemorragia interna. Grande o suficiente para ser o mostro que te dá medo na infância, grande o suficiente para deixar a Lili parada no tempo pensando alguma coisa que eu tento descobrir, grande o suficiente para destruir o psicológico dela, da minha Lili, da minha âncora, do meu amor"

Ouvi Delaila encerrar a conversa:

      - As rosas vão com espinhos né?
      - Como assim? Ele disse
      - Você conhece a verdadeira história da branca de neve?
      - A da maçã?! Bom, eu não vou querer nenhuma maçã do amor. Isso deixaria ela maior que ela já é hahaha.
      - Na história real da branca de neve, senhor, não há maçã, como também não há amor, como na sua história. Uma mulher tinha tanta inveja da vida de uma camponesa que era jovem, feliz e apaixonada, que a maldade foi tão grande a ponto dela fingir uma falsa amizade. Era aniversário de casamento da camponesa, o nome da amiga era Cárita. Na manhã do aniversário, Cárita acordou de madrugada, encomendou um frasco de extrato de kalmia latifolia e quando o relógio bateu às 06:00 em ponto, ela bateu a porta de Branca com um frasco lindo, dentro de uma caixa com letras esculpidas em um coração e ela disse: "Tome, esse é meu presente de primeiro ano de casamento para você amiga, irmã. É uma poção que se você tomar no primeiro ano de casamento, às 06:30 da manhã, ficará com seu amado para sempre". Branca, que acreditava tanto em poções e admirava a natureza, pegou a caixa, abriu e esperou o sino da igreja tocar as badaladas, informando que era 06:30 da manhã. Quando o sino tocou, ela tomou o frasco. Cárita olhou para ela e disse:  "Você é tão ingênua que acreditou que o amor coubesse em uma caixa de presente? Pois isso, era a sua morte". O coração de Branca não estava bem, porque prontamente, a flor tão bela, kalmia latifolia, faz o seu coração bater tão rápido e depois tão devagar, resultando em um ataque cardíaco e morte súbita. Minutos antes, ela pegou uma rosa branca, cheia de espinhos e disse: "Segure como se fosse a mão de seu amor" e ela segurou tão forte que os espinhos entraram na sua mão, o sangue se misturava com a rosa branca e dizem que ela chorou branco porque seu amor era puro e que o sangue transbordou na rosa branca. Por fim, ela caiu na terra e mesmo que fosse inverno, a rosa se misturou no gelo e na terra Branca caiu morta.
      Na primeira primavera onde Branca caiu morta com a rosa, surgiu um novo tipo de cor de rosa, a rosa vermelha. Dizem que as batidas do coração, o espinho e o veneno, fez a mãe natureza chorar e honrar a rosa transformando a em vermelha, em nome do amor de Branca. Como ela chorou branco e morreu com os olhos abertos, diziam que ali morreu a Branca da Neve, a dona da flor vermelha.
As vezes presentes podem ser fatais, senhor. Mas sua entrega vai ser feita.

      Nessa hora, eu não sei o que mais me impressionava, a nova versão da branca de neve ou o James tentando matar a Lili. E a Delaila tinha que me ajudar.


Não estamos alcançando a meta, mas muitos esperam o capítulo espero o apoio de vocês deixando a estrelinha a baixo um abraço,bom descanso bons sonhos e que amanhã seja um dia melhor que hoje.
                        - Maguitá Diéllis ❤️

Overcoming ObstaclesOnde histórias criam vida. Descubra agora