Boneco Russo.

Fale comigo.

   Rosa passou duas noites em claro esperando que Bóris saísse do boneco que, agora, tinha uma aparência triste. Rosa foi pega duas vezes conversando com o boneco na esperança de ser respondida.

Na primeira era seu pai que passava no corredor e a viu pedindo desculpas sem parar acariciando a cabeça do boneco. "Essa menina está ficando estranha, deve ser coisa sua Marta!" Ele disse, mandou Rosa parar de conversar sozinha e ir dormir. Rosa apenas se deitou deixando o boneco na cômoda ao lado da cama, mas sem parar de encara-lo até o amanhecer.

Na segunda vez, os gêmeos foram a chamar para brincar e a viram andando para lá e para cá conversando com o Boneco ainda sem respostas, embora tenha sido fácil enganar os gêmeos dizendo que estava brincando apenas, sabia que eles não esqueceriam fácil.

Bom, neste momento Rosa está sentada na mesa almoçando com sua família. Não tinha o menor interesse na comida, de modo que jogava para lá e para cá os pedaços de cenoura no seu prato.

M_ Querida? Está tudo bem?_ Marta chamou a filha que não parecia estar ali e sim submersa em seus próprios pensamentos._ Rosa?!_ Chamou um pouco mais alto e todos na mesa olharam para a menina que se assustou brevemente e olhou para sua mãe.

R_ Sim, senhora!_ Disse por impulso soltando os talheres e arrumando a postura.

Marta riu achando graça no jeito militar que a filha tinha adquirido do pai quando mais nova. Charles havia ido para o exército por cinco anos e voltando quando Rosa tinha seis, ela acabou copiando alguns costumes que Charles tinha devido ao treinamento militar.

RM_ Tá no mundo da lua?_ Ramon perguntou olhando para a irmã com aqueles grandes olhos brilhantes.

R_ Lua?_ Rosa ainda estava meio atordoada nos pensamentos.

Rony deu um leve beliscão na irmã com o intuito de "acordar-la", Rosa deu um pulinho na cadeira exclamando um "aii".

M_ Rony!! Não se faz isso com ninguém!_ Marta foi firme e Rony se encolheu um pouco, apesar de ser mais amorosa Marta era uma mãe que sabia educar bem.

RN_ Desculpa mamãe! Desculpa Rosa!_ Rony disse rápido e vermelho, era tímido.

R_ Tá tudo bem... Posso subir para o quarto? Não estou me sentindo bem._ Rosa perguntou olhando para seu pai e logo em seguida para sua mãe.

M_ Pode ir meu bem, depois lhe faço um chá para acalmar._ Marta suspeitava que Rosa tinha ansiedade devido aos traumas de infância e pelo mal relacionamento com seu pai, mas não queria rotular para não deixar aquilo pior do que já estava então ela mesmo cuidava da filha como podia.

C_ Descanse e daqui três horas vá até o vilarejo para me buscar umas ferramentas com o Velho Bill._ Ordenou, sem nem ao menos se importa com o estado da filha.

Normalmente isso deixaria Rosa pior, mas era exatamente o que ela precisava ouvir. Acenou com a cabeça para seu pai e subiu as escadas a passos rápidos, se certificou que não havia ninguém atrás de si e fechou a porta do quarto a trancando.

R_ Bóris! Bóris agora é sério, preciso falar com você sobre a velha!_ Rosa disse ajoelhada na frente da cama segurando o boneco em suas mãos.

Um vento forte veio da janela bagunçando os cabelos de Rosa e sussurrando palavras desconexas até que Rosa reconheceu uma voz naqueles sussurros, "Me solte pirralha". Era Bóris. Rosa soltou o boneco na cama imediatamente e se afastou da cama.

Rosa observou o boneco ficar brilhante e uma fumaça sair de dentro dele escorrendo para trás de si, em meio aquela fumaça foi se formando Bóris que tinha as sobrancelhas juntas em pura raiva e irritação.

R_ Oi..._ Rosa colocou as mãos para trás.

B_ O que você quer?_ Foi curto e grosso, Rosa ja havia se acostumado.

R_ Meu pai pediu que eu fosse até o vilarejo hoje, se eu conseguir enrolar os gêmeos para não ir podemos passar na velha... Se quiser_ Puxou a barra da blusa vermelha envergonhada e Bóris se amaldiçoou mentalmente por acha-la fofa.

B_ Quando?_ Rosa levantou o olhar para Bóris e era notável a alegria em seu olhos, estava ela se apegando naqueles olhos que hora eram verdes e hora eram brancos?.

R_ Daqui a três horas, fique no boneco e eu te levo na bolsa, quando chegar num ponto tranquilo você sai._ Rosa ficou na esperança de ver ao menos um esboço de sorriso no rosto do maior, mas não.

B_ Certo._ Disse apenas, voltou a se transformar em fumaça e escorreu para dentro do boneco jogado na cama.

   Rosa suspirou alto e cansada se jogando na cama ao lado do boneco que apesar de inanimado parecia mais colorido agora.

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Gente eu quero primeiramente pedir desculpas pela demora para postar, eu sei que o cap tá pequeno mas é que se eu não postar logo eu nunca vou parar com o bloqueio Criativo.

Então comentem bastante pra mim me sentir mais motivada, comentem o que estão achando, o que esperam dos personagens, da história e etc.

Amo vcs e desculpa novamente 💖