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Pronomes:

Lana: ele/dele

Castiel: ele/dele

 Acho que nunca bebi tanto na vida, fui com o Ander para a casa de alguém que eu não sei quem é. Eu bebi tanto que achei que não acordaria no outro dia, pra falar a verdade eu só lembro de fleshs e depois não lembro de mais nada.

Não tenho ideia de onde estou mas não me preocupo muito porque  Ander está do meu lado.

A sala é grande, com paredes pixadas, garrafas de bebida pra todo lado, gente dormindo até no chão, tive sorte de conseguir um lugar no sofá.

Tento acordar Ander e ele resmunga:

Ander: Caralho, essa noite foi épica.

Castiel: Eu não lembro de nada, to com fome e dor de cabeça, vamo embora? a gente para numa padaria no caminho.

Ander: Fecho, você precisa saber o que rolou, e eu to com tanta fome que eu poderia comer você cass.

Castiel: Vai se foder idiota.

Estamos numa cidade interiorana que parece ser muito menor que La Belle Plage, chegamos em uma padaria então Ander começa a contar a história:

Ander: A gente saiu né e fomos pra casa de um amigo meu, sério, você bebeu pra caralho e conheceu um cara lá que nem eu sei quem é, ele era um daqueles caras de gangas de motos.

Castiel: Caralho...

Ander: Calma que tem mias. Nós fomos nas motos dos caras da gang desse seu amigo e chegamos nessa chacara muito louca, todo mundo tava se injetando com uma seringa só, o lugar tava cheirando a todo tipo de droga que existe, e só tinha gente muito da pesada, uns caras com o dobro do nosso tamanho, sorte que todos estavam muito loucos para repararem na nossa presença. Relaxa que eu não te deixei usar nenhuma droga porque quando chegamos você já estava completamente fora da casinha. Mas uma hora apareceu um cara com a barba ruiva e você começou a chorar e falar como você tá apaixonado pela ruiva então você deitou num sofá e dormiu, eu dormi contigo porque já era muito tarde e a gente não teria como voltar pra casa mesmo.

Castiel: Você sabe onde a gente tá?

Ander: Só deus sabe cass, numa cidade do interior não sei, nem deve ter ônibus pra gente voltar.

Castiel: Merda, a gente tem que voltar.

Ander: Tem, mas antes, como você tá?

Castiel: em que sentido?

Ander: Dentro de você, por fora eu consigo ver o quão acabado você tá.

Castiel: Só quero esquecer essa porra.

Ander: Então esquecido será, bora? Temos que descobrir como sair desse fim de mundo.


Acho que já estou mais calmo, o Renato me trouxe para o albergue e ficou comigo enquanto eu chorava, me trouxe sopa e cantou comigo todas as músicas mais dolorosas que existem, segundo ele o melhor jeito de superar a dor é sentindo-a, até que funcionou, quando meu corpo se esgotou eu dormi sem pensar em nada, nem em Castiel, nem em Gilberto, nem em Zoe.

Cabelos de marte olhos estreladosOnde histórias criam vida. Descubra agora